segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Bragança recebeu a Fase Continental de Qualificação Natação da 3ª Divisão

Exposição "Peregrinar...nos caminhos de Santiago - Miradeses " em Mirandela

Bragança presta homenagem ao músico Rui Veloso

Receção ao Caloiro Mirandela 2022: Dia 1

Comemoração do 86º aniversário do Mestre José Rodrigues - Alfândega da Fé

𝐗𝐚𝐧𝐚𝐧𝐚 𝐆𝐮𝐬𝐦ã𝐨 𝐡𝐨𝐦𝐞𝐧𝐚𝐠𝐞𝐚𝐝𝐨 𝐞𝐦 𝐅𝐫𝐞𝐢𝐱𝐨 𝐝𝐞 𝐄𝐬𝐩𝐚𝐝𝐚 à 𝐂𝐢𝐧𝐭𝐚 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐏𝐫é𝐦𝐢𝐨 𝐋𝐢𝐭𝐞𝐫á𝐫𝐢𝐨 𝐆𝐮𝐞𝐫𝐫𝐚 𝐉𝐮𝐧𝐪𝐮𝐞𝐢𝐫𝐨 𝐋𝐮𝐬𝐨𝐟𝐨𝐧𝐢𝐚 – 𝟐𝟎𝟐𝟏 – 𝐓𝐢𝐦𝐨𝐫-𝐋𝐞𝐬𝐭𝐞

 A 4 de novembro de 2022, Xanana Gusmão, Presidente da República Democrática de Timor-Leste entre 2002 e 2007 e Primeiro-Ministro deste país entre 2007 e 2015, será homenageado e laureado presencialmente com o Prémio Literário Guerra Junqueiro Lusofonia – 2021 – Timor-Leste, em Freixo de Espada à Cinta.


A cerimónia de entrega do prémio decorrerá no Salão Nobre dos Paços do Concelho, pelas 11h, em cerimónia aberta à população e à comunicação social.

O papel social, político e cultural que Guerra Junqueiro assumiu no seu tempo foi, e continua a ser, fonte de inspiração para escritores e poetas de todo o mundo, sobretudo dos autores dos países irmãos, como o caso dos PALOP. Este Prémio Literário, criado em Freixo de Espada à Cinta, tem como objetivo dar voz a quem pretende manter em aberto todos os temas pertinentes da sociedade e que deles façam as suas próprias causas através da escrita.

Xanana Gusmão é um exemplo dessa vontade e determinação. A sua autobiografia “Resistir é Viver” relata uma vida de luta e superação em torno de uma causa maior, enquanto defensor dos direitos humanos, da liberdade e da paz, e do seu papel enquanto um dos principais ativistas pela independência de Timor-Leste durante a ocupação indonésia.

Após o reconhecimento internacional da independência de Timor-Leste, em 2002, Xanana Gusmão converteu-se no Primeiro Presidente da recém-nomeada República Democrática de Timor-Leste, cargo ocupado entre 2002 e 2007, ocupando depois, entre 2007 e 2015, o cargo de Primeiro-Ministro deste país. Em março de 2015 foi nomeado Ministro do Planeamento e Investimento Estratégico de Timor-Leste e é atualmente Conselheiro de Estado da República Democrática de Timor-Leste.

Em março deste ano, o Prémio Literário Guerra Junqueiro Lusofonia – 2022 – Cabo Verde foi entregue à escritora Dina Salústio e, em abril, o Município de Freixo de Espada à Cinta procedeu à entrega dos Prémios Literários Guerra Junqueiro Lusofonia – 2020 e 2021 – Guiné Bissau, aos escritores Tony Tcheka (2020) e Abdulai Sila (2021).

O Executivo Autárquico de Freixo de Espada à Cinta continua a trabalhar no sentido de dar a conhecer Freixo de Espada à Cinta além-fronteiras, valorizando o autor freixenista Abílio Guerra Junqueiro no panorama cultural internacional e, em simultâneo, fazer ecoar o nome do concelho para captação de turismo e de ligações culturais.

Torre de Moncorvo acolhe Campeonato do Mundo de Pesca ao Achigã em 2023

 Moncorvo acolhe entre 15 e 22 de outubro de 2023 o Campeonato do Mundo de Pesca ao Achigã onde participarão seleções de 20 nações, que trazem consigo cerca de 250 pessoas, disse hoje à Lusa fonte da organização.


“Recebemos recentemente o testemunho nos Estados Unidos da América (EUA), para organizar em outubro de 2023, o Campeonato do Mundo de Pesca ao Achigã, onde marcarão presença 20 seleções mundiais”, avançou Francisco Morais, um dos membros desta organização.

Nesta iniciativa desportiva, que decorrerá no distrito de Bragança, estão confirmadas várias seleções como a dos EUA, México, África do Sul, Suazilândia, Portugal, Espanha, Itália, Roménia, Sérvia, Croácia, Coreia do Sul, Zâmbia, Porto Rico, entre outros países.

“Nesta modalidade cada equipa é composta por dois pescadores a que junta mais um suplente e equipa técnica. Cada seleção é composta por 10 a 12 pessoas o que, no geral, rondará a presença em Torre de Moncorvo durante uma semana de 250 a 300 pessoas, o que trará dividendos económicos de cerca de um milhão de euros no decurso da competição”, vincou Francisco Morais.

As provas do Campeonato do Mundo de Pesca ao Achigã vão decorrer na albufeira da Barragem do Baixo Sabor, com saída na rampa do Larinho, no concelho de Torre de Moncorvo, e que se estende pela região dos Lagos do Sabor que se aos concelhos vizinhos de Alfândega da Fé, Torre de Moncorvo e Macedo de Cavaleiros.

“Muitas das seleções, que já confirmaram a sua presença, chegam um mês antes aos Lagos do Sabor para treinar. Para uma vila como Torre de Moncorvo, algumas centenas de pessoas durante um mês, é muito importante para vários setores da economia local, já que se trata de um desporto de dispendioso”, frisou a organização.

Esta prova de abrangência mundial chegou a estar programada para 2021, mas, com os efeitos da pandemia, saltou para 2023.

“O local escolhido para o Campeonato do Mundo de Pesca ao Achigã [Lagos do Sabor] é um dos melhores para esta prática ao nível europeu. Em Portugal é destacadamente o melhor dado as condições para a pesca desportiva”, enfatizou.

