segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

AZUL E AMARELO

Por: Maria da Conceição Marques
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas...")

Visto a alma de azul e amarelo, decoro-a com humanidade e sensibilidade.
Os meus olhos são imensidão no terror das cidades, onde se acendem fogueiras, uma espécie de lume que me inunda as veias e me diz que entre no coração da gente. A alma dói, o peito sente.
Eu, não sou apenas eu na dor que me rodeia, nas lágrimas que escorrem em rostos desconhecidos, nos estilhaços de balas perdidas, no azul celestial dos olhos de meninos, no esvoaçar descontente nas asas dos passarinhos.
Sinto o estremecer dos prédios derrubados, os braços cansados, de uma luta que não é minha, mas que me aperta o coração. Oiço as sirenes que arrepiam num país que desfalece, numa terra sem chão. Tombam corpos, portas e janelas, nesta onda de terror, onde avança a crueldade, onde desagua o desamor.
Há uma apoteose de luz a encher-me o peito, uma esperança sem cor e sem jeito, que as balas se transformem em rosas amarelas, que apenas se disparem pétalas e amores, que se façam apenas guerras de paixão.
Que reine no mundo harmonia, o respeito pelo próximo, a alegria e a satisfação, na mudez dos violinos,  na paz infinita, no repicar dos sinos, no bater compassado do coração.

Maria da Conceição Marques
, natural e residente em Bragança.
Desde cedo comecei a escrever, mas o lugar de esposa e mãe ocupou a minha vida.
Os meus manuscritos ao longo de muitos anos, foram-se perdendo no tempo, entre várias circunstâncias da vida e algumas mudanças de habitação.

DE MÃOS DADAS!

𝗠𝘂𝗻𝗶𝗰𝗶́𝗽𝗶𝗼 𝗱𝗲 𝗕𝗿𝗮𝗴𝗮𝗻𝗰̧𝗮 𝗿𝗲𝗳𝗼𝗿𝗰̧𝗮 𝗮𝗽𝗼𝗶𝗼 𝗮𝗼𝘀 𝗕𝗼𝗺𝗯𝗲𝗶𝗿𝗼𝘀 𝗱𝗼 𝗰𝗼𝗻𝗰𝗲𝗹𝗵𝗼

 𝙈𝙖𝙞𝙨 𝙙𝙚 𝙢𝙚𝙞𝙤 𝙢𝙞𝙡𝙝𝙖̃𝙤 𝙙𝙚 𝙚𝙪𝙧𝙤𝙨 𝙚́ 𝙤 𝙫𝙖𝙡𝙤𝙧 𝙜𝙡𝙤𝙗𝙖𝙡 𝙙𝙤 𝙖𝙥𝙤𝙞𝙤 𝙖𝙩𝙧𝙞𝙗𝙪𝙞́𝙙𝙤, 𝙚𝙢 2022, 𝙥𝙚𝙡𝙤 𝙈𝙪𝙣𝙞𝙘𝙞́𝙥𝙞𝙤 𝙙𝙚 𝘽𝙧𝙖𝙜𝙖𝙣𝙘̧𝙖 𝙖̀𝙨 𝘼𝙨𝙨𝙤𝙘𝙞𝙖𝙘̧𝙤̃𝙚𝙨 𝙃𝙪𝙢𝙖𝙣𝙞𝙩𝙖́𝙧𝙞𝙖𝙨 𝙙𝙤𝙨 𝘽𝙤𝙢𝙗𝙚𝙞𝙧𝙤𝙨 𝙑𝙤𝙡𝙪𝙣𝙩𝙖́𝙧𝙞𝙤𝙨 𝙙𝙚 𝘽𝙧𝙖𝙜𝙖𝙣𝙘̧𝙖 𝙚 𝙙𝙚 𝙄𝙯𝙚𝙙𝙖.


Foram, assim, celebrados, esta manhã, protocolos de cooperação institucional entre o Município de Bragança e as Associações Humanitárias dos Bombeiros Voluntários de Bragança (AHBVB) e de Izeda (AHBVI).

Acordos que representam, para o ano de 2022, o montante global de 354 625,81 euros (266 469,23 euros para a AHBVB e 88 156,58 euros para a AHBVI), a que se somam 146 345,34 euros relativos ao funcionamento e manutenção das Equipas de Intervenção Permanente das duas Associações e 33 389,64 euros para pagamento de seguros, totalizando o valor de 500 971,15 euros. 

“Estes apoios visam, acima de tudo, continuar a garantir a boa resposta à comunidade e o socorro à população do nosso e de outros Concelhos. A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Bragança e a de Izeda têm dado um importante contributo no que diz respeito à Proteção Civil Municipal”, destacou o Presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias, durante a cerimónia de assinatura dos protocolos.

Comunidade ucraniana em Bragança organiza recolha de bens para enviar para a Ucrânia

 Um grupo de ucranianos residentes em Bragança, em colaboração com a Cáritas Diocesana, estão a promover uma recolha de bens para fazer chegar ao país de origem.
São pedidas roupas, nomeadamente meias e roupa interior, bem como enlatados e materiais de primeiros socorros para os soldados ucranianos que combatem na guerra com a Rússia.

Amigos de Yuliya Chokhriy vêm da Ucrânia para transportar os donativos recolhidos. Uma forma de apoiar o país de origem nesta difícil altura de conflito. “Tenho muitos amigos e familiares que estão lá e a pedir ajuda, para os nossos militares que neste momento precisam muito do nosso apoio. Quem iria ajudar senão nós, são coisas mínimas para os nossos soldados que estão a sofrer lá muito agora”, sublinhou.

A viver há 10 anos em Bragança, Yuliya está a acompanhar a situação da guerra na Ucrânia com muita preocupação. “Tenho lá os meus primos e tios, estamos sempre em contacto, sei que mal ouvem as sirenes tentam-se esconder nas caves. Lá está agora muito frio, as crianças têm de se cobrir com muita roupa. É muito medo, muito preocupante, a partir das 5 da tarde apagam as luzes, para não se ver que alguém está nas casas. Tentamos ajudar com palavras, para que tenham força”, afirma.

Svitlana Khmara está com os dois filhos e o marido há 6 anos em Bragança, mas a restante família está na Ucrânia, nomeadamente a avó que já passou pelas II Guerra Mundial numa altura em que teve a casa ocupada.

“A situação está muito, muito mal. Estamos muito preocupados, não conseguimos dormir, nem trabalhar. Tenho mãe, a avó e familiares do marido. Na minha cidade a situação ainda é calma, mas quando as sirenes tocam têm de sair de casa e ir para os bunkers”, conta.

