domingo, 30 de junho de 2019

Imprensa regional ainda tem lugar no interior do país

Que mecanismos podem manter vivos os media que batalham, no interior, pela sua sobrevivência? Um debate que não tem facilidade em chegar a uma solução, segundo Luís Mendonça, da Universidade FM/Notícias de Vila Real, António Pereira, do “Diário de Trás-os-Montes”, Luís Castro, da RTP, e João Vilela, do “Voz de Trás-os-Montes”.
“Mais de metade da população lê mais a imprensa regional que a nacional”, disse Luís Castro, da RTP, no âmbito do primeiro painel do ciclo de conferências ‘Portugal Inteiro’, da responsabilidade da parceria entre a Altice e o Jornal Económico, cujo tema mais específico é ‘Inovação: o interior como oportunidade’. Em causa está ‘o papel dos media para a promoção e desenvolvimento do interior’.

Mas, apesar dessa realidade, a imprensa regional continua a fazer frente a dificuldades difíceis de ultrapassar. “No interior é mais difícil manter uma publicação isenta do poder que no litoral”, disse António Pereira, diretor do “Diário de Trás-os-Montes”. O segredo para solucionar esta dificuldade é só um: “manter os custos no mínimo possível”.

Mas a inovação pode também dar uma ajuda, como afirmou João Vilela, diretor do jornal “A Voz de Trás-os-Montes” – no seu caso no domínio comercial, “o que nos permitiu tornar-mo-nos sustentáveis e explorar outro tipo de iniciativas que de outra forma não faríamos”.

Mas não só: “lançámos há dois anos um novo site” – que não tem apenas ‘bondades’: “dificilmente conseguimos acompanhar a evolução” do setor digital, não só em termos económicos, mas também no que diz respeito à possibilidade de manter a aposta no que de mais modernos vai chegando ao mercado.

Já Luís Mendonça, diretor da Universidade FM/Notícias de Vila Real, recordou que há cada vez mais entraves ao processo de desenvolvimento dos media e uma espécie de boicote ao papel que os meios de comunicação social poderiam desempenhar, desde logo em termos das regiões. “O atual Governo tem sido castrador da atividade das rádios” no que tem a ver com a capacidade do setor aumentar o auto-financiamento.

O debate recentrou-se na inovação como forma de permitir o desenvolvimento dos media locais do interior. Para António Pereira, os sites em permanente atualização são uma das formas – mas não é fácil, dado o enorme desconto que aquele suporte informático praticam em termos de custos publicitários.

Mas João Vilela recordou que “em nenhuma circunstância o papel vai desaparecer”, para enfatizar que “o crescimento do digital é alavancado nas receitas publicitárias, que sistematicamente não chegam para sustentar” os projetos. “Não há incentivos para a aposta no digital”.

Luís Mendonça afirmou que “é muito difícil em Trás-os-montes aumentar receitas”, mas há sempre alguma coisa nova a fazer. A ligação entre o papel (de jornal), as rádios e o digital tem capacidade, em interligação, para novos formas de angariação de financiamento.

Texto: António Freitas de Sousa, Foto: Cristina Bernardo

Jornal Económico e Altice debateram “Interior como oportunidade para a Inovação” esta terça-feira na Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, em Vila Real.  O ‘Interior como oportunidade para a Inovação’ foi o tema da segunda conferência do ciclo "Portugal Inteiro", que contou com participação de inemuras personaldiades e juntou dezenas de pessoas no Auditório da UTAD, para debatar a Inovação no interior do País.

O Diário de Trás-os-Montes regista aqui para futuro e desta forma o debate ocorrido com autorização do Jornal Económico.

in:diariodetrasosmontes.com

O metal em terras transmontanas numa viagem até "Golden Sea"

Whales Don't Fly

Neste percurso que temos vindo a fazer de divulgação de bandas de Trás-os-Montes apresentamos hoje banda Whales Don't Fly, que surgiu da união de dois jovens de Vila Real com dois jovens de Bragança, que se encontraram algures nas aulas do Instituto Politécnico de Bragança onde estudam música, mas o elo surge do gosto comum da música metal. Prometem um álbum de originais para o fim do verão. 

César, baterista

Zé, baixista

Jorge, guitarrista

Rafa, vocalista e guitarrista

DTM: Como é que chegaram a consenso a esse nome?

César: A ideia do nome surgiu de Rafael, o vocalista. A nossa visão é associar o nome ao nosso estilo musical - como o Metal é considerado música pesada, e a baleia é um animal pesado, nós dizemos "Whales Don't Fly" para reforçar a ideia que realmente, a baleia é um animal pesado e não voa; à parte da nossa música - é uma música pesada na mesma mas, uma pessoa reage com a música, flutua um bocado. Mas o nosso estilo é pesado.

DTM: O vosso estilo é pesado, um estilo de música que vos identifica... Essa opção de fazer música pesada tem a ver com os vossos sentimentos, tem a ver com o quê exatamente? Porque vocês sabem tocar outras músicas, mas onde foi que vocês foram buscar esse sentimento, essa vontade de tocar música pesada?

A: Tem a ver com a inspiração de todos, o que é que ouvimos todos nós, nós todos temos estilos diferentes de música, géneros que ouvimos, são muito diferentes, cada um. Por exemplo, aqui o Jorge é mais Hard Rock, mas também ouve muito Metal. Eu também a primeira banda que me lembro de ouvir é Pink Floyd, por exemplo. Mas depois fui para o Metal, e etc etc. É um verdadeiro metaleiro, o Zé, é o Metal full-on. E ali o gajo das brasileiradas e assim (risos da banda).

B: Não, gosto de música um pouco alternativa, gosto de variar de estilos. Eu não gosto de colocar Rock nas minhas músicas, gosto de dizer que gosto de música em geral. Mas acho que o nosso estilo a par das nossas influências, sem dúvida que ouvimos muito esse estilo de música, mas também no meu caso por ser um estilo de música enérgico, transmite energia, gosto de música com bastante energia, com bastante ritmo, e então talvez esteja...

C: e a vantagem disso também é que cada um traz as suas influências à mesa, e criamos uma cena própria.

D: O resultado final é uma coisa própria que nasceu de todos os estilos que convergiram nos Whales Don't Fly.