Este campeonato mundial resulta de uma parceria entre a Federação Portuguesa de Pesca Desportiva (FPPD) e o município de Torre de Moncorvo.

“O município de Torre de Moncorvo vai investir 75 mil euros na organização da prova, esperando-se um retorno de um milhão de euros para este concelho”, frisou Francisco Morais.

Para a prática deste desporto cada embarcação, segundo a organização, pode custar cerca de 100.000 euros e cada pescador poderá pagar de inscrição na prova cerca de 2.000 euros.

Gastronomia | "Castanhas com..."

 Nos próximos seis meses, terá à sua disposição seis fins-de-semanas gastronómicos, onde poderá saborear pratos com seis produtos característicos da região.
O primeiro fim-de-semana gastronómico acontecerá entre 4 e 6 de novembro e será dedicado à castanha, consulte os restaurantes aderentes e marque na sua agenda.

Aceite o nosso convite e venha provar os deliciosos pratos de "Castanhas com..."

𝗥𝗼𝘁𝗮 𝗱𝗮𝘀 𝗙𝗿𝗮𝗴𝗮𝘀 13 Novembro | 10h00 Maçores

 Inscrições até dia 11 de Novembro no Gabinete do Desporto, na União de Freguesias de Felgueiras e Maçores ou AQUI.

𝐅𝐄𝐒𝐓𝐈𝐕𝐀𝐋 𝐃𝐄 𝐒𝐀𝐁𝐎𝐑𝐄𝐒 𝐌𝐈𝐑𝐀𝐍𝐃𝐄𝐒𝐄𝐒 | 𝟐𝟒ª 𝐄𝐝𝐢𝐜̧𝐚̃𝐨

 ✏ Marque já na sua agenda - 20, 21 e 22 de janeiro de 2023

Mais informação AQUI.

🎖 “𝗕𝗿𝗮𝗴𝗮𝗻𝗰̧𝗮. 𝗡𝗮𝘁𝘂𝗿𝗮𝗹𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲!” 𝗱𝗶𝘀𝘁𝗶𝗻𝗴𝘂𝗶𝗱𝗼 𝗻𝗼 𝗔𝗥𝗧&𝗧𝗨𝗥 – 𝗫𝗩 𝗙𝗲𝘀𝘁𝗶𝘃𝗮𝗹 𝗜𝗻𝘁𝗲𝗿𝗻𝗮𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗹 𝗱𝗲 𝗖𝗶𝗻𝗲𝗺𝗮 𝗱𝗲 𝗧𝘂𝗿𝗶𝘀𝗺𝗼

 O vídeo promocional “𝗕𝗿𝗮𝗴𝗮𝗻𝗰̧𝗮. 𝗡𝗮𝘁𝘂𝗿𝗮𝗹𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲!”, lançado em 2021 pelo Município de Bragança, foi premiado esta sexta-feira (28 de outubro), em Ourém, no ART & TUR - International Tourism Film Festival, com um 1.º Prémio, na categoria “Experiências Memoráveis”, e um 2.º Lugar, na categoria “Arte e Creatividade”.

🔗 (Re)veja o vídeo e consulte mais informações AQUI.

Nelson Monforte traz “À Mesa, Leonardo Da Vinci” esta noite ao Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros

 “À Mesa, Leonardo Da Vinci” é o nome do espetáculo que traz Nelson Monforte a Macedo de Cavaleiros esta noite, que convida a viajar numa descoberta dos segredos escondidos por trás da obra “Última Ceia”, uma das mais famosas peças de Da Vinci.


Um espetáculo que vai pôr “em cima da mesa” vários temas que chegam ao espetador não só pelo teatro, como explica Nelson Monforte:

“Este espetáculo penso que é um três em um porque é cinema, teatro e música, tem muito a componente audiovisual.

É uma breve história da humanidade, que toca bastante nesta questão do povo hebreu, dos judeus, porque nesta ceia também são todos judeus, Jesus também o era.

Depois, tudo que está desde o Big Bang até este jantar também é uma componente histórica, que acho que é bastante interessante para as pessoas que vêm ver um espetáculo e veem vários temas em cima da mesa, alguns mais sérios e outros mais leves. É como a pintura, que tem sempre vários segredos.”

O espetáculo vai fazer uma descodificação mística da obra de Leonardo Da Vinci, o que de acordo com o ator, faz todo o sentido, não fosse hoje “noite das bruxas”:

“É uma noite mística e Leonardo Da Vinci também sempre esteve ligado a estas questões, seja da astrologia ou da astronomia.

A nível do dia das bruxas penso que a relação está mais com os segredos, sobre os quais hoje podemos falar e antigamente não, desde as plantas medicinais, que antes a igreja não via com bons olhos, a questão da mulher, que quando falamos de bruxas associamos àquelas que têm algum poder dos ares, da energia da natureza, dos astros, das plantas e dos quatro elementos. O Leonardo também sabia disso.

O que me interessa aqui é o Jesus histórico, não a questão da religião mas sim mais da espiritualidade.

Como é o dia das bruxas falamos dessa superstição, do número 13 numa mesa, que hoje em dia nós não gostamos de ter porque dizem que dá azar, sendo que para outras simboliza sorte.”

Ao longo de cerca de uma hora à volta da “Última Ceia”, Nelson Monforte quer levar o público a refletir. E fica o convite, na primeira pessoa:

“Venham todos, os mais jovens também, pois vão ter o privilégio de ter um espetáculo como este acessível e que venham disfrutar, ver e depois também falar connosco no final para dizer aquilo que sentiram. É tudo muito abrangente.”

O espetáculo tem hora marcada para as 21h30 desta segunda-feira no Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros. O bilhete tem o custo de três euros.

Escrito por ONDA LIVRE

Formações Financiadas - CORANE - Inscrições Abertas

 


Conhece uma árvore com história? Pode candidatá-la a este concurso

Procuram-se árvores que se tornaram parte de uma comunidade. As candidaturas para o Concurso Nacional Árvore do Ano 2023 estão abertas até 18 de Novembro.

Um sobreiro em Arraiolos foi a árvore do ano de 2022 em Portugal - MANUEL PITEIRA

Conhece uma árvore com história? E gostaria que todos a conhecessem? Pode candidatá-la ao Concurso Nacional Árvore do Ano 2023. As candidaturas estarão abertas até 18 de Novembro. Caso essa árvore seja escolhida para o concurso, pode vir a ser a árvore do ano de 2023 e vir a representar Portugal no concurso europeu.