A ideia surgiu sábado e a solidariedade tem sido grande, afirma Cristina Figueiredo, directora técnica da Cáritas de Bragança. “Isto foi em tempo recorde, no sábado à tarde recebemos a chamada para tomamos a frente desta iniciativa. Lançámos logo nas redes sociais, as partilhas foram-se multiplicando e os contactos para tirar dúvidas foram muitos. Logo durante a manhã recebemos muitas coisas, roupas, enlatados e materiais de primeiros socorros”, afirmou.

Laura Correia soube do apelo e considerou importante ajudar. Com o filho decidiu trazer alimentos e material de primeiros socorros. “Todos devemos ajudar, numa situação de necessidade e é uma coisa que está a mobilizar toda a gente. Se precisam, temos mais é que contribuir. Trouxemos artigos de primeiros socorros e enlatados, um donativo do hotel São Lázaro”, afirmou.

Os bens podem ser entregues nas instalações da Cáritas Diocesana de Bragança ao longo do dia de hoje e as duas carrinhas vão levar os donativos para a Ucrânia amanhã.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro

TRILHO DA ALDEIA DOS MOINHOS E TRILHO DO MIRADOURO DA COVA ESCURA

 A primeira caminha de 2022 será pelas terras de Vilarinho da Castanheira e Pinhal do Douro, pelo Trilho da Aldeia dos Moinhos seguindo até ao Miradouro da Cova Escura.
As inscrições já se encontram a decorrer para o passeio pedestre que terá lugar no domingo, 27 de março. Os interessados podem-se inscrever até dia 24 de março através do formulário disponível nas nossas redes sociais ou presencialmente na Loja Interativa de Turismo (LIT). 

A inscrição sem almoço é gratuita, quem quiser ter almoço incluído, a inscrição tem um custo de 7€.

Feira da Bola Doce e dos Produtos da Terra 2022

 Dias 13 a 16 de abril - Largo do castelo
A Bola Doce Mirandesa é um doce genuíno e um dos ícones gastronómicos de Miranda do Douro, tradicionalmente associado à Páscoa, é também o mote para a realização da Feira que vai decorrer de 13 a 16 de abril no largo do Castelo, em Miranda do Douro. Para além deste doce tradicional, terão de igual modo destaque o pão, fumeiro, licores e vinhos, entre outros.

O saber ancestral está garantido em todos os produtos característicos desta altura do ano, como é o folar de carne, confecionado com o melhor fumeiro caseiro.

Este é um evento que tem como principais objetivos contribuir para a divulgação, promoção e venda de produtos regionais e locais e fomentar o convívio e animação no Largo do Castelo de Miranda do Douro.

Inscrições até ao próximo dia 11 de março, no Balcão Único da Câmara Municipal de Miranda do Douro.

Ficha de inscrição aqui.

Regulamento aqui.

FESTIVAL MAGOS DA GUITARRA - CLÁUDIO CÉSAR RIBEIRO

 O Município de Carrazeda é um dos quatro municípios de Trás-os-Montes e Alto Douro a receber o Festival Magos da Guitarra, que se realiza durante o mês de março.
Tem-se verificado uma grande revolução da guitarra em todo o mundo, surgindo novas sonoridades, novos géneros musicais, assim como uma reinvenção na sua utilização. Com este festival surge um novo evento com projetos culturais, que se destacam pela sua diversidade em uma manifestação musical alargada.

Foram convidados para esta edição inicial Cláudio César Ribeiro, guitarrista brasileiro na área do jazz, que se vai apresentar em quarteto, que vai atuar dia 26 de março pelas 21h30 no Auditório do CITICA.

Os bilhetes são gratuitos e podem ser reservados na Loja Interativa de Turismo (LIT).

Exposição de Pintura 'Arte da Natureza'

 Exposição de Pintura "Arte da Natureza" de Napoleão Moura, patente na Casa da Cultura Miarandesa, de 28 de fevereiro a 27 de abril de 2022.

Visite-nos!
Entrada livre

Napoleão Moura, nasceu em Bemposta, Mogadouro em 24 de junho de 1932.

Aos 22 inicia a sua atividade profissional em Moçambique orientando a cultura do algodão junto dos agricultores locais.

De regresso a Portugal, aos 31 anos, casa com Maria Virgínia Rente de Moura, com qual tem três filhos.

Em 1966 é cofundador da Rovim em Bemposta.

Em 1973 muda a residência para Mogadouro, e com os seus sócios funda uma empresa de materiais de construção e dedica-se também à construção de obras públicas. Em 1976, também ligado à empresa de materiais de construção, funda a Cerâmica do Planalto.

Em 1997 fixa a sua residência no Porto, dedicando-se também à construção civil.

Já fora da vida ativa passa a frequentar a escola de pintura “Fluxo” do pintor António Sousa, e em 2017 passa a frequentar a escola do pintor Mário Vitória, período a partir do qual a sua pintura experimenta um grande avanço.

EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA DE RUI PIRES

 O fotógrafo Rui Pires vai expor as suas imagens no Centro de Inovação Tecnológica Inovarural de Carrazeda de Ansiães (CITICA) já na próxima segunda-feira.
As fotografias inseridas na Coleção Museu do Douro estarão em exibição desde o dia 14 de fevereiro a 26 de maio de 2022.

Apresentação do livro 'Asterix i l Alcaforron'

 Apersentaçon de la cuonta "Asterix i l Alcaforron", cun traduçon para lhéngua mirandesa de Carlos Ferreira i Thibaut Ferreira, ne l die 5 de márcio de 2022, pulas 17h30, na Casa de la Cultura Mirandesa. La apersentaçon stá al ancarregue d´Alfredo Cameirão, Persidente de la associaçon de Lhéngua i Cultura Mirandesa.
Apresentação do livro "Asterix i l Alcaforron", com tradução para língua mirandesa de Carlos Ferreira i Thibaut Ferreira, dia 5 de março de 2022, pelas 17h30, na Casa da Cultura Mirandesa. A apresentação estará a cargo de Alfredo Cameirão, Presidente da Associação de Língua e Cultura Mirandesa.

FESTIVAL MAGOS DA GUITARRA - PEDRO ANDREA BAND

 O Município de Carrazeda é um dos quatro municípios de Trás-os-Montes e Alto Douro a receber o Festival Magos da Guitarra, que se realiza durante o mês de março.
Tem-se verificado uma grande revolução da guitarra em todo o mundo, surgindo novas sonoridades, novos géneros musicais, assim como uma reinvenção na sua utilização. Com este festival surge um novo evento com projetos culturais, que se destacam pela sua diversidade em uma manifestação musical alargada.

Foram convidados para esta edição inicial Pedro Andrea, guitarrista espanhol, apresentando-se em quarteto com um programa dedicado aos blues, que vai atuar dia 5 de março pelas 21h30 no Auditório do CITICA. 