DTM: Vocês são um grupo de Bragança, mas vi que vocês são 2 de Vila Real e 2 de Bragança. Como é que surgiu essa união, como é que vocês se reuniram numa banda, num objetivo único, que é fazer música de Metal?

E: Foi através do IPB, estamos todos a estudar no IPB, na Escola Superior de Educação...

DTM: Isso era o elo comum, para vocês todos?

E: Sim, conhecemo-nos na escola.

DTM: Conheceram-se na escola, cada um a tocar...

F: Menos eu e o Jorge, que já tivemos 2 bandas quando éramos mais garotos cá em Bragança, e fomos da mesma turma no Secundário, também já nos conhecemos dessa altura. Mas o Zé e o César, somos do mesmo curso, da mesma turma de Música no IPB...

G: E também o interesse já era a música, pelo menos da nossa parte.

H: Eu conheci o Rafa através do Jorge, depois a partir daí começamos a falar de música e tal, e depois surgiu...

DTM: E depois surgiu com naturalidade a banda, não é?

H: Sim, sim.

DTM: Vocês são de Trás-os-Montes, de Bragança, daqui da região, e sentem-se bem a fazer esse tipo de música, essa música um bocado mais pesada e assim. Tem público para isto, há público aqui que vos adere, que goste da vossa música?

I: Sim, acho que tivemos essa prova no concerto que demos na Tenda Armada, que acho que nem eles nem nós estávamos à espera da reação que tivemos nesse dia,

DTM: A Tenda Armada foi no IPB?

I: Foi no IPB, foi um festival organizado pelos alunos de Artes, de Educação, e creio que o resultado final foi bastante positivo. Acho que ninguém estava à espera do nosso som, em Bragança temos de ser realistas, há muito tempo que não havia uma banda de música mais extrema e original, e acho que foi uma lufada de ar fresco, para a região.

J: Sim, mas acho que existem sempre grupos, não é? O Metal sendo também um estilo, e as suas ramificações, os seus variados estilos diferentes de Metal que existe, acaba por dividir em grupos e sub-grupos. Como é um estilo mais underground, digamos assim, acaba por formar grupos, não é? Toda a gente que ouve Metal, portanto o nosso "sub" pode não ser aceite a toda a gente. Mas acho que nós conseguimos juntar o melhor dos 2 mundos, que conseguimos agradar ao pessoal do Metal, porque realmente há Metal nisso, acho que é bastante melódico e acho que é bastante audível para todos.

DTM: E as vossas músicas, falaste que as vossas músicas são algo melódicas, são músicas criadas por vocês, são originais, ou nesta fase inicial do vosso conjunto estais a tocar músicas de outros?

K: Não, são 100% originais.

DTM: Todas as músicas originais, já tendes músicas originais para fazer uma hora de concerto?

Banda: Sim, sim.

DTM: Quantas músicas já tendes, mais ou menos, vossas?

L: Neste momento feitas, são 7. Estamos a construir mais 3.

DTM: E essas músicas que vocês fazem, essas 10 músicas, são criadas por vocês em conjunto, algum de vós leva a ideia e depois formais todos, ou há um que é mais criativo e que faz as músicas e os outros acompanham? Como é o vosso processo criativo das músicas?

M: Inicialmente cada um, trabalhamos em casa, ou cada um surge com uma ideia, mostra aos restantes num ensaio, e continuamos a desenvolver a partir daí. No início era assim. Mas agora é preciso separar, porque nós começamos a ensaiar dessa forma, começamos com construção de ideias, e construção de músicas através da construção de ideias que cada um tinha, e começamos a fazer músicas soltas. Por isso é que vamos separar agora o EP do álbum. Porque o álbum já é um contexto, que chegaram eles os três. Chegamos a um conceito, que queríamos que o álbum fosse um conceito, fosse uma história. Então já se desliga das outras músicas que serviram inicialmente para nos unir, começamos a tocar, a juntar ideias, e transformou-se agora noutra coisa, portanto é preciso separar.

DTM: Falaste que esse álbum tem uma história, ou é criada à base de uma ideia. E essa ideia exatamente qual é, qual é essa história?

N: Assim, falando muito por alto, a ideia é, a ideia geral: é sobre um deserto, que há milhões de anos atrás, era um oceano. E passados uns tempos, formou-se um deserto. E conta a história de um peregrino, que decide conhecer esse deserto, que é o Golden Sea, para procurar a paz dele. É uma pessoa que tem bens materiais, tem tudo, mas decide ir à procura disso para ter a sua paz de espírito, e não se sabe ao certo o que há lá. Sabe o que é o Golden Sea, mas não sabe ao certo o que é que vai encontrar lá.

O: Tento ver uma maneira mais abstrata essa ideia de viagem e os lugares que ele visita, ter uma passagem pela vida dele.

P: Fazer uma espécie de introspeção, não é? Fazer uma revisão de todo o seu caminho ao longo da sua vida, que é uma pessoa que está bem, tem tudo, mas falta-lhe qualquer coisa, então ele vai à procura de algo, e ele entende que então, o que ele encontra, esse algo que ele procura era a própria viagem, e não qualquer coisa que ele está à procura que ele vai encontrar no final da viagem não, no final ele descobre que a viagem em si...

Q: Para mim é mais literal por acaso, de o álbum, a forma como estamos a fazer, na forma como estou a ver as coisas, é o Golden Sea, ...

DTM: É assim que se chama o álbum?

Q: Sim, vai-se chamar "The Golden Sea". E o final do álbum, portanto, é a morte, o final de uma vida. E o álbum todo é a vida. A viagem da vida dele. Todas as passagens que ele fez não referimos isso, mas desde nascença até à morte, pronto. Na minha cabeça eu vejo assim o álbum, ser a viagem da vida dele.

R: Acho que a energia está aí, cada pessoa que ouve o álbum,

S: Depois cada um interpreta à sua maneira, mas a ideia está lá, acabamos por chegar todos à mesma conclusão.

T: As pessoas conseguem-se identificar também, é um bocado pessoal também, da minha parte como interpreto isto.

DTM: Cada um de vocês verteu uma ideia, a vossa maneira de ser e a vossa identidade um bocado no álbum, e reúne isso tudo?

Banda: Sim.

DTM: É uma viagem coletiva mas cada um de vós tem lá um bocado!?

U: Exatamente.