As candidaturas ao concurso podem ser feitas por uma entidade ou particular, indica no seu site a União da Floresta Mediterrânica – UNAC, a organizadora do concurso em Portugal. O regulamento pode ser consultado aqui e o formulário de inscrição aqui. Das árvores inscritas, serão seleccionadas dez por um júri. Essas ficarão disponíveis para votação online e a mais votada será a Árvore Portuguesa do Ano 2023.

“O propósito do Concurso Árvore do Ano é destacar a importância das árvores antigas na herança cultural e natural”, nota-se no site da UNAC. “Ao contrário de outros concursos, a Árvore Europeia do Ano não se foca apenas na beleza, no tamanho ou na idade da árvore, mas sim na sua história e relações com as pessoas. Procuramos árvores que se tornaram parte de uma comunidade maior.”

A árvore seleccionada em Portugal representará o país no concurso europeu. Organizado pela Associação de Parceria Ambiental (EPA), essa competição é composta por vencedores dos diferentes concursos nacionais.

Esta será a sexta vez que o concurso decorre em Portugal. Antes, em 2018, o Sobreiro Assobiador da aldeia de Águas de Moura (no concelho de Palmela) ficou em primeiro lugar no concurso europeu. Em 2019, a Azinheira Secular do Monte do Barbeiro, localizada a sete quilómetros da aldeia de Alcaria Ruiva, no concelho de Mértola, obteve o terceiro lugar. Já em 2020 o castanheiro de Vales, em Tresminas, no concelho de Vila Pouca de Aguiar, conseguiu o sexto lugar no concurso europeu. Em 2021, o plátano do Rossio de Portalegre ficou em quarto lugar. E, em 2022, um sobreiro de Arraiolos conseguiu o terceiro lugar.


Consulte o Regulamento AQUI.
Consulte a Apresentação do Concurso AQUI.
Candidaturas AQUI.

Adivinhações à Moda Tripeira

Por: Paula Freire
(colaboradora do Memórias...e outras coisas...)

Tempo
:
Mor, pra esta semana a prebisão é dum baita grizo. Não bás toda lampeira laurear a pevide ou passear o jeco sem lebar o chuço. Se fores trenga, bais ficar de molho.

Vida Social:
Usa frequentemente o teu chuço. Será um acessório muito útil para não lebares c’os perdigotos das azeiteiras, todas comidas do cérebro, que passam os dias c’a sêmea alapada como umas sostras a amandar bitaites sobre a vida alheia. Manda-as lebar nas bentas e andor violeta. Que se bão cozer.
Uma boa semana também p’ra mandar quilhar as mamonas e as coiras de fronha posta q’andam c’a oura e se acham finas com’um alho. Bota sentido e deixa de ser lorpa: sugere-lhes um chá de bico a ver s’achantram a mula.
C’as morconas que s’acham mijonas, a arrotar postas de pescada e com um paleio d’ encher chouriços, não fiques c’o tau que não adianta um grosso. É grupe. Fazem um alto basqueiro mas são uns narizinhos de cheiro. Mereciam uma enchousadela mas, no fundo, as zequinhas só precisam que lhes bufem uns amassos. Em vez de lhes amandares uma traulitada, a tua melhor chotegane é o desprezo.
Os estapores dessas burgessas podem ser duras de vergar a mola, mas tu chegas lá.

Saúde:
Se tás de férias e acordares de cue p’ró ar não te ponhas de beiços. Vai dar uma volta de cue tremido. Ou enfia uns carapins e bebe uns cimbalinos ou uns finos pr’aquecer o coraçãoe.
Se gostas de chuva e sofres das dobradiças, põe os calcantes e aproveita pr’andar a butes ou dar corda ós vitorinos. Lembra-te que encher a mula e comer que nem uma lontra até esticar o pernil, não é boa opção.

Amor e Dinheiro:
Mesmo que não tenhas grabeto, arreganha a taxa todos os dias. Acredita sempre q’ és uma toura boua comó milho. Sugestão: vai picar o ponto. Tótil. 
A vida é marabilhosa, carago!
(Se não percebeste patavina, não fiques assarapantado/a. Afinal, só quem é do norte é que sabe!)

Planeta: se tás bem não te mudes
Cor: de burro quando foge
Número da Sorte: adivinha… 

Notas da vidente
Enquanto uns se lambuzam a colecionar cromos eu adoro colecionar palavras.
Piem baixinho que se me copiam lebam uma lostra que s’esbardalham todos!

Por, Madame Calada das Quebêtudo


Paula Freire
- Psicologia de formação, fotografia e arte de coração. Com o pensamento no papel, segue as palavras de Alberto Caeiro, 'a espantosa realidade das coisas é a minha descoberta de todos os dias'.

Palombar fala sobre como educar para a conservação da natureza em sessão da Comissão de Cogestão do Parque Natural do Douro Internacional

 A Comissão de Cogestão do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI) organizou, no dia 21 de outubro de 2022, uma sessão participativa dedicada ao tema "Como educar para a conservação da Natureza - conhecer e valorizar o património natural", na qual a Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural foi convidada a participar para apresentar o trabalho que tem desenvolvido nesta área em territórios abrangidos pelo PNDI.

Sara Freire a apresentar o trabalho desenvolvido pela Palombar na área da educação para a conservação da natureza. Fotografia DR.

Durante o evento, que teve lugar na Plataforma de Ciência Aberta de Barca D'Alva, no concelho de Figueira da Castelo Rodrigo, a Palombar abordou a temática da educação para a conservação da natureza, e partilhou a sua experiência, dificuldades e sugestões neste âmbito, contribuindo para a reflexão sobre a importância da educação ambiental no PNDI, o sentimento de pertença da comunidade e o caminho que poderá ser percorrido no futuro.

A Palombar, representada por Sara Freire, técnica de Ecoturismo e Educação Ambiental da organização, destacou igualmente a importância das experiências práticas, atrativas e positivas no território, em contacto direto com a natureza, como fundamentais para as crianças desenvolverem capacidades de tomada de decisões responsáveis do ponto de vista ambiental.

