Igreja Matriz |
Alongando-se em estreita e comprida tira, no sentido norte-sul, o território desta freguesia
integrada a orla setentrional do concelho de Bragança, incluindo-se em pleno Parque Natural de Montesinho e topando, a norte, com a vizinha Espanha.
Distando apenas uma dezena de quilómetros para noroeste da urbe brigantina (com acesso viário principal através da EN 308-3), esta freguesia estender-se-á no entanto por remotas, despovoadas e quase inacessíveis paragens boreais e raianas, de acidentada topografia.
Em toda a área paroquial, de natureza planáltica, se registam elevadas altitudes, rondando em média os 700 metros (mas atingindo cotas superiores aos mil, em alguns pontos). O rio Sabor tem suas nascentes não muito longe da linha fronteiriça, cortando a metade setentrional desta freguesia, conjuntamente com seu pequeno afluente e tributário conhecido pelo poético nome de Ribeira das Andorinhas. No respectivo subsolo registar-se-ão algumas bolsas de minério de ferro, por certo já conhecidas e exploradas desde recuadas épocas.
De condição particularmente montanhosa e isolada, não espantará que Carragosa conheça um enorme decréscimo populacional desde meados do século – dos 635 habitantes de então, a cifra desceu para uns modestos 321 (menos de metade, portanto). Distribui-se esta magra população por três aglomerados, de suas designações Carragosa, Soutelo e Rio Frio (ou Quintas de Rio Frio) e todos eles localizados na área meridional da freguesia.
A fixação de recuadas populações castrejas, em dado momento do primeiro milénio antes de Cristo, recairia no entanto pelos mais elevados cumes da linha setentrional (hoje raiana) e muito concretamente no estratégico alto de Soutelo da Gamoeda, também conhecido por Torre do Castro. Dessas agrestes alturas terão descido, quiçá após o prolongado processo de aculturação romana, as populações locais, atraídas pelas mais favoráveis condições agrícolas dos solos que hoje rodeiam os três núcleos populacionais da freguesia.
Segundo o já nosso conhecido enciclopedista, a primitiva paróquia de Carragosa já existiria instituída do século XII para o XIII, a partir da remota e já extinta Santa Maria de Rio Frio (hoje simples lugar de Carragosa).
Também o actual lugar de Soutelo da Gamoeda (em cujo o aro se ergue o sobredito alto da Torre do Crasto) parece ter-se constituído, em época medieval, como paróquia autónoma, de orago S. Pedro.
Cruzeiro |
Para além da actual Igreja Matriz, subsistem ainda diversos outros templos nesta freguesia, como seja a dita Igreja de S. Pedro e as Capelas de S. Sebastião, de Santa Marinha e Santo António.
Interessante Peça Escultórica, porventura seiscentista (a crer na tipologia dos ornatos, pelo menos), é o cruzeiro de Carragosa, onde a figura de Cristo surge moderada com alguma vivacidade e movimento, sugeridos pela interpretação comovente da anatomia, pelo drapejamento “barroco” das vestes e ondular afectado da cabeleira.
in:cm-braganca.pt
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