Os bilhetes são gratuitos e podem ser reservados na Loja Interativa de Turismo (LIT).


Mirandela organiza campanha de recolha de bens essenciais destinados ao povo ucraniano

 Como bens de primeira necessidade e prioritários, poderão ser preferencialmente doados agasalhos de uso universal (mantas, cobertores, sacos cama e roupas térmicas), alimentos com longo prazo (leite em pó, conservas, massa, arroz, água, etc.), artigos de higiene e saúde (kits de primeiros socorros, ligaduras, pensos, desinfetantes, soro fisiológico, seringas, luvas, fraldas, artigos para bebés e crianças, etc.)


A Câmara Municipal de Mirandela, em conjunto com a comunidade ucraniana que reside no concelho e com o apoio dos Bombeiros Voluntários da cidade, lançou hoje, dia 28 de fevereiro de 2022, a primeira campanha de angariação de bens de primeira necessidade destinado ao país ucraniano.

Como bens de primeira necessidade e prioritários, poderão ser preferencialmente doados agasalhos de uso universal (mantas, cobertores, sacos cama e roupas térmicas), alimentos com longo prazo (leite em pó, conservas, massa, arroz, água, etc.), artigos de higiene e saúde (kits de primeiros socorros, ligaduras, pensos, desinfetantes, soro fisiológico, seringas, luvas, fraldas, artigos para bebés e crianças, etc.)

Os bens essenciais podem ser entregues no quartel dos Bombeiros Voluntários de Mirandela até 02 de março, que posteriormente serão expedidos para a plataforma logística do Seminário Cristo Rei, em Vila Nova de Gaia.

1º TRAIL F'LIZ


 Normas de Participação aqui.

Inscrições Gratuitas aqui. 

Dia Internacional da Mulher em Vimioso

EXPOSIÇÃO 'TEXTURAS D'OURO'

𝗙𝗲𝘀𝘁𝗶𝘃𝗮𝗹 𝗱𝗼 𝗕𝘂𝘁𝗲𝗹𝗼 𝗲 𝗱𝗮𝘀 𝗖𝗮𝘀𝘂𝗹𝗮𝘀: 𝗼 𝗿𝗲𝗴𝗿𝗲𝘀𝘀𝗼 𝗲𝗺 𝗴𝗿𝗮𝗻𝗱𝗲

 Butelo e fumeiro, como salpicões, alheiras e chouriças, casulas, pão, doçaria, hortaliças, mel, artesanato, vinhos e licores foram, apenas, alguns dos produtos que, por estes dias, se puderam encontrar na Praça Camões.


O Festival do Butelo e das Casulas regressou, finalmente, ao formato presencial e, de 25 a 27 de fevereiro, foi destino obrigatório para milhares de pessoas que puderam apreciar a gastronomia e produtos regionais de qualidade e que fizeram desta uma das melhores edições de sempre.

No total, foram 37 os expositores, todos oriundos do distrito de Bragança, a marcarem presença no Festival do Butelo e das Casulas 2022. 

Até 1 de março, decorre, ainda, a 𝗦𝗲𝗺𝗮𝗻𝗮 𝗚𝗮𝘀𝘁𝗿𝗼𝗻𝗼́𝗺𝗶𝗰𝗮 𝗱𝗼 𝗕𝘂𝘁𝗲𝗹𝗼 𝗲 𝗱𝗮𝘀 𝗖𝗮𝘀𝘂𝗹𝗮𝘀 nos 26 restaurantes aderentes. 

O Festival do Butelo e das Casulas foi organizado pelo Município de Bragança e pela Confraria do Butelo e da Casula.

Dia Mundial da Vida Selvagem: "Recuperar espécies-chave para restaurar os ecossistemas" é a palavra de ordem

 “Recuperar espécies-chave para restaurar os ecossistemas” é o tema das comemorações do Dia Mundial da Vida Selvagem de 2022, assinalado a 3 de março e instituído em 2013 pela Organização das Nações Unidas (ONU).


Este ano, as comemorações da data estão focadas em alertar para o estado de conservação de algumas das espécies de fauna e flora silvestres mais ameaçadas de extinção a nível mundial e impulsionar o debate sobre o tema, no sentido de promover a iniciativa conjunta e a implementação de soluções efetivas para as conservar.

A Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural desenvolve vários projetos que contribuem para recuperar espécies-chave e restaurar os ecossistemas, como os projetos Sentinelas - Rede de Monitorização de Ameaças para a Fauna Silvestre, ConnectNatura, Reconecta-te à natureza - as aves fazem mais do que cantar, HotSpot de Biodiversidade, entre outros. Adicionalmente, a sua atividade regular promove de forma continuada a conservação da biodiversidade e dos ecossistemas.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU

As comemorações da data destacam que a meta estratégica é cumprir os seguintes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: 1 (Erradicar a Pobreza), 2 (Erradicar a fome), 12 (Produção e consumo sustentáveis), 13 (Ação climática), 14 (Proteger a vida marinha) e 15 (Proteger a vida terrestre).

Segundo dados da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), mais de 8 400 espécies de fauna e flora silvestres estão criticamente ameaçadas, enquanto cerca de 30 000 estão ameaçadas ou vulneráveis. Com base nessas estimativas, estima-se que mais de um milhão de espécies encontrem-se atualmente ameaçadas de extinção.

A perda e a degradação contínua de espécies, habitats e ecossistemas ameaçam toda a vida na Terra, incluindo a vida humana. Todos nós, em toda as partes do mundo, dependemos da vida selvagem e dos recursos baseados na biodiversidade para atender a todas as nossas necessidades, desde alimentos, combustível, medicamentos, habitação e roupas. Milhões de pessoas também dependem diretamente dos recursos da natureza para assegurar os seus meios de subsistência e ter oportunidades de desenvolvimento económico.

Há uma necessidade imperiosa de proteger espécies ameaçadas e restaurar os ecossistemas

Assim, em 2022, as comemorações do Dia Mundial da Vida Selvagem direcionam o debate para a necessidade imperiosa de reverter o destino das espécies mais criticamente ameaçadas, apoiar o restauro dos seus habitats e ecossistemas e promover o seu uso sustentável pela humanidade.

A data 3 de março foi escolhida por ser o dia da assinatura da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção, em 1973. O objetivo é celebrar e aumentar a consciência da comunidade mundial sobre a importância dos animais e plantas selvagens para todos. O Dia Mundial da Vida Selvagem é considerado o evento anual global mais importante dedicado à conservação e defesa da vida selvagem.