A Plataforma de Ciência Aberta de Barca D'alva e a Associação Transumância e Natureza também falaram sobre o trabalho que têm realizado no terreno neste domínio. Participaram também nesta sessão o Executivo municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, vereadores da Educação dos municípios de Miranda do Douro, Mogadouro e Freixo de Espada à Cinta, assim como representantes da Direção Regional da Conservação da Natureza e Floresta do Norte, técnicos da Comissão de Cogestão e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), diretores de agrupamentos de escolas e professores.

As sessões participativas organizadas pela Comissão de Cogestão do PNDI têm como objetivo gerar uma espaço de diálogo entre as associações de ambiente que trabalham no terreno, os executivos municipais e os agentes educativos, partilhando pontos de vista e possíveis soluções para o futuro da educação ambiental no território.

A Palombar integra a Comissão de Cogestão do PNDI. O Modelo de Cogestão das áreas protegidas é coordenado pelo ICNF.

Indústria de transformação e exportação da castanha com menos movimento por causa do atraso do fruto

 A seca atrasou a castanha em Trás-os-Montes e os efeitos já se sentem na indústria de transformação e exportação do fruto. A Sortegel, em Bragança, é principal fábrica da região a trabalhar com castanha e está com muito pouco movimento, comparando com outros anos

A Ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, disse, em Vinhais, na Rural Castanea, que é preciso esperar para avaliar as quebras mas lembrou que há medidas para ajudar os agricultores. "A esta altura, a Sortegel transmitiu-nos que, em ano normal, já teria laborado cerca de 1300 toneladas de castanha. Este ano ainda não chegou às 400 toneladas. Há um atraso na produção e, portanto, vamos aguardar. De qualquer modo, aquilo temos vindo a disponibilizar medidas e agora estamos a ultimar uma medida onde o sector da produção de castanha pode vir a concorrer, proposta por Portugal, à Comissão Europeia. Vamos disponibilizar 51 milhões de euros, mais sete do Orçamento do Estado, para podermos apoiar as culturas temporárias e permanentes de regadio e de sequeiro".

O presidente da câmara de Vinhais, Luís Fernandes, também considerou, na abertura da feira, que o melhor é esperar para ver. "Temos que aguardar para ver os valores da quebra, porque está realmente atrasada. O preço está ligeiramente mais alto, mas é normal, porque há menos".

Em Vinhais, a ministra falou dos apoios financeiros para a produção de culturas tradicionais. Disse que estão abertos até fins de Novembro e que já receberam 170 candidaturas, dois terços relativas a instalação de soutos.

O presidente da câmara de Vinhais garante que a medida tem sido aproveitada naquele concelho. "Sei que há várias pessoas que aproveitaram essa questão desses apoios e que têm beneficiado, sobretudo pessoas mais jovens, tendo em atenção esses apoios. No concelho, a plantação tem vindo a aumentar".

Na semana passada, o Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República questionou a ministra sobre o investimento em regadio no Vale da Vilariça, pedindo intervenções de modernização e construção de novos regadios. Questionada sobre esta matéria, a ministra disse que os compromissos com a região têm sido cumpridos. "Entre obras já concluídas, obras que se estão a desenvolver e outras que ainda não começaram, são 65 milhões. Em relação à Burga e ao Cerejal,

A ministra passou, sexta-feira, pela região. Visitou a Sortegel, em Bragança, e esteve na abertura do certame de Vinhais, dedicado à castanha.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

Rural Castanea: fruto vendeu-se mais caro mas os visitantes não deixaram de o levar

 Rural Castanea decorreu de sexta-feira a domingo, em Vinhais


Este certame, que se realiza desde 2006, ficou marcado pelo preço por quilo de castanha, que foi o mais alto de sempre.

Os produtores que venderam o que já conseguiram colher, na Rural Castanea, queixam-se de um ano muito atípico e dizem nunca ter visto quebras tão grandes. "Tivemos uma quebra de 80%. nunca tínhamos tido uma quebra tão grande. Estamos a vender o quilo a quatro euros na feira e fora a 1,5. Era para estar mais caro porque não a há", disse Maria Alice Fernandes, de Tuizelo. "A quebra é, mais ou menos de 80%. No ano passado pensávamos que ia acontecer isto mas depois houve castanha. Não era de qualidade mas havia quantidade. Este ano há qualidade não há é quantidade. Estamos a vender a quatro euros o quilo. Ainda compensa investir neste tipo de cultura, temos que insistir", afirmou Sérgio Afonso, de Fresulfe. "A nossa quebra é de 70%. nunca tinha visto nada assim. Se assim continua não vale a pena investir", confirmou Irene Pires, de Gestosa de Lomba.

Os visitantes reconhecem que a castanha está bastante mais cara mas não deixam de a comprar. Dizem ter consciência de que há menos e, por isso, compreendem o aumento. "Venho para comprar castanha, que eu não as tenho. Este ano levo tantas como nos outros anos, cerca de 10 quilos. O preço... o que é agricultura nunca é demais", referiu Luís Martiniano, de Valpaços. "Venho para comprar castanhas. O preço é basicamente o mesmo, quase anda igual", disse Maria Martiniano, de Valpaços. "Levo mais ou menos a mesma quantidade que os outros anos. O preço está mais elevado mas é normal", esclareceu André Fernandes, do Porto.

As doenças e pragas do castanheiro foram, até agora, as grandes preocupações dos agricultores, mas, Abel Pereira, presidente da ARBOREA – Associação Agro-Florestal da Terra Fria Transmontana, diz-se alarmado com o facto de anos como este se tornem uma constante. "O que nos assusta mais é que o atípico se torne típico, que comecemos a ter anos como este. Há cinco anos, em 2017, tivemos uma ano de extrema seca e este ano voltamos a ter. Os ciclos começam a ser cada vez mais próximos".

Ainda que haja menos quantidade, a qualidade da castanha não foi afectada.