DTM: Esse álbum e essas músicas e essas letras são cantadas em Português ou Inglês?

V: Inglês.

DTM: E essa música é construída por vocês, é com base em poemas de terceiros ou mesmo construída por vocês?

W: Construída de raiz.

DTM: O que é que vocês fazem primeiro, a música ou a letra?

X: Depende. Neste caso acabou por surgir primeiro a letra, porque como foi a criação da história, tornou-se mais fácil e mais intuitivo dessa forma, porque tínhamos a ideia da história na nossa cabeça, um início, meio e fim, então foi como escrever um livro, a pessoa tem ideia da história que vai escrever, vai escrevendo isso, e fomos escrevendo isso.

Y: A parte letrista do álbum está toda completa, já temos todo o álbum feito, na parte das letras, mas agora só falta o musical, e nessa parte é interessante porque não é um livro em branco, já temos algumas partes escritas, podemos completar, ...

DTM: Mesmo em termos musicais?

Y: Sim, mesmo em termos musicais.

Z: Acabou-se por tornar mais fácil assim, porque ao ler e conhecer a história, sabemos que sonoridade acrescentar à história, àquele capítulo.

1A: É um bocado como fazer a banda sonora de um filme. A narrativa está lá, ...

Z: ...e nós vamos dar-lhe a identidade sonora.

1B: Uma mensagem em cada música, por exemplo, se calhar uma das do final, como é o final, quase a chegar ao fim, ser mais épica.

1C: O culminar, ...

1B: Sim, ser o culminar da viagem toda, está a chegar ao fim.

1D: Foi engraçado que começamos pelo final. (risos)

1D: O Jorge escreveu a letra do que ia a ser o Golden Sea, o tema, ...

1E: No início até escrevi como música de solo, depois eles é que deram a ideia "e se fizéssemos isto algo maior?", e alguma história seguida.

1F: E até foi engraçado porque estávamos meios empancados em termos de ideias, mais ou menos, estávamos numa espécie de impasse, e essa letra, lembro-me que vimos a letra dele na esplanada e decidimos, ...

1G: Nós fizemos a música como ele disse, exato, nós fizemos a música, nós vimos, "Fogo, esta música tem, o contexto, a história está mesmo boa, a letra está mesmo boa, isto não pode ser só uma música e vamos transformá-la num álbum." Então, de uma só música, que era o processo que estávamos a trabalhar, por isso é que disse "fazer a separação", ao criar aquela música decidimos "Não, podemos explorar mais isto e explorar mais este mundo que estamos aqui a trabalhar nesta música. Então transformamos num álbum e fazemos logo a partir daqui.


DTM: Esse álbum Golden Sea incluiu as tais 10 músicas?

1H: Nove.

DTM: Nove músicas. Mas esse álbum já incorpora as outras músicas que vocês já fizeram?

1I: Não.

DTM: São separadas?

1I: Sim, por isso é que estava a dizer, a separação é o EP, que vai ter cerca de 4 músicas, 3 ou 4 músicas, um EP é um "short", uma coisa mais pequena, não é uma longa-metragem, é uma curta-metragem. Ou seja, vai ter 4 temas que vão ser essas músicas soltas que criamos no início da banda, porque ainda não havia um caminho, então esses 4 temas vão fazer parte do EP, e depois há a separação para o álbum, que vamos lançar mais tarde, com a história já, com o contexto.

DTM: Então vocês vão lançar um álbum, já tem uma data marcada ou ainda não?

1J: Tem de ser até setembro.

1K: Não, o calendário está feito, não há um dia certo, mas temos uma noção.

1L: Traçamos uma meta.

1K: Traçamos uma meta. Por exemplo, neste momento, estamos a trabalhar na construção do EP, as quatro músicas iniciais. A ideia era lançar essas quatro músicas, irmos para estúdio trabalhar no álbum, e depois lançar o álbum. Agora, em termos de datas, estamos a pensar, até inícios de julho, primeira quinzena de julho, gravar o EP, que estamos a fazer por nossa conta, com os nossos computadores, com o nosso material que temos, gravar por nós, produzir nós, digamos assim, ...

DTM: E gravais num estúdio vosso?

1K: Não não não, em casa, com o computador, gravamos tudo, a bateria, pronto, é mais complicada, não temos material para gravar uma bateria, vamos fazer digitalmente, mas com som bastante real, mas tudo produzido por nós, trabalho de edição e et cetera. Depois, a divulgação então vai ser feita quando estiver terminado, podemos terminar isto, mais uma vez, até ao final da primeira quinzena de julho, terminar as gravações e terminar a gravação. A partir daí lançá-lo, e depois, tendo já algum material para mostrar às pessoas, para divulgar, talvez ainda conseguir arranjar um, ou dois, três concertos antes de agosto, ou é agosto, ou entre julho e agosto, arranjar os concertos, arrecadar um bocado de dinheiro, e aí sim, ir para estúdio, em finais de agosto, a data para ir para estúdio vai ser para finais de agosto, não sabemos o dia, mas lá para, entre 20 a 31, ...

DTM: Esse é o vosso trabalho de verão, digamos.

1M: É um bom trabalho. (alguns risos)

1K: E depois aí sim, se tudo correr bem, depois dependendo também de como será feito a gravação num estúdio profissional, dependendo também do desenvolvimento do trabalho e da progressão, lançá-lo em setembro, era a ideia. Se conseguíssemos ter as coisas terminadas, lançar o álbum em setembro.

DTM: Vocês já falaram que vocês são uma música Metal, que música é que vocês ouviram antes para gostarem de Metal? Já começaste pelos Pink Floyd e tal, e outros? Moonspell?

1N: Não, vou contar o meu percurso, o meu percurso todo também vai variando por muitos caminhos. Somos todos da geração de 90, acho que também fomos influenciados pela música que passava muito nos 90, eu principalmente, a fase do Rock, do Rock Alternativo, bandas como Nirvana, Pearl Jam, essas bandas que marcaram a geração dos 90, no que toca o Rock, neste caso, influências de Metal, lembro-me de em pequeno, sempre, tinha um primo mais velho, que era adolescente na década dos 90, que sempre ouvia muito Rock, Metal, Metallica, Megadeath, Dream Theater, esse tipo de bandas, e sempre gostei deste estilo de música também influenciado pelo meu primo mais velho, que era daquela geração. E depois fui crescendo e sempre habituado a ouvir aquele estilo de música, também era como estava a dizer que como crescemos nessa geração, acho que também fomos mais propícios a gostar deste estilo, e pronto, mas depois fui crescendo, fui gostando de música, quis levar isso mais a sério, fui explorando outros estilos que gosto bastante também.