XVIII Trilhos de Mogadouro - 2022

 O XVIII TRILHOS DE MOGADOURO – AMENDOEIRAS EM FLOR é um evento desportivo inserido no programa da “XXXV Feira Franca dos Produtos da Terra – Amendoeiras em Flor 2022”, a desenrolar no Concelho de Mogadouro.
O Município de Mogadouro pretende promover, estimular, incentivar e incrementar a prática desportiva, através de um Trail com características de montanha e uma caminhada em natureza. Paralelamente procura divulgar a gastronomia, tradições, cultura e as paisagens naturais únicas desta região Transmontana.

Os trilhos serão percorridos ao longo de dois percursos: “Trail” (21 Km) e “Trail curto” (12 Km), que coincide com a caminhada. Os trilhos prometem não dececionar no magnífico cenário das amendoeiras em flor.

Inscrições e informações aqui.

Normas e informações aqui.

Mobilidade e Economia | Proposta de ligação ferroviária de alta velocidade a Espanha, com paragem em Mirandela, apresentado na Assembleia Municipal

 A convite do executivo liderado por Júlia Rodrigues e com o objetivo de dar a conhecer aos autarcas locais e reunir esforços políticos, a Associação Vale d'Ouro apresentou esta manhã, em sede de Assembleia Municipal, o projeto “A Linha de Alta Velocidade de Trás-os-Montes”, que prevê a criação de um corredor ferroviário de ligação entre a cidade do Porto e a rede espanhola de alta velocidade (AV).


A possibilidade da construção de uma linha ferroviária de alta velocidade que ligue o aeroporto Francisco Sá Carneiro e a rede de alta velocidade espanhola, a 35 km da fronteira, passando por Paços de Ferreira, Amarante, Vila Real, Alijó/Murça, Mirandela, Podence/Macedo de Cavaleiros e Bragança, traduz-se numa forma de revolucionar a mobilidade e a acessibilidade da Região Norte, com um impacto positivo para toda a economia nacional, nomeadamente no papel de facilitador económico de apoio ao setor exportador, encolhendo e diminuindo distâncias.

A proposta participante na consulta pública para o Plano Nacional Ferroviário prevê tempos de viagem de 1h do Porto a Mirandela e de 1h14m até Bragança.

O estudo pode ser consultado na integra aqui.

Podence é este dias de carnaval o centro de Portugal

 A quantidade de pessoas que invade as ruas da aldeia de Podence, em Macedo de Cavaleiros, nestes dias de Entrudo Chocalheiro “é muita” o que “é bom para o negócio”, mas a tradição começa a diluir-se na multidão.


“Ficaram os fatos, a tradição mudou, os caretos agora são mais mansos, dantes eram mais bravos”, apontou à Lusa Beto do Rei, que desde pequeno vestiu o fato e a máscara dos Caretos transmontanos elevados a Património Imaterial da Humanidade.

Beto fez parte dos primeiros grupos que começaram este trabalho de reconhecimento, distinguindo Podence das restantes mascaradas do Natal e Carnaval por todo o Trás-os-Montes.

Integrou o grupo de “40 ou 50” caretos na primeira grande viagem internacional, em que chocalharem nas comemorações dos cinco anos da Disney Paris, no início da década de 1990.

Recordou esses tempos à Lusa com outro “careto” mais antigo, João Morais, que se queixa do alto dos “três vezes 25 anos mais um tantinho” de ter envelhecido cedo demais.

Não chegou a viajar, como agora acontece aos caretos, que “são contratados para ir ao estrangeiro” e ele “gostava de andar lá no meio”

“Antigamente, cada um saía à sua cabeça [fazia o que queria], agora está mais bem organizado”, considerou João Morais, observando, contudo, que “a quantidade de pessoas é muito grande".

“É melhor para o negócio”, observou, atalhado por Beto do Rei, para quem esta nova realidade “alterou” o espírito da tradição e o que ficou do Entrudo Chocalheiro foi “o fato”.

O garrido do amarelo, verde e vermelho dos fatos e das máscaras dos caretos sobressai na procissão de gente, rua abaixo, rua acima, nos acessórios que vão adquirindo, desde gorros, a cachecóis e mesmo casacos.

A cor é também constante na aldeia que se tornou conhecida além-fronteiras, nos murais e nas tascas e tabernas e expositores que preenchem também os quatro dias do “Entrudo mais genuíno de Portugal”, entre 26 de fevereiro e 01 de março.

O casal Ângela e Fernando viajaram do Porto até Podence, em Trás-os-Montes, para ver o Carnaval Património da Humanidade e aquilo a que assistem corresponde “às expectativas”.

Gostaram dos mascarados e das pinturas murais da aldeia, mas encontraram “muita gente” o que faz com que “acabe por transformar numa coisa turística” o tradicional Entrudo.

Ficou também o reparo às tascas e tabernas que servem gastronomia regional.

“Pareceu-me um aproveitamento, muito caro. Não lhes levo a mal, quem não quer, traz farnel”, afirmou Ângela.

Outros dois visitantes, David e Patrícia, viajaram de Viseu para observar o tradicional Entrudo de que ouviam “falar há muitos anos” e que conheciam apenas de fotos e vídeos.

Desde que foi elevado a Património da Humanidade, há pouco mais de dois anos, “criou mais expectativas” e gostaram “da parte da aldeia”, que “está bem decorada”.

Ficaram surpreendidos com a quantidade de pessoas que estava na aldeia, pois não esperavam tanta gente.

Nas ruas ouvem-se várias pronúncias portuguesas e estrangeiras, nomeadamente de emigrantes que fazem questão de ir à aldeia no Entrudo, religiosamente, como outros o fazem no mês de agosto.

Há cada vez mais pessoas a vestirem o fato de careto, um ritual que jovens como Tomás fazem desde sempre.

“Já nasci com esta vontade de chocalhar”, garantiu à Lusa, enquanto se preparava, com outros rapazes para chocalharem pelas ruas de Podence.

Põem e tiram as botas, calças, casaco, máscara e chocalhos à cintura, sem esquecer o pau de madeira em que se amparam para os saltos e algazarra, as vezes que for preciso.

“É rápido. Eu às vezes até durmo com ele”, brincou.

Tanto Tomás, como Hugo ou Sandro, encaram este ritual como “uma tradição importante” que querem que “nunca acabe”.

A massificação ou que o evento se torne numa peregrinação é o que não quer António Carneiro, presidente da Associação dos Caretos de Podence e o rosto do trabalho de décadas que transformou a aldeia e elevou o Entrudo Chocalheiro a Património Imaterial da Humanidade.

Neste sábado, juntaram-se aos menos de 200 habitantes da aldeia, cerca de 10 mil pessoas, que esgotaram os três parques de estacionamento preparados e ocuparam, sobretudo a rua principal da aldeia, por onde desfilam os caretos.

António Carneiro acredita que esta afluência “também tenha a ver com esta fase da covid, que as pessoas têm necessidade de vir, e os carnavais do litoral foram todos cancelados”.