A Rural Castanea decorreu ao longo do fim-de-semana, em Vinhais.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

🍴𝗦𝗮𝗯𝗼𝗿𝗲𝘀 𝗱𝗲 𝗢𝘂𝘁𝗼𝗻𝗼 🌰 Semana Gastronómica da Castanha 04 > 13 de novembro

 
Restaurantes aderentes, menus e preços AQUI.

domingo, 30 de outubro de 2022

Dia de Todos os Santos e Dia dos Fiéis Defuntos

Por: António Orlando dos Santos (Bombadas)
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

São dois dias que o povo guarda e embora distintos na intenção da religiosidade do povo e porque a Igreja optou por santificar o conjunto dos Santos juntando-os, os fiéis relembram nesses actos de pura religiosidade e sentimento que passou através dos séculos ficando na alma das gentes rezar ao Altíssimo pela guarda da Alma dos que já não estão connosco.
Alguns são simplesmente pessoas que faleceram há muito tempo, amigos e familiares, outros pelo contrário estão no nosso pensamento dada a pequena distância temporal que separa o passamento deles de quem os amava ou de quem lhes tinha amizade. É nestes dois dias que anualmente cumprimos o acto de os relembrar, agora, numa dimensão que não conseguimos explicar, pois é apenas o apego que lhes dedicamos nas nossas lembranças que ciclicamente e como um dever sagrado cumprimos nesta data que a Igreja escolheu para homenagear os Santos e os Fiéis Defuntos.
Quando eu relembro os meus familiares e amigos que já são passados para a outra dimensão, acabo sempre por pensar que todo este movimento da população que homenageia os seus mortos o faz por amor, honra e crença na vida do Além. Quando vemos chegar gente que vem de países distantes ou até doutros continentes, somos levados a concluir que os laços que nos ligavam aos que já partiram continuam a ser fortes e que o simples facto de podermos ver o local onde eles jazem sepultados acalma o seu espírito, pois mesmo que a distância não elimine a possibilidade de os recordarmos, o facto de os sabermos ali tão perto, podermos chorar e rezar as preces dos cânones, ou mesmo as que nos saem do pensamento pela reverência à sua memória e à crença em Deus que nos transporta para outra dimensão, nos faz viajar milhares de quilómetros, milhas terrestres ou marítimas para estarmos juntos sem estarmos com os que amámos, cada um à sua maneira.
Este ritual que a humanidade repete anualmente é uma prova da nossa humanidade, o facto de o podermos realizar, dá-nos a certeza de que estamos em paz e que podemos exercer uma acção puramente sentimental que nos conforta e nos faz sentir gente vertical e livre.
Como se sentirão os povos que sofrem as guerras bárbaras e injustas que lhes são impostas por tiranos que não têm noção do que é ser gente que verte o seu sangue que cairá em cima dos que fazem verter o sangue da humanidade.



A. O. dos Santos
(Bombadas)

O que procurar no Outono: a orquídea-de-outono

 Carine Azevedo fala-nos de uma planta muito especial, a última orquídea silvestre do ano a florir em Portugal Continental, cujas flores brancas e perfumadas podemos encontrar por estes dias.

Foto: Donald Macauley

As orquídeas são frequentemente apelidadas de rainhas das flores pela sua elegância, delicadeza e graciosidade únicas. Como as suas flores se mantêm perfeitas por um longo período de tempo, são das plantas mais conhecidas e procuradas para decorar espaços.

Existem cerca de 25.000 espécies de orquídeas, distribuídas por aproximadamente 800 géneros botânicos e muitos híbridos, que apresentam as mais variadas cores, formas e tamanhos. Crescem geralmente no sub-bosque de florestas tropicais e subtropicais, embora possam ocorrer nos mais diversos habitats.

Em Portugal, existe uma vasta coleção de orquídeas nativas que na sua maioria florescem durante a primavera e o verão, mas há uma espécie que podemos encontrar em flor durante o outono. 

A orquídea-de-outono (Spiranthes spiralis) é a última espécie do ano a florir em Portugal Continental. Venham conhecê-la um pouco melhor.

Spiranthes

A orquídea-de-outono é uma espécie do género botânico Spiranthes, pertencente à família Orchidaceae.

Foto: Gilles San Martin

Spiranthes é um género de orquídeas terrestres que contém cerca de 40 espécies, distribuídas pelas regiões temperadas da América do Norte, América do Sul, Europa, Ásia e Austrália, e que podem crescer numa ampla gama de habitats, incluindo prados, campos e até florestas.

Em Portugal, ocorrem apenas duas espécies cujas características morfológicas são muito semelhantes. No entanto, possuem períodos de floração distintos: a Spiranthes aestivalis floresce no final da primavera, entre os meses de maio e junho, e a Spiranthes spiralis tem floração outonal.

Orquídea-de-outono

A orquídea-de-outono (Spiranthes spiralis) é uma planta perene, herbácea, que pode atingir entre cinco a trinta centímetros de altura.

É formada por dois a quatro tubérculos subterrâneos, elipsóides, castanhos e lisos, que funcionam como órgãos de reserva e que permitem que se mantenha em dormência durante a época mais desfavorável ao seu desenvolvimento.

Quando as condições ecológicas são favoráveis, a orquídea-de-outono desenvolve a parte aérea, formada essencialmente pela haste floral e pelas folhas. 

As folhas são basais e surgem em roseta, em conjuntos de quatro a cinco folhas, ao lado da haste floral. São ovado-elípticas, verdes, muito brilhantes, agudas e glaucas. As suas margens são inteiras e ligeiramente translúcidas.

Foto: Umberto Ferrando

Quanto à haste floral, surge no outono, após a ocorrência das primeiras chuvas. É verde, simples, ereta, cilíndrica, lisa e verde-pálida e tem a particularidade de preceder o aparecimento das folhas. A parte superior desta haste é coberta com pêlos glandulíferos, curtos e transparentes. 

Por sua vez, as flores são perfumadas, hermafroditas, pequenas e brancas. Surgem dispostas numa única linha, em espiral, em conjuntos de 10 a 25 flores e não possuem pedúnculo.

Abaixo de cada flor surge uma bráctea protetora, elíptica e verde, semelhante a uma folha. As sépalas são livres, esbranquiçadas e estreitamente triangulares. Já as pétalas, ao contrário dos restantes elementos que compõem a haste floral, não possuem pêlos glandulíferos e são brancas.

Foto: Umberto Ferrando/Wiki Commons

Quanto ao labelo, é finamente crenado na extremidade, um pouco mais longo do que as sépalas e não possui esporão. É acentuadamente curvo para baixo, glabro, verde-amarelo e com rebordo branco.

Por seu turno, o fruto é uma cápsula ereta e oblonga, com numerosas sementes minúsculas, planas e reticuladas.