DTM: Vocês também têm esse percurso assim?

1O: Sim, o meu é um bocado parecido ao do César, também foi com um primo meu, que ele ia para minha casa e trazia CDs e ouvíamos na aparelhagem, e lembro-me de ouvir muito Metallica, Iron Maiden, Pantera, Annihilator, esse tipo de bandas. E depois fui tendo o meu próprio estilo à medida que fui crescendo.

1P: O meu foi mais ou menos igual, só que a minha base foi sempre o Rock, e o Rock Progressivo, bandas como Rush, Pink Floyd, King Crimson. e depois comecei a ouvir mais metal de bandas de Metal que foram influenciadas por esse próprio Rock Progressivo. Foi aí que me interiorizei mais no Metal. E hoje é um estilo que gosto muito. Mas a minha base é sempre o Rock.

1Q: Para mim ouvi sempre o Rock, como disse, tenho uns vinils do são do meu pai; Pink Floyd, Rolling Stones, etcetera,, Gypsy Kings (risos) também. Depois comecei a procurar por mim bandas, e descobri por mim Linkin Park, uma banda de 2000, e outras, Metallica, et cetera. Depois comecei a desenvolver mais isso.

DTM: Vocês têm uma coisa em comum, estão a estudar música no IPB, não é?

1R: Certo.

DTM: E isso ajuda-vos, os vossos instrumentos vocês aprendem por vós próprios, ou foi um bocado ir para uma escola de música e a partir daí começar, ou foram vocês que começaram a tocar os vossos instrumentos por vocês? Como é que esse processo aconteceu?

1S: Sim, inicialmente começamos por aprender sozinhos, eu falo por mim, acho que foi o caso de todos, fomos autodidatas, não fomos inscritos numa escola e começamos a aprender música, como acontece com os alunos do Conservatório, os estudantes de um estilo mais erudito, que são colocados numa escola, e aprendem... Não, acho que o gosto surgiu, procuramos aprender um instrumento, e no meu caso, e do Rafa não sei, acaba por ser mais ou menos a mesma coisa, vir para o curso de Música acaba por ser um complemento, não uma forma de melhorar, porque não é um curso de Instrumento, é um curso de Educação Musical, o nosso caso, então não é para completar a nível instrumental mas é mais do saber e do conhecimento da música, e do interesse que temos na música em si. Mais por aí, porque a nível de instrumento, acho que aprendemos todos sozinhos e vamos explorando.

DTM: Todos sozinhos?

1T: Eu não, eu fui para a Vamusica quando era garoto, fui para a Vamusica estudar, foi o meu pai que me pôs lá, e depois pronto, comecei a desenvolver.

Eu comecei no baixo, comecei como baixista e depois é que fui para a guitarra. E pronto, foi isso. Depois saí da Vamusica, comecei a ter professores fora da Vamusica, depois fui para o curso de Música também. Foi como vocês, um complemento.

1U: A minha história foi basicamente: eu quis tocar guitarra, e pedi aos meus pais que me comprassem uma guitarra elétrica, mas eles só me compravam uma guitarra elétrica se eu fosse para aulas de música e tivesse formação. Tive um ano e meio a ter aulas de música, mas não deu em nada, e encostei a guitarra porque fiquei mesmo dececionado, e um dia lembrei-me, "há pessoal que consegue aprender sozinho, vou tentar a minha sorte" e voltei a pegar na guitarra e pronto, foi assim.

1V: Eu comecei numa escola, também como o Rafa, e fui saltando de várias escolas até... e durante esse tempo, fui treinando em casa, tendo algum acompanhamento por parte de professores, mas a maior parte foi sozinho, pelo menos a parte inicial tive ajuda, depois no meio comecei a aprender sozinho no Youtube, e essas plataformas.

DTM: Vocês já fizeram alguns concertos, não é?

1W: Fizemos 2 concertos.

DTM: Fizeram 2 concertos, correram bem, como é que foi?

1W: Um foi em Vila Real, outro em Bragança.

DTM: Em Vila Real foi aonde?

1X: Foi num festival de Metal, foi a primeira edição organizada por um amigo do Zé. Para um projeto escolar. E como tínhamos esse contacto ele chamou-nos, e dentro dos possíveis correu bem.

DTM: Tendes agora alguns concertos já agendados, ou ainda não?

1Y: Ainda não. O que eu estava a dizer era que temos a ideia de tentar marcar mais dois ou três concertos, até à gravação do álbum, mas temos alguns sítios, mas ainda não está nada definitivamente agendado. Temos algumas ideias de sítios onde tocar, agora é esperar.

DTM: A entrevista está no fim, mas se vocês quiserem acrescentar alguma coisa, que não abordamos e que gostassem de dizer?

1Z: Sigam-nos nas redes sociais. (risos)

2A: Acho que foi tudo dito.

DTM: Tendes redes sociais já? Tendes o quê, Facebook?

2B: E Instagram.

DTM: Facebook e Instagram da vossa banda.

2C: Sim, sim. Sigam-nos e vejam as novidades do próximo disco.

Entrevista e fotos: António Pereira
As fotos dos concertos foram cedidas pela banda.
in:diariodetrasosmontes.com

Município de Macedo de Cavaleiros homenageou vítimas do acidente com Helicóptero do INEM

O médico Luís Veiga, a enfermeira Daniela Silva, o piloto João Lima e o co-piloto Luís Rosindo, foram os quatro profissionais que perderam vida no passado dia 15 de dezembro a serviço do helicóptero do INEM sediado em Macedo de Cavaleiros, que caiu na zona de Valongo, e este sábado a autarquia de Macedo de Cavaleiros homenageou-os a título póstumo.
Presente na cerimónia não esteve a Ministra da Saúde, como era previsto, que foi substituída por Raquel Duarte, Secretária de Estado da Saúde.

Uma forma de lembrar e agradecer a dedicação destes quatro profissionais, considera a governante:

“Nós sabemos que estes profissionais estão 24 horas por dia, todos os dias da semana, à nossa espera.