A nível local, “é bom para a economia, não só de Podence, mas de toda a região, as unidades hoteleiras do concelho de Macedo de Cavaleiros, Bragança e Mirandela estão lotadas e também a parte da restauração”.

Para António Carneiro, “o que é importante aqui é manter a identidade do careto, que tem sido o papel da associação ao longo destes anos”, e o “selo” da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) “traz mais responsabilidade”, pelo que a intenção é encontrar soluções.

O primeiro passo poderá passar, como disse à Lusa, por “introduzir um preço de entrada idêntico ao que acontece noutros eventos que existem no país”.

Depois, são necessárias condições logísticas na aldeia, onde “não são as melhores para colocar o público mais afastado” por ser “pequena” e onde “tudo basicamente se passa na rua principal e na eira do Careto”.

O presidente da associação reitera que o município de Macedo de Cavaleiros “tem que apostar em Podence porque é o evento que traz mais gente ao território”.

Helena Fidalgo, da agência Lusa

Amendoeiras em Flor | 2022

 O Município de Mogadouro promove a XXXV Feira Franca dos Produtos da Terra e do Artesanato no contexto das Amendoeiras em Flor e terá lugar nos fins de semana de 5 e 6, 12 e 13 de março de 2022, na Praça Eng.º Duarte Pacheco.

Programa completo das Festividades aqui.

Normas XXXV Feira Franca dos Produtos da Terra e do Artesanato 2022 aqui.

𝗖𝗜𝗡𝗘𝗠𝗔 𝗗𝗜𝗚𝗜𝗧𝗔𝗟 | 𝗺𝗮𝗿𝗰̧𝗼 𝟮𝟬𝟮𝟮 | BRAGANÇA

 Compra de bilhetes on-line (através da Ticketline) ou no Auditório Paulo Quintela.

Feira das Amendoeiras em Flor regressa a Freixo de Espada à Cinta com mais expositores

 A Feira das Amendoeiras em Flor começou este sábado em Freixo de Espada à Cinta


Depois de dois anos sem se realizar, o novo executivo quis revitalizar o certame que aproveita a paisagem que resulta do florir da amendoeira para promover os produtos da terra, como a própria amêndoa, o vinho, o azeite e a laranja, assim como outros bens.

Numa nova localização, o pavilhão multiusos, a feira recebe cerca de 70 expositores da região, mas também de outros pontos do país e até internacionais. Segundo o autarca de Freixo de Espada à Cinta, Nuno Ferreira, houve muitos interessados em participar.

Para os expositores, este é um regresso esperado e importante para voltar a divulgar os produtos.

A iniciativa da Feira das Amendoeiras em Flor volta a repetir-se em Freixo de Espada à Cinta nos próximos dois fins-de-semana.

Além da exposição de produtos, o programa conta com showcooking, jogos tradicionais, passeio de motas e animação musical, no próximo sábado com Marco Rodrigues e dia 12 de Março com Bárbara Bandeira. 

Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro

𝐂𝐀𝐒𝐀𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐄𝐍𝐓𝐑𝐔𝐃𝐎

 𝑷𝒂𝒍𝒉𝒂𝒔 𝒂𝒍𝒉𝒂𝒔 𝒍𝒆𝒗𝒂 𝒐 𝒗𝒆𝒏𝒕𝒐. 𝑽𝒂𝒎𝒐𝒔 𝒇𝒂𝒛𝒆𝒓 𝒖𝒎 𝒄𝒂𝒔𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐...

“𝑂𝑠 𝑟𝑎𝑝𝑎𝑧𝑒𝑠 𝑗𝑢𝑛𝑡𝑎𝑣𝑎𝑚-𝑠𝑒 𝑒 𝑓𝑎𝑧𝑖𝑎𝑚 𝑟𝑖𝑓𝑎𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑣𝑒𝑟 𝑞𝑢𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑣𝑎 𝑒𝑚 𝑠𝑜𝑟𝑡𝑒. 𝐼𝑎𝑚 𝑜𝑠 𝑟𝑎𝑝𝑎𝑧𝑒𝑠 𝑠𝑜𝑙𝑡𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠, 𝑒 𝑡𝑎𝑚𝑏𝑒́𝑚 𝑖𝑎𝑚 𝑎𝑙𝑔𝑢𝑛𝑠 𝑐𝑎𝑠𝑎𝑑𝑜𝑠. 𝑀𝑎𝑠, 𝑠𝑜́ 𝑐𝑎𝑠𝑎𝑣𝑎𝑚 𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑙𝑡𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠. 𝐿𝑒𝑣𝑎𝑣𝑎𝑚 𝑢𝑚 𝑓𝑢𝑛𝑖𝑙 𝑚𝑢𝑖𝑡𝑜 𝑔𝑟𝑎𝑛𝑑𝑒, 𝑞𝑢𝑒 𝑐ℎ𝑎𝑚𝑎́𝑣𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑚𝑏𝑢𝑑𝑒. 𝐴̀𝑠 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑏𝑒𝑏𝑖𝑎𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑝𝑖𝑛𝑔𝑢𝑖𝑡𝑎 𝑒 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑖𝑠 𝑗𝑎́ 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑣𝑎𝑚 𝑎𝑛𝑖𝑚𝑎𝑑𝑜𝑠. 𝑁𝑖𝑛𝑔𝑢𝑒́𝑚 𝑙𝑒𝑣𝑎𝑣𝑎 𝑎 𝑚𝑎𝑙, 𝑎𝑡𝑒́ 𝑑𝑖𝑧𝑖́𝑎𝑚𝑜𝑠 “𝐸́ 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑢𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑡𝑢𝑑𝑜””. Mestre Maria da Assunção

“𝑁𝑜́𝑠 𝑓𝑖𝑐𝑎́𝑣𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑛𝑎 𝑣𝑎𝑟𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑎̀ 𝑒𝑠𝑐𝑢𝑡𝑎. 𝐴̀𝑠 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑎𝑡𝑒́ 𝑖́𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑝𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎𝑟.” Mestre Infância

No Carnaval mandava a tradição que os rapazes se juntassem à volta de uma grande fogueira. Na aldeia de Portela os rapazes juntavam-se na Lameirinha. As raparigas ficavam à espreita e/ou nas varandas à espera para saber quem lhes havia tocado em sorte.

Faziam uns papelinhos com o nome dos solteiros da terra. Em cada papelinho colocavam o nome de um solteiro. De um lado ficavam os nomes dos rapazes solteiros e do outro os nomes das raparigas solteiras. Tiravam à sorte o nome de um rapaz e depois o nome de uma rapariga e os pares que calhasse formavam os casais dos casamentos do Entrudo. Não foram poucas as vezes em que no final sobrava um rapaz ou uma rapariga sem par. Quando isso acontecia esse solteiro era apelidado de berrão.