‘Autumn lady’s-tresses‘

Foto: JLVitorino/Flora-On

A origem etimológica desta espécie está intimamente relacionada com a forma como as flores ocorrem.

O nome do género Spiranthes deriva do grego antigo, da combinação dos termos “spir-” que significa “enrolar-se” e de “-anthos” que significa “flor”, ou seja, “flores dispostas em espiral”, referindo-se à forma da inflorescência. O epíteto específico spiralis também se refere ao arranjo em espiral das flores ao longo da haste floral.

Esta característica também lhe confere o nome comum, em inglês, de ‘autumn lady’s-tresses’ (“tranças-de-dama de outono”).

Origem, ecologia e habitat

A orquídea-de-outono ocorre por quase toda a Europa, no Médio Oriente e no Norte de África.

Em Portugal está presente em Trás-os-Montes, Douro Litoral, Beira Litoral, Estremadura, Ribatejo, Alto Alentejo e Algarve, embora seja mais comum nas regiões da Beira Litoral e Estremadura, onde existem várias populações bem estabelecidas. Não há registo da sua ocorrência nos Arquipélagos da Madeira e dos Açores.

Esta espécie de orquídea ocorre em prados, clareiras de matos, em zonas de matos baixos e bermas de caminhos, mas também pode encontrar-se, mais raramente, em campos de cultivos e até em dunas.

Foto: Hans Stieglitz

Tem preferência por locais com boa exposição solar, mas também pode crescer em locais de semi-sombra. É indiferente ao tipo de substrato, mas no entanto tem preferência por solos secos, embora tolere os solos húmidos, desde que bem drenados. 

A orquídea-de-outono não é autogâmica e atrai inúmeros insectos polinizadores, principalmente zangões e abelhas, que são responsáveis pela polinização e frutificação bem-sucedidas desta espécie.

A dispersão das sementes ocorre pela ação do vento, no entanto, a maioria das sementes não se afasta do local de origem, uma vez que é comum a grande maioria das novas plantas desenvolverem-se junto da planta-mãe.

Esta espécie silvestre, embora não apresente nenhum estatuto de conservação em particular, é rara, devendo por isso ser preservada como qualquer outra espécie de orquídea nativa. 

Para a apreciar temos de estar bastante atentos e aproximarmo-nos bem dela, mas quando a encontramos ficamos com a certeza de que encontrámos um pequeno tesouro natural. 

Se a vir por aí registe esse momento, mas não a colha, para que seja polinizada e volte a florir na próxima época. Basta observar e fotografar e, caso queira, partilhe a sua descoberta nas redes sociais, com #oqueprocurar #plantasdeportugal #floranativa e #àdescobertadasplantasnativas.

Dicionário informal do mundo vegetal:

Perene – planta que tem um ciclo de vida longo e que viver três ou mais anos.
Herbácea – planta de consistência não lenhosa e verde.
Tubérculo – caule geralmente subterrâneo, suculento e volumoso, que contém substâncias de reserva.
Glauca – de cor verde-cinzenta-azulada.
Glandulífero – que tem glândulas ou pêlos glandulares.
Hermafrodita – flor que possui órgãos reprodutores femininos (carpelos) e masculinos (estames).
Pedúnculo – “Pé” que sustenta a flor.
Bráctea – folha modificada, localizada na base da flor que a protege enquanto está fechada.
Sépala – peça floral, geralmente verde, que forma o cálice.
Pétala – peça floral, geralmente colorida ou branca, que forma a corola.
Labelo – tépala mediana, de tamanho e coloração diferente das restantes peças florais, que serve para atrair os insectos polinizadores.
Crenada – margem com recortes arredondados.
Esporão – prolongamento oco, fechado no extremo inferior, que se encontra na base das pétalas ou das sépalas de algumas flores, e que pode ou não conter néctar.
Glabro – sem pêlos.
Cápsula – fruto seco, com várias sementes, que abre e deixa as sementes cair quando maduro.
Autogâmica – planta cujas flores são hermafroditas e que são fecundadas pelo próprio pólen. 
Autogamia – Polinização de uma flor hermafrodita pelo seu próprio pólen ou pelo pólen de flores do mesmo indivíduo. Opõe-se a alogamia – fecundação de uma flor pelo pólen de outro indivíduo da mesma ou de espécie diferente = Polinização cruzada.

Carine Azevedo

Ministra da Agricultura anuncia apoios para culturas específicas da região

 A ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, anunciou ontem, na Rural Castanea-Feira da Castanha de Vinhais que os produtores transmontanos podem beneficiar de um aviso que está aberto até meados de novembro, para a produção de culturas tradicionais.


“Já entraram 160 candidaturas e temos uma ideia de que dois terços são para a instalação de soutos. Isto mostra que estamos a apoiar os produtores de castanha, seja pela via do investimento, seja pelos pedidos ao rendimento, apoio único, ou do investimento no regadio. Bragança é um dos distritos com maior investimento em regadio, 65 milhões de euros para oito mil hectares de área regada, que contribuem para o reforço desta cultura neste território”, referiu a titular da pasta da Agricultura.

Na visita ao certame, Maria do Céu Antunes explicou que os agricultores se podem candidatar aos apoios ao rendimento. “No distrito de Bragança cerca de 2500 agricultores vão ao apoio ao rendimento. Em 2022 já abrimos a possibilidade de os que estão nas zonas vulneráveis aos incêndios poderem candidatar-se a estas ajudas e mais 1200 candidaturas que recebemos”, notou a ministra.

Glória Lopes

Miranda do Douro com novo sistema de telegestão das redes para evitar fugas de água

 O município de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, vai implementar um sistema de telegestão das redes de abastecimento de água com o objetivo de evitar desperdícios, anunciou hoje a autarquia.


Em comunicado, a mesma fonte refere que sistema de telegestão deve estender-se a todo o concelho de forma a melhorar e fortalecer a capacidade de otimização e monitorização de anomalias no abastecimento de água.

Este é um projeto avaliado em mais 74 mil euros, comparticipados em 85% pelos Fundos Europeus.

“Esta nova aplicação é capaz de armazenar milhares de registos, dando uma visão geral do funcionamento da rede de água do município, assim como detetar rapidamente ocorrências e avarias técnicas”, refere a mesma fonte.