Os riscos que eles correr, muitas vezes porque vão acorrer a locais de difícil acesso, em situações atmosféricas muitas vezes complicadas, são riscos que se tentam melhorar mas ninguém acredita que algum dia eles vão acontecer, e esse foi um dia fatídico para todos nós porque realmente aconteceu.

A homenagem que estamos a fazer aqui não é mais do que dizer um obrigada a estas pessoas, a estes elementos que nos ajudaram imenso. Não vamos tirar lágrimas nem anular o tristeza e angústia que estes profissionais passam, mas vamos dizer-lhes que nos lembramos deles e temos muito orgulho do que fizeram por nós, estando para sempre na nossa memória.”


Quanto às indemnizações que ainda não foram pagas aos familiares das quatro vítimas, a Secretária de Estado diz desconhecer o que está a atrasar esse processo, afirmando que da parte do INEM está tudo em ordem:

“Essa é uma situação sobre a qual questiono várias vezes, sei que da parte do INEM está tudo organizado, e sei que as seguradoras estão ainda a tratar dos assuntos com os familiares. Ainda hoje perguntei o que podíamos fazer para ajudar, mas tratam-se de assuntos entre as seguradoras e as famílias.”

As medalhas de mérito municipal grau ouro, entregues pela autarquia de Macedo no Dia do Município, foram todas, ao exceto de uma, dedicadas ao serviço do INEM, que também foi homenageado como instituição.

Um reconhecimento que já estava previsto, mesmo antes da tragédia com o helicóptero, e que faz sentido num território onde o serviço da equipa do INEM é fundamental, refere o autarca de Macedo, Benjamim Rodrigues:

“Estamos com uma população muito envelhecida, muito sujeita a todo o tipo de doenças,  e aquilo que mais preza o transmontano nesta fase da vida é a saúde. Sem dúvida que o maior bem que se pode dar à comunidade é uma boa assistência, e a helitransportada é fundamental num território como este.

Achamos que tínhamos de homenagear os familiares destas quatro vítimas que tanto sofreram com aquele acidente, particularmente a comunidade macedense que convivia diariamente com esta equipa.

Foi uma perda irreparável mas posso dizer que em 48 horas o serviço foi reposto, o que nos deu confiança, segurança e esperança.”

Também o médico Manuel Filipe Serralva, que é quem totaliza mais horas de emergência médica, numa média entre 350 a 400 missões realizadas por ano, prestou serviço na base do Heli 3 desde que este está sediado em Macedo de Cavaleiros e foi ainda uma das vozes ativas para a sua permanência na cidade, há nove anos, foi homenageado este sábado:

“É um dia de emoções muito antagónicas. A felicidade, por um lado, por ver reconhecido pelo município de Macedo o valor deste meio cá, mas também é um dia de tristeza porque homenageamos os meus companheiros que faleceram. Tenho a certeza que eles, onde estiverem, são uns anjos a proteger a missão que eles tanto gostavam.

Aqui nunca encaramos isso como um trabalho mas sim sempre como uma missão que fazíamos. Sei que eles o sentiam, assim como toda a nossa equipa o sente, e só espero ser um porta-voz justo desta homenagem.



Quanto a mim, sinto uma felicidade enorme porque sei que este meio salva muitas vidas e em poucos sítios em Portugal ele terá uma adaptação e uma justificação tão grande como aqui onde as distâncias são tão grandes e as vias de comunicação escassas. “


Foi ainda descerrada no Heliporto Municipal uma placa de homenagem às quatro vítimas do acidente com o heliporto.

Nestas comemorações do Dia do Município foi também homenageado o Grupo Desportivo Macedense.

Escrito por ONDA LIVRE

Vontade de impulsionar mais empresas marca inauguração da 36ª Feira de São Pedro de Macedo de Cavaleiros

Até dia seis de julho, Macedo de Cavaleiros é palco da 36ª Feira de São Pedro.
Um certame que o presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Macedo de Cavaleiros (ACISMC), Paulo Moreira, espera que seja cada vez mais ativo, sublinhando que o espaço já é pequeno para o número de expositores interessados:

“Esperamos que seja um certame ativo e com esperança que, a partir daqui, consigamos melhorar novamente a Feira de São Pedro e o núcleo empresarial que ela merece.

Temos uma vantagem este ano que é o tempo, tudo aponta que vá estar bom, o que ajuda sempre.
A nível de negócio, temos bastantes expositores, não nos foi possível acolher a todos, o que é sinal de que as pessoas estão com vontade de continuar nesta iniciativa.”
O presidente da ACISMC espera ainda que a feira seja cada vez mais um atrativo para as empresas macedenses:

“A seu tempo sim. Em parceria com a Câmara Municipal queremos apostar cada vez mais em Macedo e nas empresas locais, para que desenvolvam aqui os seus bens e serviços, sendo a feira um palco que ajude a dinamizar mais as suas empresas, projetando-as no âmbito nacional e internacional.”

Já para o presidente da câmara, Benjamim Rodrigues, que adiantou estar a ser preparado um projeto para ampliar o espaço de exposição, esta é uma feira de oportunidades:


“Este é um certame de oportunidades, permitindo fazer contratos, criar oportunidades de haver novos fornecedores e descobrir novos interesses para investidores que são externos. Temos uma semana de realização de eventos, workshops, e por ai poderemos descobrir novas oportunidades.”

Declarações à margem da cerimónia de abertura da 36ª Feira de São Pedro de Macedo de Cavaleiros que arrancou hoje e que segundo a organização, ao longo dos oito dias, deverá atrair uma média de 100 mil pessoas.

Escrito por ONDA LIVRE

Digitalização permite aproximar interior de “novos investimentos”

O que faz falta é que o interior afirme as suas qualidades: melhor nível de vida, mais tempo, menos tensão. As autoestradas digitais tornam a geografia um mero pormenor.
A digitalização pode ter um papel fundamental “na fixação de pessoas e no chamamento de novos investimentos” para o interior, disse Albano Alves, vice-presidente da IP Bragança no âmbito do terceiro painel, dedicado ao tema ‘O estado da região e a revolução digital’, do ciclo de conferências ‘Portugal Inteiro’, da responsabilidade da parceria entre a Altice e o Jornal Económico, cujo tema específico é ‘Inovação: o interior como oportunidade’.