Os casais estavam formados. Chegava o momento de os anunciar à população e aos solteiros. Rapazes e raparigas esperavam atentos e curiosos. O som era aumentado com o auxílio de um embude (funil grande) e atravessava a aldeia de uma ponta à outra.

Havia sempre um verso, rima ou graçola em jeito de brincadeira a acompanhar o anúncio do casamento. A comunicação começava sempre com o verso “Palhas alhas leva o vento/ vamos fazer um casamento…” e depois aumentavam o verso.

Aqui fica o relato de alguns versos, rimas ou graçolas que animaram os casamentos de Entrudo na aldeia de Portela:

Palhas alhas leva o vento
Vamos fazer um casamento

Entrudo é um dia de brincadeira
Tio Chico Caseiro
Vai ser casado com a tia Caldeira

E a Maria que é um bilrino
Vai ser casada com o Manuel do tio Avelino

E a Infância que é um rebolo
Vai ser casada com o Eduardo
Que é um rapaz que não é nada tolo

A Maria José vai ser casada
Com o Porfírio sapateiro
Mas ela que não se confunda
Com o João Troliteiro

E a Idalina, com quem devemos casar?
Casamo-la com o Sebastião
Mas ela que não o confunda com o Malhão

Portugal – Raízes musicais | Recolhas da tradição oral

 
Introdução

(…) A divisão por regiões, sempre problemática, tem no campo da música dificuldades adicionais, nomeadamente o estado actual da investigação etnomusicológica.

Na verdade, as recolhas musicais gravadas de Kurt Schindler, Armando Leça, Artur Santos, Virgílio Pereira, Lopes Graça, Michel Giacometti e as nossas próprias não possibilitam, por enquanto, nem uma síntese, nem uma caracterização definitiva da música das várias regiões, nem tão pouco, por conseguinte, a formulação de um mapa etnomusical do país com as respectivas fronteiras entre as várias regiões.

Assim, optamos por consagrar a divisão em províncias que a geografia humana tem correntiamente adoptado, procurando descrever as características de cada uma, sem prejuízo de alterações que venham a ser exigidas por ulteriores investigações. (…)

Polifonia vocal

Importa realçar alguns aspectos fundamentais que contribuem para a riqueza da nossa tradição musical popular: antes de mais, a polifonia vocal.

O nosso canto polifónico popular terá a sua origem nos cantos litúrgicos da Igreja Católica e apresenta-se mais comummente a duas, mas também frequentemente a três e a quatro vozes reais.

Ocorre tanto nas manifestações religiosas, quer litúrgicas (Benditos, Aleluias) quer extra-litúrgicas (Encomendação das Almas) como nas profanas, sobretudo em certos trabalhos agrícolas (sachas, desfolhadas, mondas, amanhos do linho, etc.).

É assinalado praticamente por todo o país com particular riqueza no Minho, Douro e Beiras, sendo que no Ribatejo e Algarve haverá que aguardar ulteriores investigações a este respeito.

Instrumentos musicais

No campo instrumental, para além da gaita-de-foles (existente em Trás-os-Montes e no litoral oeste desde o Minho à Península de Setúbal), há a assinalar a riqueza musical da viola e da guitarra.

A viola portuguesa, nas suas múltiplas variantes regionais, descende do instrumento aludido pelo Padre Juan Bernardo no séc. XVI (“guitarra”, parente popular da vihuela e descendente da “guitarra latina” trovadoresca) e era tocada por todo o país.

Hoje subsiste apenas no Minho, Douro Litoral, Beira Litoral, parte da Beira Alta, Baixo Alentejo, Madeira e Açores.

A nossa guitarra descende do instrumento que tomou o nome de cítara no Renascimento, o qual por sua vez provinha da cítola medieval.

Era instrumento favorito da joglaria e, ao que tudo indica através dos jograis, ganhou as classes populares e atingiu depois dimensão nacional.

O seu enraizamento popular é assim muito anterior ao nascimento do fado, não devendo, pois, associar-se o instrumento exclusivamente com este género.

Esse enraizamento é visível em todas as províncias e regiões, quer simplesmente a acompanhar o canto, quer na música bailada. (…)

Fonte: José Alberto Sardinha, in “Portugal – raízes musicais”, edição do JN – 1997 (texto editado e adaptado)

António Zambujo encheu o Teatro Municipal de Bragança para mostrar disco "Voz e Violão"

 O cantor António Zambujo subiu este sábado ao palco do Teatro Municipal de Bragança. Um dos grandes nomes da música portuguesa contemporânea veio apresentar o último disco “Voz e Violão”.


Numa sala cheia, António Zambujo apresentou-se sozinho em palco. O cantor apresentou um espectáculo mais intimista com temas do trabalho que editado em 2021.

Além de temas originais, o disco conta também com versões de canções, já que é uma homenagem a algumas inspirações do cantor.

No concerto não faltaram temas de trabalhos anteriores, alguns sucessos, bem como versões de canções que gosta de cantar, algumas que nem sequer gravou.

António Zambujo admite que tem sido bom regressar aos palcos pelo país, em especial depois da paragem por causa da pandemia.

Esta foi a terceira actuação no Teatro Municipal de Bragança de António Zambujo, que promete novidades, com um novo disco, talvez ainda este ano.

Rui Taipa cantor que participou no programa The Voice e que estudou no Instituto Politécnico de Bragança fez o concerto de abertura.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro

XII BTT das Amendoeiras em Flor | 2022

 O XII passeio "BTT AMENDOEIRAS EM FLOR" é um evento desportivo inserido no programa da “XXXV Feira Franca dos Produtos da Terra – Amendoeiras em Flor 2022”, disputado no Concelho de Mogadouro.
O Município de Mogadouro pretende promover as condições ímpares existentes para a prática desta modalidade, estimular, incentivar e incrementar a prática desportiva, divulgar a gastronomia, cultura e as paisagens naturais únicas desta região Transmontana.

Conta com a colaboração da Associação Monóptero Bikers BTT, da União de Freguesia de Mogadouro, Valverde, Vale de Porco e Vilar do Rei, da freguesia de S. Martinho do Peso e da Freguesia de Penas Roias.

Os trilhos serão percorridos ao longo de dois percursos: “distância longa” (50 Km) e "distância curta" (25 Km) e prometem não descorar o magnífico cenário das amendoeiras em flor.

Inscrições e informações aqui.

Normas Gerais XII BTT das Amendoeiras - 2022 aqui.