Segundo a mesma nota, com este serviço, pretende-se melhorar a qualidade do serviço às populações, consistindo numa ação de combate às fugas de água nas redes de abastecimento, permitindo ao município gerir de uma forma mais eficiente os seus atuais ativos bem como o seu bom funcionamento, de modo a garantir uma melhor qualidade do serviço e a sua sustentabilidade.

Foto: António Pereira

sábado, 29 de outubro de 2022

Amo-te Zé Pedro!

Meu querido Neto.
7 anos passados desde que foi tirada esta foto, só vejo em ti mais sabedoria e humanidade.
Nunca te deixes corromper pelas fragilidades, tontas e inconsequentes, dos humanos.
Nunca te arrependas de fazer bem aos outros...

O Ataque - Na Madrugada dos Tempos – Parte 3

Por: Manuel Amaro Mendonça
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

  
O justo se alegrará quando vir a vingança; lavará os seus pés no sangue do ímpio.
Salmos 58:10
 
— Então? — A voz de Zia, companheira de Erem, trouxe-o de volta à realidade. O rosto dela, uma pequena mancha de lama branca emoldurada pela enorme cabeleira negra, estava irreconhecível. Ela insistiu batendo com o cabo da lança no chão. — É agora ou nunca, temos de aproveitar que estão ainda a dormir.

