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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 22 de abril de 2024

Igreja de Nossa Senhora do Ó, Refoios. Fonte da Vida – Veni!

 Refoios, aldeia da freguesia do Zoio, juntamente com a de Martim, fica situada no sopé Ocidental da Serra da Nogueira em ponto de cota superior a 900mt, à distância de 20km de Bragança. Em 7 de maio de 1301, recebeu Foral pela mão de Afonso Rodrigues, procurador do rei D. Dinis. Posteriormente foi padroado da Casa de Bragança e a Igreja, designada de Nossa Senhora da Expectação, era filial da de São Mamede de Alimonde.



O risco arquitetónico da Igreja é do barroco setecentista, na época com altares laterais dedicados a Santa Rosa de Viterbo e a São Sebastião, no lado do evangelho e da epístola. O frontispício é apreciável. No corpo abre-se portal reto com arquitrave dupla, encimado por frontão de volutas justapostas por arquivolta, coroado por cruz relevada, com nicho concheado no tímpano, vazado. O conjunto é ladeado por óculos quadrilobados. O campanário, de duplo registo, trunca o corpo do frontispício, ladeado por aletas. A sineira inferior é dupla, com sinos de 1890, e a superior de vão único, sem sino, coroado por cruz latina. O acesso é feito por escadas de ferro adossadas à fachada esquerda. No topo dos pilares e nas extremidades de cada sineira erguem-se pináculos. De nave única, coro alto, pia batismal e sacristia, o interior mantém três altares, refeitos em inícios de novecentos e restaurados há uma dezena de anos. Os da nave, confrontantes e encostados ao arco triunfal, diferem. O do lado do evangelho, de eixo único, está consagrado ao Divino Senhor. Em estilo rocaille, feito de talha cromada a azul e rosa e decoração vegetalista a dourado, tem mesa em forma de urna.
O nicho, enquadrado por colunas de fuste liso e capitel a remeter para o coríntio, expõe alusiva imagem de Jesus Crucificado. A tela costeira está pintada em conformidade com o drama do Calvário: a Virgem Maria e o Apóstolo São João junto à Cruz e os instrumentos do martírio do Senhor. Exteriores às colunas, duas peanhas comportam as imagens de Santo António e do Menino Senhor do Mundo. O ático centra bonito frontão em espaldar de simbologia Crística. O altar do lado da epístola, com data de 1909, tem mesa paralelepipédica moldurada e talha policromada e dourada. O retábulo compreende dois corpos, definidos por arquitrave com cabeça de anjo alado ao centro, delimitado por colunas salomónicas decoradas com pâmpanos, elementos floristas e fénices, de capitel estilo coríntio. No corpo inferior, insertas em molduras recortadas e sobre peanhas, expõem-se as imagens de Nossa Senhora de Fátima e de Santa Rosa de Viterbo. No superior tem tela moldurada com imagem de Santa Bárbara. O coroamento é feito por frontão concheado. Refira-se que Santa Rosa de Viterbo é orago de capela particular existente em Refoios, erigida em 1806 pelo padre Inácio José Vaz.
No presbitério, a mesa das celebrações é em forma de urna e o altar, com mesa paralelepipédica adossada, é de eixo triplo, talha cromada de azul e rosa e decoração a dourado em estilo rocaille. Ao centro abre-se tribuna, com cartela com coração e concheado a coroar arco de volta perfeita com anjos alados laterais, que acolhe imagem do Sagrado Coração de Jesus sobre trono escalonado. A imagem foi benzida e indulgenciada por D. António Barroso, Bispo do Porto, a 10 de janeiro de 1901, conforme Carta Patente exposta. Nos eixos laterais, entre colunas de fuste liso, com decoração vegetalista a dourado e capitel coríntio, expõem-se as imagens de Nossa Senhora do Ó, Orago da Igreja, do lado do evangelho, e de São Sebastião, no na epístola, ambos com dossel. O ático é à base de molduras, cornija recortada e resplendor vegetalista. O teto do presbitério, em forma de berço e pintado de azul mariano, apresenta cinco telas molduradas. A central é de Nossa Senhora do Ó, decalcada da imagem do retábulo, coroada e de esperanças, de túnica rosa e manto azul. As restantes são alusivas aos Santos Evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João. Pintado recentemente, sobrepôs-se a anterior alusão a Nossa Senhora da Conceição. Refoios encontra na sua Padroeira berço de espectativa e esperança!

Susana Cipriano e Abílio Lousada

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