Para Nuno Augusto, responsável da incubadora Regia Douro Park, o empreendedorismo qualificado é uma área que precisa de mais relevo – uma vez que tem forte capacidade para trazer para o interior o talento e a qualificação que asseguram a longevidade estes projetos.

Mas “as autoestradas da comunicação no interior ainda são muito limitadas”, nomeadamente no que tem a ver com a fibra ótica, recordou Nuno Augusto, para quem alguns projetos industriais convivem mal com estradas demasiado ‘engarrafadas’.

Para Albano Alves, “o interior tem alguma vantagem no digital: há cada vez mais procura das pequenas cidades, por causa da rotatividade que se faz sentir nas grandes cidades” – para além do custo e da qualidade de vida muito superior. Ora, essa rotatividade tem custos enormes para as empresas, que constantemente vêem os seus profissionais deixarem projetos a meio caminho.

“Não é fácil atrair profissionais para o interior”, pelo que a solução é atrair alunos, disse ainda. Esse é o papel da academia.

Nuno Augusto esteve de acordo com este ponto de vista, tendo acrescentado que, no caso de Vila Real, “já temos o resto: boas ligações rodoviárias, boas escolas e uma região não massificada, onde o custo de vida é muito diferente”.

“A dificuldade não é a questão do financiamento, mas sim uma questão de mentalidade das empresas”, referiu. Ou seja, há aqui também o problema de falta de conhecimento que obriga “a uma capacitação” de quem decide relativamente ao que profundamente pode querer dizer ‘investir no interior’.

“Lisboa continua a ser um polo de atração muito forte, assim como o é o Porto, mas temos conseguido dar a volta com a afirmação do que de bom se faz aqui”, disse Albano Alves.

Texto: António Freitas de Sousa, Foto: AP

Jornal Económico e Altice debateram “Interior como oportunidade para a Inovação” esta terça-feira na Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, em Vila Real.  O ‘Interior como oportunidade para a Inovação’ foi o tema da segunda conferência do ciclo "Portugal Inteiro", que contou com participação de inemuras personaldiades e juntou dezenas de pessoas no Auditório da UTAD, para debatar a Inovação no interior do País.

O Diário de Trás-os-Montes regista aqui para futuro e desta forma o debate ocorrido com autorização do Jornal Económico.

in:diariodetrasosmontes.com

Despiste de tractor provoca um morto e um ferido grave

No seguimento de um despiste de um tractor resultou um ferido grave e uma vítima mortal.
O acidente ocorreu na Estrada Municipal 613, na União de Freguesias de Felgueiras e Maçores, no concelho de Torre de Moncorvo.

O ferido foi transportado pelo helicóptero do INEM para o hospital de Bragança. Entretanto, o óbito da segunda vítima foi verificado no local. O alerta para o CDOS de Bragança foi dado às 18h19.

Escrito por Brigantia

sábado, 29 de junho de 2019

… dos gatos

Por: Fernando Calado
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Os gatos pensam que são Deus e do alto da sua altivez olham com complacência, ou indiferença os pobres mortais… às vezes são meigos… humanizam-se… descansam no colo dos seus devotos donos que não são mais do que serviçais… depois passeiam-se pela casa com a eloquência de antiquíssimos sábios e com a esfíngica elegância de fazer inveja à Cleópatra… aceitam a ração como uma oferta… herdeiros antiquíssimos da arte de caçar passam horas espreitando a presa… na paciência de quem tem o tempo da eternidade… silenciosos… astutos… precisos…
… pela noite presentem… os ruídos… as sombras… percutam o silêncio e vêem coisas que nós não vemos… depois regressam ao colo… e dizem num rom… rom… num longínquo miar… mensagens que só a alma entende… e devolvem-nos a paz da divindade… e tudo serena… na tranquilidade dos olhos dos gatos… olhos de infinitos… que nos emprestam uma réstia de céu à nossa finitude de pobres mortais.


Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança. 
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.

QUANDO

Por: Maria da Conceição Marques
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas..."

Quando o coração se cala
Quando o amor adormece 
o afago envelhece,
e o céu desaba,
a vida não mais acontece!

Os cabelos húmidos dos rios,
vertem desejo, 
na sofreguidão da espuma,
na secura da boca,
nas olheiras cansadas!

Na longura da bruma,
no canto do beijo,
o tempo corre
No toque da mão.
No azul do céu
No verde do mar,
No bater do coração!

O tempo geme
A terra treme,
Germinam ilusões
Mas nada acontece!
No prisão da vida…
Tudo morria
nada nascia.
Nada se movia.
Apenas as decepções. 

Maria da Conceição Marques, natural e residente em Bragança.
Desde cedo comecei a escrever, mas o lugar de esposa e mãe ocupou a minha vida.
Os meus manuscritos ao longo de muitos anos, foram-se perdendo no tempo, entre várias circunstâncias da vida e algumas mudanças de habitação.

Participei nas colectâneas:
POEMA-ME
POETAS DE HOJE
SONS DE POETAS
A LAGOA E A POESIA
A LAGOA O MAR E EU
PALAVRAS DE VELUDO
APENAS SAUDADE
UM GRITO À POBREZA
CONTAS-ME UMA HISTÓRIA
RETRATO DE MIM.
ECLÉTICA I
ECLÉTICA II
5 SENTIDOS
REUNIR ESCRITAS É POSSÍVEL – Projecto da Academia de Letras Infanto-Juvenil de São Bento do Sul, Estado de Santa Catarina
Livros editados:
-O ROSEIRAL DOS SENTIDOS
-SUSPIROS LUNARES
-DELÍRIOS DE UMA PAIXÃO
-ENTRE CÉU E O MAR
-UMA ETERNA MARGARIDA

O Município de Alfândega da Fé aderiu à Rede Solidária do Medicamento, e entregou cinco cartões a duas famílias.

Programa Valorizar permite ao turismo crescer ao longo do território e do ano

O programa Valorizar, de apoio ao interior, é “uma peça de afirmação muito significativa” para fazer crescer o turismo ao longo do território e nas diversas estações do ano, disse hoje o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.
Durante a assinatura de sete contratos ao abrigo do programa Valorizar, num investimento total de 1,5 milhões de euros e com incentivo total de 923 mil euros, em Valpaços, no distrito de Vila Real, o governante realçou que o programa significa um “esforço grande para a afirmação do turismo do interior”.