Proposta de Visitação - Amendoeiras em Flor

Foto: CM Alfândega da Fé

Cáritas Diocesana lança apelo para recolher ajuda esta segunda-feira para a Ucrânia

 

domingo, 27 de fevereiro de 2022

Feira da Amendoeira em Flor regressa a Freixo de Espada à Cinta

ONDA LIVRE TV – Reunião de Assembleia Municipal de Macedo de Cavaleiros | 24/02/2022

Vejam, no mínimo, a partir de 1:14:11. Cláudio. As situações para que alertaste a autarquia são, infelizmente, transversais a todo o nosso Distrito.
Bem hajas pela tua força, coragem e coerência. Que a Câmara municipal não faça "orelhas moucas".
Envio daqui um abraço forte ao meu velho amigo Camilo Morais, presidente da Assembleia Municipal de Macedo de Cavaleiros. Camilo, corta a palavra aos velhotes, como eu e tu, e dá mais tempo de antena aos jovens já que é deles o futuro!

"Prisão” e “solidão” vão deixar traumas nos idosos dos lares

 Os dois anos de pandemia foram sinónimo de “prisão” e “solidão” para os idosos residentes em lares, e vão deixar traumas que instituições como a Santa Casa da Misericórdia de Bragança se preparam para enfrentar.


A maior instituição social do distrito de Bragança foi das primeiras onde entrou o novo coronavírus, no outono de 2020, com 30 óbitos só no mês de outubro e quase todos os utentes infetados, num balanço final de 150 idosos positivos e cerca de 40 mortes.

Ana Rita Afonso, hoje com 91 anos, foi das poucas que “não acusou” positivo ao vírus, mas chorou “muita lágrima de noite” com a dor das perdas que já teve na vida, agravada pelo medo de que a covid lhe leve os que lhe restam.

“A minha neta é enfermeira, ainda é mais perigoso, e os bisnetos estão nos estudos e é o que me preocupava mais. A mim não me preocupava, porque eu estou na idade de ir andando, tanto dá morrer de um mal como morrer doutro”, desabafou à Lusa.

A pandemia “tem sido dolorosa” para esta idosa que está há 12 anos no lar e estava habituada “a muita visitinha”, que agora rareia.

A falta de “vista e de ouvido” obrigaram a que deixasse de ver a televisão e as notícias que a afligiram no início da pandemia, quando via “os sítios atacados”, alguns onde tinha conhecidos.

“Chorei muita lágrima de noite, custou-me muito. Agora parece que já botei (pus) mais o coração ao largo porque já não ouço, já não estou com aquele sentido todo do que se está a passar”, contou.

Escapou ao vírus que entrou uma vez na casa (no lar) e causou uma reviravolta nas vidas de todos e pela qual ninguém esperava.

“Os que não acusaram nada fugiram logo connosco para outro lugar e os que acusaram foram para o nosso, andámos assim quase um mês fora do nosso lugar”, recordou, partilhando que desde essa altura mudou tudo, desde a roupa, ao quarto, à colega, às rotinas.

“A minha vida mudou, a gente agora sente-se aqui, dias e dias, assim sem ver, às vezes ninguém de família, ninguém conhecido, a gente sente-se mais triste, sente-se mais em baixo. É a parte mais difícil”, considerou.

Liberdade já há alguma, pois já vão “à missinha todos juntos, já se transita mais um bocadinho”.

No interior do complexo onde estão as três Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI) da Misericórdia de Bragança, a máscara é o que continua “a afligir mais um bocadinho”, num momento em que o provedor, Eleutério Alves, garante que a instituição está “a entrar na normalidade”.

Tudo aquilo que foi separar, dividir, afastar pessoas, afastar os próprios utentes uns dos outros, das famílias, isso está tudo ultrapassado, como disse à Lusa o responsável da instituição que não tem casos positivos há um ano.

Os idosos “começam a respirar” pois “já andam sem máscara no exterior, começam a ter as visitas normais, com a máscara e o distanciamento social, no interior e mais livres em espaço aberto”.

O provedor admite, no entanto, que “vai haver traumas, quer nos trabalhadores, quer nos utentes”.

Foram “dois anos muito complexos, muito complicados, em que os utentes estiveram dentro da mesma instituição sem poder conviver uns com os outros, separados fisicamente, com barreiras físicas”.

Alguns idosos “não conheciam a cara dos colaboradores, os que entraram neste tempo (de pandemia) e passados dois anos nunca viram a cara do cuidador”.

Ângelo Fernandes conhece a sensação de quando acordou, depois de ter regressado do hospital onde esteve internado em estado grave, num quarto onde não conhecia quem estava a falar com ele porque andavam de máscara e com os fatos “estranhos”.

“Agora da covid estou bem, mas estive muito mal, não dou fé de nada (não me lembro de nada), levaram-me para o hospital e quando me trouxeram para aqui vi um desconhecido ao pé de mim, do outro lado da cama”, partilhou com a Lusa.

O desconhecido morreu “logo para o outro dia”, sem que Ângelo tivesse sequer falado com ele.

Da doença ficaram sequelas: “Agora, quando baralha o tempo, ainda tenho arrepios disso e fiquei um bocado esquecido da memória”, disse.

A covid-19 “mudou tudo” na vida deste idoso, “não com respeito às empregadas” que continuam “amigas”, mas desde que lhe disseram que “não podia ir ver família, filhos, nem nada”, que não podia sair dali.

“O que me custou mais foi estar aqui preso e não ir ver a família. Senti-me assim meio desprezado, não era bem desprezado, mas parecia-me a mim que faltava alguma coisa. Deitava-me e depois pensava muito. Punha-me na cama e dizia nunca mais vejo a minha casa, nunca mais vejo isto, nunca mais vejo aquilo, a gente fica triste”, contou.

Embora já tenha ido a casa no Natal, a pandemia deixa-lhe a sensação de que foi para o lar à procura de companhia, depois de perder a mulher, e ficou sozinho.

O vírus deixou-lhe também a experiência dos testes, que só de os ver fazer na televisão já fica “arrepiado”.

Tem falado com a médica sobre o que sente, expresso nas lágrimas que escorrem pelo rosto deste homem de 95 anos, que encontrou um escape, também das “saudades” do filho e da neta, no regresso aos trabalhos manuais, que já fazia antes da pandemia.

“Passa-me o tempo mais depressa e tiro aquele delírio da cabeça. Se estiver só no quarto, já está uma pessoa a pensar”, enfatizou.

Ana de Jesus fez passar estes dois anos “a correr” a escrever poemas, que até foram publicados num livro e que lhe serviram para expressar o que lhe ia na alma.

Aos 81 anos, a preocupação de agora é a mesma do início da pandemia, a de não querer transmitir aos outros, o que a leva a, apesar das saudades, abdicar dos almoços e dos encontros com o irmão e a cunhada.

“Ainda hoje não quero que eles venham cá porque tenho medo”, afirmou, contando que testou positivo ao vírus, mas nunca esteve preocupada consigo porque estava assintomática.