— Eu sei. — Erem estava reticente. — Não sabemos quantos estão ali, pergunto-me se não seria melhor ir fazendo algumas emboscadas aos grupos de caça deles e matando-os gradualmente. Se o número deles reduzir, de certeza se mudarão para longe.
— Isso exigirá tê-los sempre vigiados. — Considerou Lemi. — Não somos assim tantos para fazer isso.
— Não vamos vingar o meu irmão? — Naci parecia estar sempre zangado, mesmo sem a justificação que tinha agora. — Não quero saber se fogem ou não. Mataram Nuri; por um dos nossos, terão de morrer pelo menos três deles! — Ele ostentava ainda as marcas da luta, principalmente um enorme hematoma que quase lhe fechava um dos olhos.
— É verdade que nunca mataram antes… sempre se limitaram a fazer-nos fugir e levavam a caça. — Considerou Asil. — Tu e o Nuri é que reagiram quando eles tentaram levar a gazela. Depois tivemos de atacar todos para vos ajudar e mesmo comigo, Civam e Ediz, todos os cinco, não conseguimos vencer apenas quatro deles.
— Querias fugir e deixá-los levar a comida do clã? — Naci olhou-o incrédulo. — Nuri estava certo, hoje tiram-nos a caça, amanhã roubam-nos dentro da própria aldeia.
— Basta! — Exigiu Lemi. — Fazemos muito barulho.
— Mesmo assim, — Cortou nervosamente Su, a mulher de Naci. — não sabemos contra quantos vamos lutar. — Ela penteou um dos lados da longa e escorrida cabeleira negra, soltando as folhas que estavam presas nela. — Se forem mais que nós…
— Quem não quiser vir que vá embora agora! — Exigiu Zia com os dentes cerrados. — Estamos a perder o tempo que precisamos. Mesmo que se vão todos embora, eu ficarei e haverei de mandar para o mundo das sombras pelo menos um.
— Eu também fico! — Afirmou Naci batendo com a lança no chão e logo secundado pelos seus irmãos Tekin e Asil.
— Parem com isso! — Ordenou Erem. — Claro que temos de ir todos. Vamos vingar o meu filho e dar-lhes uma lição que não esqueçam. Temos de entrar e matar os que nos aparecerem pela frente e, ao meu sinal, ou de Lemi, fugimos de novo para este sítio onde estamos agora. Aqui, esperamos a ver se nos tentam seguir, antes de regressar às nossas casas. Perceberão que a sua ação teve consequências e deverá ensiná-los a manterem a distância ou mudarem-se para longe.
Começaram a descer da crista ocultando-se nos tufos de vegetação. De súbito, Lemi percebeu movimento na entrada da gruta e fez um gesto aos outros. Habituados a serem comandados nas caçadas, imobilizaram-se em silêncio.
Na enorme abertura surgira um dos homens-macaco. Era baixo, como todos os da sua espécie, com os braços e as pernas cabeludos que pareciam troncos de árvore, grossos e duros. Cada soco daqueles punhos nodosos e desproporcionais tinha a força de uma pedrada. O cabelo hirsuto, indistinguível das barbas que lhe caíam pelo peito, tombava sobre o rosto quadrado de celhas negras e grossas que encimavam a arcada supraciliar saliente. Os olhos pequenos e vivos estavam semicerrados quando o indivíduo se abeirou da borda, soltou um ruidoso traque e começou a urinar algures do meio das peles que o envolviam. Assim que terminou, esfregou os olhos, soltou uns roncos preguiçosos e olhou em volta, farejando o ar. Satisfeito com a avaliação, regressou ao interior coçando as nádegas.
Em resposta a novo sinal, todo o grupo reiniciou a progressão começando a subir a encosta enquanto dois deles ficavam para trás certificando-se de que não havia o perigo de serem atacados pelas costas. Quase não era preciso falar, todos eram experientes caçadores e estavam bem habituados a vigiar as costas uns dos outros para não serem surpreendidos por algum outro predador quando caçavam. No ano anterior, um dos filhos de Lemi fora morto por um leão quando corria atrás de uma corça e um cunhado de Zia, acabara por morrer na aldeia vítima dos ferimentos provocados por um urso.
Naci, sempre mais arrojado, lançou-se na escalada primeiro que os outros, logo seguido do irmão Tekin e de Fuat um dos filhos mais novos de Lemi, ansiosos por mostrar o seu valor. A subida não foi difícil; os invasores usaram os pequenos socalcos, invisíveis a partir de baixo, que deviam ser usados pelos habitantes da gruta e rapidamente Tekin e Fuat ultrapassaram Naci, chegando ao patamar à frente de todos os outros.
Lemi soltou um pequeno silvo para que os dois mais jovens se detivessem, enquanto Zia o ultrapassava também. Ele era o mais velho e ficava para último. Os dois rapazes desapareceram na borda do penhasco e já Naci e uma das cunhadas de Erem os seguiram. No momento seguinte ouviram-se vozes e gritos irados que ecoaram vale e espantaram um bando de aves de uma das árvores que crescia inclinada sobre o barranco. Já Erem, um dos seus irmãos, Zia e um irmão dela se guindavam para a plataforma. Havia luta na entrada da gruta e um corpo voou sobre os que ainda escalavam, batendo no fundo da ravina com um baque surdo; Lemi reconheceu o seu filho Fuat. À medida que mais invasores atingiam o patamar, a gritaria intensificava-se; dois corpos agarrados tombaram do patamar e rebolaram na encosta arrastando com eles dois dos invasores que descansavam na subida. Quase derrubaram Lemi que se viu de repente o único na face do barranco. Havia cinco corpos no fundo, e só um era dos homens-macaco.
Sem fôlego para subir mais depressa e desesperado por ir ajudar os companheiros, Lemi esforçava-se ao máximo. Um dos inimigos voou por cima dele com um grito silenciando-se em simultâneo com o baque no solo duro. Várias pedras e algumas lanças caíram em seguida.
Depois da sua subida imprudente, Fuat, Tekin e Naci, viram-se num patamar, meio direito, com cerca de dez metros até à entrada da gruta, de onde saíam quatro homens-macaco gritando de forma alarmante.
Um deles gritou-lhes incompreensivelmente, mas o outro disse com clareza: —Vão embora!
Naci não estava ali para conversar; atirou e cravou a sua lança no pescoço do que falara a língua deles. Tekin imitou o irmão, mas falhou o alvo que se esquivou agilmente. Os três defensores restantes atacaram os invasores de mãos nuas e soltando gritos selvagens.
Fuat não conseguiu usar a lança, partida de imediato pelos braços fortes do oponente que logo o agarrou pelo pescoço. Sem conseguir opor-se-lhe, o filho de Lemi conseguiu pegar a faca de pedra da sua bolsa e cravou-a várias vezes no ventre musculoso do homem-macaco. Este soltou um grito lancinante e empurrou o infeliz do penhasco.
Tekin, esquivou-se habilmente do ataque do seu inimigo e foi mais feliz com a faca do que com a lança, conseguindo espetá-la profundamente entre as costelas do outro.
Havia já mais companheiros a subir ao patamar e a ajudar Naci que, caído no chão, era alvo dos socos impiedosos do seu oponente. Zia cravou-lhe a lança nas costas e um companheiro pontapeou-o no rosto assim que ele caiu, espetando-o várias vezes no peito a seguir.
O homem-macaco que Tekin espetara soltou um enorme grito de fúria e agarrou-o pelo tronco, prendendo-lhe os braços tentando esmagá-lo. Asil correu em socorro do irmão e espetou a lança nas costas do inimigo que, na tentativa de fuga, precipitou-se com a sua presa no vazio.
Da entrada da gruta soavam novos gritos e vários homens e mulheres-macaco corriam na direção deles, enquanto outros atiravam pedras e lanças grosseiras: eram mais de vinte! Mais dois dos atacantes tombaram feridos.
Eda e Ezgi, respetivamente cunhadas de Erem e Zia usaram as fundas em que eram exímias e derrubaram alguns dos defensores, causando a confusão entre os restantes. As lanças bem apontadas de Erem e dos outros causaram mais vítimas e pararam a investida, com exceção de um deles que se chegou perto o suficiente do grupo invasor para sofrer vários golpes de e tombar imóvel. Havia agora vários corpos caídos na área da esplanada.
Os defensores, refugiados na entrada da caverna, atiraram nova chuva de pedras e lanças com pouco efeito, tirando alguns feridos ligeiros. Eda e Ezgi causaram novas vítimas com as suas fundas que tinham um alcance muito maior, fazendo os inimigos recuarem ainda mais para o interior. Lemi chegava nesse momento à borda do patamar.
Erem tentava assimilar rapidamente a situação complicada em que se encontravam; não podiam investir, pois, os outros eram em número superior e eram precisos vários para liquidar apenas um deles, além disso, já tinham vários feridos e seriam rapidamente suplantados. — Desçam depressa, vamos, fujam! — Gritou decidido na borda do patamar. — Eda, atira-lhes mais pedras, mantém-nos lá dentro. Cemil, ajuda-me, atiremos-lhes com as lanças deles.
Enquanto os restantes desciam e ajudavam os feridos, um pequeno grupo de quatro tentou manter os inimigos à distância, mas as lanças eram mais pesadas e mais toscas, caíam quase sem força ou batiam inutilmente nas paredes da gruta.
Vendo que o número de atacantes era irrisório, os homens-macaco começaram timidamente a sair da gruta atirando mais pedras e os quatro resistentes tiveram de se lançar na descida de forma meio atabalhoada. No fundo do barranco, já os outros acabavam com um dos inimigos que ainda estava vivo e arrastavam os seus mortos e feridos pela encosta contrária.
Enquanto Eda descia, Asli conseguia atirar com a funda algumas pedras bem colocadas para assobiarem à cabeça dos defensores que se atreveram a espreitar na borda do penhasco, mas isso não impediu que uma chuva de grandes rebos caísse sobre eles. Um dos projéteis acertou com força sobre as costas e ombro de Erem fazendo-o cair e foi Cemil, seu irmão, quem o ajudou a refugiar-se com os restantes atrás da crista onde haviam iniciado o desgraçado ataque.
Gritos de vitória e de desafio dos defensores, postados na borda do penhasco, faziam-se ouvir.
Cheio de dores, Erem olhou para os companheiros; Fuat e Alev estavam mortos, Tekin estava bastante ferido e teria de ser carregado, quase todos ostentavam ferimentos mais ou menos ligeiros, com exceção de Lemi que estava pálido de cansaço, ofegante e com a cabeça entre os joelhos.
Apesar de terem causado bastantes vítimas, o resultado era pior para eles. Os homens-macacos ganharam o combate.

Manuel Amaro Mendonça
nasceu em Janeiro de 1965, na cidade de São Mamede de Infesta, concelho de Matosinhos, a "Terra de Horizonte e Mar".
É autor dos livros "Terras de Xisto e Outras Histórias" (Agosto 2015), "Lágrimas no Rio" (Abril 2016), "Daqueles Além Marão" (Abril 2017) e "Entre o Preto e o Branco" (2020), todos editados pela CreateSpace e distribuídos pela Amazon.
Foi reconhecido em quatro concursos de escrita e os seus textos já foram selecionados para duas dezenas de antologias de contos, de diversas editoras.
Outros trabalhos estão em projeto e sairão em breve. Siga as últimas novidades AQUI.