quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Accionistas e credores da Sousacamp têm 90 dias para apresentar um plano de recuperação

A assembleia de credores da Sousacamp foi inconclusiva quanto ao futuro do grupo, sediado em Benlhevai, Vila Flor.



Esta terça-feira, foi feita uma análise da situação da Varandas de Sousa, a maior empresa do grupo, e foi deliberado por unanimidade que os accionistas da empresa e os credores têm 90 dias para apresentar um plano de recuperação, que será votado numa próxima assembleia-geral de credores.

Segundo fonte conhecedora do processo, a Sousacamp sediada em Benlhevai, Vila Flor, vai manter-se a laborar como até aqui, estando a gerência a cargo de um administrador de insolvência.

A mesma fonte assegurou ainda a viabilidade do grupo, alegando que “a actividade é rentável”, e que estão a ser cumpridos os compromissos com salários, contribuições, impostos e fornecimentos, e garantiu ainda que não houve despedimentos neste período, mantendo o grupo mais de 400 trabalhadores, em Portugal e Espanha.

Entretanto, o sindicato dos trabalhadores da agricultura e das indústrias de alimentação denunciou tentativas de pressão da administração do grupo Sousacamp sobre os trabalhadores, nesta fase de decisões do processo de insolvência.

Segundo José Eduardo Andrade, dirigente deste sindicato, as chefias locais têm pressionado os trabalhadores a subscrever a nomeação do representante para a comissão de credores. “Quando a administração percebe que os trabalhadores têm também uma palavra na decisão da nova solução para a empresa, quer tomá-la quer nomear uma trabalhadora que está do seu lado, para que depois a decisão seja no sentido da continuidade desta administração”, afirmou.

É expectável que o plano de recuperação implique injecção de capital no grupo, e haverá já vários interessados em investir na empresa que tem 90 de quota de mercado em Portugal e 40 por cento na península ibérica.

Segundo o sindicato, haverá várias empresas interessadas em investir na Sousacamp.

A falência do BES, no Verão de 2014, marcou o início da queda do grupo empresarial. No ano anterior, a SousaCamp tinha iniciado a construção de uma unidade produtiva de cogumelos exóticos e outra de transformação de cogumelos em conserva, em Vila Real, que ficou por terminar. 

Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro

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