Fechada no lar, escrevia, fazia crochê, estava sempre entretida, “de maneira que o tempo voava”, inclusive com participações em encontros ‘online’ de escritores e autores.

Diz que “a única marca da covid é não poder ir aos familiares, passar as festas sem poder ir”, mas a verdade é que já pode, mas não vai com a justificação de que o irmão e a cunhada são mais velhos e não se sente à vontade.

Anita, como é conhecida, confessa que também sente “falta de ver caras”, que as máscaras teimam em tapar.

Os lares terão agora pela frente um trabalho de recuperação das marcas que a pandemia deixou e que se revelam num “retrocesso a nível mental e físico” nos idosos, como observou o provedor.

Eleutério Alves garante que a instituição que dirige está preparada “com bons quadros técnicos para trabalhar essas áreas”.

“Nós estivemos dois anos a separar pessoas e agora temos que fazer um esforço - estamos já a fazê-lo - de voltar a juntar as pessoas, de fazer com que as pessoas acreditem que é possível viver em proximidade e em família”, vincou.

Helena Fidalgo, da agência Lusa

Estudo conclui que reintroduzir grandes mamíferos como o lobo e o urso ajudará a restaurar os ecossistemas

 Trazer de volta animais como lobos, castores, ursos e bisontes pode melhorar significativamente a situação dos ecossistemas um pouco por todo o mundo, concluiu uma análise financiada pelas Nações Unidas.

Foto: Joana Bourgard

Este novo trabalho, publicado agora na revista científica Ecography, descobriu que a reintrodução de apenas 20 espécies de grandes mamíferos pode ajudar a restaurar a biodiversidade a nível mundial.

A reintrodução dessas espécies nas suas áreas históricas de distribuição, onde antigamente estavam naturalmente presentes, poderá ser o suficiente para que estes animais aumentem a área que habitam para cobrir cerca de um quarto do planeta, indica uma nota publicada pelo Museu de História Natural, no Reino Unido.

Bisonte-europeu. Foto: Rafał Kowalczyk

Por sua vez, essa recuperação ajudaria a restaurar ecossistemas, a travar emissões de carbono em excesso e a aumentar as populações de outras espécies, consideram os cientistas que participaram neste estudo, promovido pelo UNEP – Programa das Nações Unidas para o Ambiente e pela organização não governamental RESOLVE.

“Os nossos resultados oferecem esperança e uma abordagem para que se reverta a diminuição de grupos de fauna intacta através de programas de restauro proactivos e estratégicos”, afirmou o autor principal do artigo, Carly Vynne, ligado ao UNEP.

“Estamos a assistir um movimento activo de financiamento e de atenção virados para o restauro de ecossistemas e a aplicação de soluções baseadas na natureza”, indicou o mesmo responsável. “Também precisamos de assegurar que os esforços de conservação e restauro trazem consigo diversidade e abundância de vida na Terra e que ajudam a restaurar grupos completos de espécies naturalmente presentes.”

Em causa está aquilo que é hoje conhecido como ‘rewilding’, que se traduz na tentativa de trazer um ecossistema de volta a um estado natural em que se consegue regular a si próprio.

Mas as opiniões sobre o que seria um “estado natural” variam, nota o Museu de História Natural. “Alguns sugerem uma linha de partida de 1500 d.C., enquanto outros advogam a restauração dos ecossistemas para um estado similar a como eram na última Idade do Gelo, há 12.000 anos.

Por outro lado, as estratégias de ‘rewilding’ podem ter os seus problemas, como o facto de as condições para alguns ecossistemas já não existirem mais ou a reintrodução de grandes mamíferos provocar receios nos habitantes da região.

É o caso dos lobos, por exemplo, que no entanto “podem ter um impacto significativo no ambiente através do controlo de grandes populações de herbívoros, permitindo que as plantas e as espécies necrófagas tenham espaço para crescer”.

Lobo-cinzento. Foto: Hans Peck/Unsplash

Já os herbívoros têm um papel importante na dispersão de sementes e no controlo dos fogos, entre outras coisas.

A equipa de investigadores decidiu analisar onde é que a reintrodução de grandes mamíferos poderia ter mais impacto e como é que isso seria alcançado. De um total de 298 espécies de grandes mamíferos, concluíram que apostar em 20 espécies-chave – 13 herbívoros e sete predadores – já pode ajudar a biodiversidade mundial a recuperar. Em causa estão animais como o lobo, o lince, o urso, o castor, o tigre, o bisonte-europeu e o alce, entre outros.

Os cientistas dividiram também o mundo em 730 ecoregiões, ou seja, áreas com comunidades naturais distintas. Compararam depois o número de grandes mamíferos em cada uma e compararam esses dados com os registos históricos.

Resultado? Apenas seis por cento dos lugares estudados têm comunidades de grandes mamíferos tal como existiam há 500 anos. De forma geral, só 16% da superfície da Terra contém comunidades de mamíferos que de alguma forma estão intactas.

A equipa tentou depois descobrir quais são as ecoregiões que seriam mais facilmente restauradas: a maior parte do Norte da Ásia, Norte do Canadá, tal como pares da América do Sul e de África foram consideradas as mais adequadas, uma vez que seria necessário um número reduzido de mamíferos para recuperar os ecossistemas para um estado natural.

Já na Europa, a reintrodução e conservação de de animais como o castor, o bisonte e o lobo poderia ajudar a expandir as populações de grandes mamíferos de volta para 35 regiões onde ficaram perdidas.

Urso-pardo. Foto: Per Harald Olsen/Wiki Commons

Ainda assim, antes de avançar com essas medidas, são necessárias várias acções, avisam os autores do estudo. Por exemplo, controlar as ameaças para os grandes mamíferos, como a destruição de habitats e a caça.

As conclusões desta nova análise vão contribuir para o debate sobre a importância da biodiversidade no âmbito da Conferência COP15, que se vai realizar na China ainda este ano.

“As nossas recomendações podem não ser para já as adequadas para todas as pessoas no terreno”, reconhece outro dos autores do artigo, Joe Gosling, ligado ao UNEP. “As avaliações realizadas a nível local vão considerar se pressões cinegéticas ou a falta de um nível adequado de presas significam que têm de ser resolvidas outras questões antes de se iniciar um programa de reintrodução.”

Ainda assim, “os nossos resultados mostram que existem enormes áreas do mundo que poderão ser adequadas para o restauro de grandes mamíferos se forem geridos os factores de mitigação”, sublinha o mesmo responsável, que lembra que esta é a Década das Nações Unidas para o Restauro de Ecossistemas. “Um restauro efectivo e vasto da natureza não será possível sem o compromisso de governos, suportados por organizadores chave para a conservação e por fontes de financiamento.”

Inês Sequeira