“Não podemos só promover o país para atrair mais turistas, temos também de ter motivos de interesse e capacidade de alojamento”, destacou.

O plano estratégico de apoio tem como ideia “fazer crescer o turismo ao longo do território e em diversas estações do ano, de forma a diversificar mercados”, de forma a conseguir “espalhar o turismo por todo o território”.

"Fazer crescer a receita total do turismo em Portugal só se consegue se o turismo deixar de ser o que era há 20 anos, só em algumas regiões do país e durante alguns meses", alertou.

A localidade valpacense acolheu a assinatura de seis contratos para Áreas de Serviço de Autocaravanismo (ASA), investimento que permite aos turistas “conhecer o país de uma outra forma, amiga do ambiente e de forma disciplinada”.

Valpaços, Boticas, Macedo de Cavaleiros, Murça, Santa Marta de Penaguião e o Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Duero Douro, dos concelhos de Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro e Torre de Moncorvo, foram as localidades abrangidas pelo programa que assinaram hoje os contratos.

A visita do ministro ao concelho de Valpaços serviu ainda para a assinatura de um contrato com a Associação Empresarial de Vila Real (NERVIR), para um projeto de Enoturismo e decorreu nas instalações da Quinta de Valle de Passos, empresa já com contrato assinado ao abrigo do programa Valorizar, na mesma área.

Além de permitir “melhorar as explorações de vinicultura”, Pedro Siza Vieira explicou que os apoios permitem “a construção de outras valências”.

“Os apreciadores deste tipo de turismo apreciam outras experiências e estes contratos são uma peça de afirmação muito significativa para a oferta no interior que temos procurado desenvolver”, sublinhou.

O programa valorizar, segundo o ministro Adjunto e da Economia, tem sido um “grande sucesso”, com 133 milhões de euros de investimento apoiado, de cerca de 620 projetos e que tem permitido lançar “novos produtos” como os ‘portuguese trails’ ou de enoturismo que “atraem cada vez mais pessoas”.

in:diariodetrasosmontes.com
C/Agência Lusa

Mirandela com o primeiro centro de apoio ao consumidor do distrito

O concelho de Mirandela será o primeiro do distrito de Bragança a ter um Centro de Informação Autárquica ao Consumidor (CIAC), no âmbito de um protocolo celebrado ontem na presença do ministro da tutela.
O ministro-adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, prossegue hoje uma visita de dois dias a Trás-os-Montes, acompanhado dos secretários de Estado, para conhecer algumas realidades locais e comunicar aquilo que o Governo está a fazer relativamente a alguns dos problemas que nos vão sendo reportados.

Em Mirandela, o governante presidiu à cerimónia da assinatura do protocolo para a instalação daquele que será o 88.º CIAC de uma rede nacional com que o Governo pretende fazer chegar informação aos consumidores sobre os direitos e resolução de conflitos.

O ministro indicou que, quando assumiu funções, existiam em Portugal 77 centros deste género e o propósito é “alargar o mais possível a rede”, mas não avançou um número concreto.

Pedro Siza Vieira vincou apenas que não é possível existirem municípios com a dimensão do de Mirandela, com 23 mil munícipes, que não ofereçam aos cidadãos “os mesmos direitos, a mesma capacidade de os fazer valer que existe noutras regiões do país”.

Nestes centros, equipas técnicas disponibilizam informação e encaminham os cidadãos.

“Todos nós já tivemos problemas: numa lavandaria onde se estragou uma peça de roupa, num equipamento que foi mal fornecido, numa fatura de telecomunicações que nos oferece dúvidas e muitas vezes não sabemos como reagir, onde nos dirigirmos para podermos fazer valer os nossos direitos ou até para sabermos se temos algum direito perante uma situação concreta”, exemplificou.

Nos CIAC, estão “pessoas formadas e que são capazes de esclarecer os consumidores sobre os seus direitos e encaminhá-los para os melhores locais se houver um litigio que não possa ser resolvido pela própria equipa dos centros”, como explicou.

A presidente da Câmara de Mirandela, Júlia Rodrigues, explicou que o município vai disponibilizar os técnicos e o espaço no Gabinete do Munícipe para o funcionamento deste novo serviço.

A Direção-Geral do Consumidor vai dar formação aos técnicos, o que deverá acontecer depois das férias de verão, e a autarca conta ter condições depois para abrir o centro.

“Tendo uma população envelhecida, pessoas que não têm acesso a formas de informação como é a Internet, facilita muito mais ir a um gabinete de apoio ao munícipe”, considerou a presidente.

Este novo serviço junta-se à estratégia municipal de aproximação dos munícipes, com um gabinete para atendimento na Câmara Municipal e serviços locais em duas freguesias, de acordo com a autarca.

in:diariodetrasosmontes.com
C/Agência Lusa

Empresários queixam-se a ministro da Economia de dificuldade de captar recursos humanos

Há falta de recursos humanos na região e é cada vez mais difícil captá-los: é esta a principal ideia deixada pelos empresários brigantinos ao Ministro Adjunto e da Economia, durante uma reunião de trabalho, ontem, em Bragança, no Nerba - Associação Empresarial do Distrito de Bragança.
Pedro Siza Vieira acredita que para solucionar este problema é preciso mostrar que o interior cria emprego de qualidade porque há grandes empresas que aqui estão a investir. “O que vimos foi um conjunto de empresários que têm capacidade de escoar os seus produtos, fortemente exportadoras, queixando-se de dificuldades como captar recursos humanos para apoiar os processos de investimento, temas que têm a ver com as acessibilidades e com os transportes”, referiu.

Para o presidente do NERBA, Hélder Teixeira, um dos problemas é a falta de empresas que leva a que as pessoas abandonem a região e, por isso, torna-se mais difícil arranjar mão-de-obra especializada. “Não há empresas para contratar pessoal, as pessoas vão embora e depois queremos pessoas para trabalhar e não há. Temos que encontrar uma solução de contrapartida para as pessoas que querem estar cá e possam ter aqui as suas famílias”, afirmou.

O ministro visitou ainda, esta manhã, o Instituto Politécnico de Bragança, nomeadamente os dois centros de investigação, classificados como excelentes, pela Fundação de Ciência e Tecnologia. Siza Vieira elogiou o trabalho pioneiro de ligação às empresas ali desenvolvido.

O governante, que passou ainda pelo Brigantia Ecopark, para conhecer o Laboratório Colaborativo More, assegurou que já existe financiamento para apoiar este trabalho de ligação das instituições de ensino superior às empresas, mas que no próximo quadro comunitário poderá ser melhorado esse aspecto.

O ministro visitou depois Mirandela para presidir à assinatura do protocolo de cooperação entre a Direcção Geral do Consumidor e a Câmara Municipal de Mirandela para a criação de um Centro de Informação Autárquico ao Consumidor. 

Escrito por Brigantia

A Linha do Douro, o interior e a hipocrisia dos decisores

Foi recentemente apresentada no Museu do Douro uma petição pública que reivindica a necessidade de abrir o debate sobre a urgência de investimento para reativação e requalificação da Linha do Douro até Barca d’Alva e Espanha. Os promotores foram a Liga dos Amigos do Douro Património Mundial e a Fundação Museu do Douro. É bem-vinda a iniciativa! 

Esta luta não é nova e o erro político de não considerar o transporte ferroviário como determinante ou fundamental para uma mobilidade sustentável e para as necessidades económicas do mundo atual, tem vindo desde há muito tempo a ser denunciado pelo BE.

Eu próprio tomei o tema em mãos no último “Encontro do Interior”, realizado em 26 de janeiro deste ano na vila de Alijó, ao denunciar e ao criticar o desprezo politico do atual Governo por não comtemplar a recuperação e modernização da Linha do Douro no Plano Nacional de Investimentos (PNI) para a década 20-30. Na verdade - há que dizê-lo sem qualquer tipo de restrições-, o PNI para a próxima década espelha a demagogia, a hipocrisia e a falta de sensibilidade dos atuais decisores para com o enorme problema da interioridade. 

Ao ser assim apresentado, com uma orientação que concentra os principais investimentos nos grandes centros urbanos ou no seu entorno, o PNI revela-se ofensivo para o interior, mostrando o quanto de hipócrita contêm as intervenções públicas de quem se diz preocupado com os problemas dos territórios de “baixa densidade”.

O Programa Nacional de Investimentos apresentado pelo Governo de António Costa poderá ser considerado como um atestado de óbito final para todos os que continuam a resistir nesta faixa de abandono do território português; representa mais uma década perdida por não se prever qualquer investimento estrutural em territórios que se encontram num alucinante processo de despovoamento.

Nós, os que vivemos em Trás-os-Montes e Alto Douro, não podemos tolerar porque não contemplou esse Plano a tão premente e necessária solução de investimento para a requalificação da Linha do Douro. Todos estão de acordo que a Linha do Douro, com a respetiva ligação a Espanha, poderia constituir uma solução estruturante de crucial importância para animar a economia do eixo regional que acompanha este curso fluvial. 

Este governo sabe que a centenária via férrea é encarada nos dias de hoje pela União Europeia (UE) como uma das soluções ferroviárias com elevado potencial no espaço europeu. Foi a própria UE, a tal entidade de onde vão chegando os fundos financeiros para os projetos estruturantes fomentados no litoral, que sublinhou o potencial económico e desenvolvimentista da ferrovia do Douro, nomeadamente se for viabilizado o traçado até Barca d’Alva (Portugal) e Fregeneda - Salamanca (Espanha), com um custo de requalificação estimado de 578 milhões de euros. 

A Linha do Douro e uma linha fronteiriça franco-alemã foram as duas ligações escolhidas e classificadas como de maior potencial económico em toda a Europa por uma iniciativa da Comissão Europeia realizada a 9 de outubro do ano passado, durante a Semana das Cidades e das Regiões que ocorreu em Bruxelas.

O governo de António Costa sabe disto, mas também sabe que existe um estudo datado de 2016, realizado pela Infraestruturas de Portugal através da sua Direção de Planeamento Rodoferroviário, onde é exposto com toda a clareza essa mesma viabilidade e esse mesmo potencial, caso a via fosse requalificada num projeto comum com a vizinha Espanha.

O posicionamento geográfico desta linha férrea confere-lhe um interesse estratégico fora do comum, na medida em que, e cito o mencionado estudo da IP, “permitiria a ligação transversal mais direta desde o porto de Leixões à fronteira com Espanha”. Por sua vez, e atendendo ao desenvolvimento do setor turístico da região vinhateira, a sua requalificação permitiria enquadrar a região do Douro interior, e por consequência todo o “Douro Transmontano” e parte do território da Beira Alta, entre dois importantes polos geradores de tráfego como o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, o terminal de passageiros do Porto de Leixões e a estação do comboio de Alta Velocidade em Salamanca. 

Com a requalificação da Linha do Douro e a respetiva ligação a Espanha, seria potenciado ao máximo um eixo turístico de excelência, um eixo turístico que centrado num troço de caminho-de-ferro geraria a possibilidade de poderem ser visitados quatro destinos classificados pela Unesco como Património da Humanidade: a cidade do Porto, a Paisagem Evolutiva e Viva do Douro Vinhateiro, as Gravuras Rupestres do Vale do Côa e a cidade de Salamanca.

O Governo sabe de tudo isto, mas quando apresentou o Programa Nacional de Investimentos para a década 20-30, o projeto de requalificação da Linha do Douro até à fronteira com Espanha ficou esquecido, apesar de há muito ser reivindicado pelas populações locais, e mesmo depois desta infraestrutura ser considerada como um dos itinerários ferroviários mais promissores no espaço europeu e um dos projetos com maiores potencialidades para alavancar um novo processo de desenvolvimento local e regional.

O aparecimento desta petição pública é por isso uma oportunidade para relembrarmos a António Costa que nós aqui pelo Douro ainda existimos e somos capazes de resistir. É uma oportunidade para abrir o debate na Assembleia da República; é uma oportunidade para mostrarmos e dizermos aos decisores, sejam eles quem forem no futuro, que lutaremos, que haveremos de resistir. Que venceremos! Mas no imediato só se exige aos durienses, aos transmontanos, ao beirões, e a todos os que com eles queiram ser solidários, um gesto simples. O simples gesto de assinar esta petição!


in:noticiasdonordeste.pt