«Hua recebi de Vossa Sor. sesta feira vinte e oito de Janeiro escrita aos vinte e hum do ditto mez em que me ordenava remetesse o livro da visita aonde esta o capitulo por onde se mandou fazer o retabulo desta Igreja. Vai o livro aonde esta o capitulo a folhas 13 e 14. E como no dito capitullo se ordenou se puzesse socresto se poz athe hoje todos os annos e ogo no primeiro anno se poz o retabolo a pergão e se arrematou no ultimo lanço que foi em sincoenta e sinco mil reis que foi o entalhador João Monteiro asistente em Sezulfe; e o ditto retabolo se mandou fazer por o velho estar podre e incapaz de modo que não servia e o mestre o fez e esta asentado a contento do povo e conforme o mandarão fazer o coal esta ainda por acabar de pagar por não estar vencido o dinheiro deste anno e somente falta pera se acabar de pagar dez mil reis do lanço que fez o entalhador e mil e quinhentos reis que custarão a ferraje que levou o retabollo de ferros para ter mão delle e missagras e aldraves (...) que fazem onze mil e quinhentos reis que estão por satisfazer e esta por dourar; V. S.ª fará o que for servido a quem o Ceo guarde por felizes annos. Hoje 31 de Janeiro de 689 annos.
Vai o portador aselerado com preço de quinhentos reis do seu caminho; V. S.ª disponha quem tenha de pagar.
Humilde servo e capellão de V. S.ª. O padre Miguel Teixeira. Ao muito senhor Cabbido» (353).
Por terem relação com as notícias deste documento juntamos mais as seguintes tiradas do livro da Fábrica das Igrejas. Anos de 1790 até 1828. É um livro fólio manuscrito, papel almaço, capas de pergaminho, constante de 186 fólios estando apenas escritos os primeiros 72 e os restantes em branco. No termo de abertura diz que «ha-de servir para nelle assentar o R.do fabriqueiro das igrejas as contas dos gastos e despezas que nellas fizer. Bragança e Cabido, 8 de Abril de 1790».
Vai o portador aselerado com preço de quinhentos reis do seu caminho; V. S.ª disponha quem tenha de pagar.
Humilde servo e capellão de V. S.ª. O padre Miguel Teixeira. Ao muito senhor Cabbido» (353).
Por terem relação com as notícias deste documento juntamos mais as seguintes tiradas do livro da Fábrica das Igrejas. Anos de 1790 até 1828. É um livro fólio manuscrito, papel almaço, capas de pergaminho, constante de 186 fólios estando apenas escritos os primeiros 72 e os restantes em branco. No termo de abertura diz que «ha-de servir para nelle assentar o R.do fabriqueiro das igrejas as contas dos gastos e despezas que nellas fizer. Bragança e Cabido, 8 de Abril de 1790».
«19 de Mayo de 1790. Justei o douramento do retabulo da Paradinha com o pintor de Parada por 65:000 reis e neste ajuste entra tambem a tribuna que ha-de pagar o povo mas justei tudo para que saisse mais em conta e depois se arbitrara o que ha-de pagar o povo».
Fábrica, etc., acima citado, fólio 1. Este pintor chamava-se Manuel Joaquim, como se vê do assento abaixo.
«30 de Novembro [de 1795]. Dei ao pintor de Parada Manuel Joaquim para principio do douramento da capella (354) de Paçó que se justou por cem mil reis de que ha-de dar o povo 40:000 reis e eu sessenta e mais 20 alqueires de centeio digo que lhe dei trinta mil reis». Idem, fólio 6.
«22 de Fevereiro [de 1796]. Levou Manuel Joaquim o pintor a conta do primeiro pagamento para dourar o retabulo de Quintanilha que justei por 90:000 reis de que ha-de dar o cabbido 60:000 reis e mais 16 alqueires de pam, trinta mil reis e um tostão». Idem, fólio 6.
«19 de Setembro de 1796. Justei o retabulo de Santulhão com Manuel Affonso de Formentãos por 70:000 reis e 8 alqueires de pam». Idem, fólio 7. Deve ser este o que se indica nesta verba. Ao entalhador de Fermentãos que fez a urna da Igreja da Parodinha 3500.
Recebeu mais o entalhador para a urna da Parodinha cinco mil e quinhentos, com os quais se completam os nove em que foi justa.
Idem, fólio 8. Esta obra de Santulhão só em Fevereiro de 1798 é que o entalhador a deu pronta como se vê de fólio 10.
«Em 4 de Fevereiro de 1798. Dei ao mesmo entalhador por uma urna que se obrigou a fazer para a mesma igreja de Santulhão e foi justa por doze mil reis, seis mil reis». Idem, fólio 10.
«Em 12 de Outubro de 1798. Dei ao vidraceiro de Baçal pela vidraça da capella-mor de Quintanilha tres mil reis». Idem, fólio 12 v. Os caixilhos destas vidraças eram de ferro forjado, obras de arte mesmo algumas e por isso vinham de tão longe a buscá-las.
Graças a Deus! É a primeira vez que no meu povo me aparece um homem de arte com nome fora da sua área. Para virem de Quintanilha já era. Que pena não lhe saber o nome!
«Em 16 de Novembro de 1798. Dei ao entalhador de Veigas em principio do pagamento do retabulo da Sarzeda justo com a sua urna em cento e dez mil reis e por 40:000 reis o sacrario e tribuna que ha-de pagar o povo quarenta mil reis». Idem, fólio 13.
«Em 6 de Março de 1798. Dei ao vidraceiro de Baçal pella vidraça da fresta da sachristia de Castro de Avellans que levou 18 vidros com os ferros e rede de arame 5140».
«22 de Junho de 1800. Dei ao entalhador de Veigas em principio da paga de 5 urnas justas com elle quando assentou o retabulo da Sarzeda para as igrejas de Villa Nova, Milhão, Argosello, Quintanilha e Carção, 20:000 reis».
Idem, fólio 15 v. Estas cinco urnas importaram em 60.000 réis, como se vê dos fólios 16 v. e 17. [Não aponta o nome deste entalhador].
«Em 1811. Justei o retabulo da capella-mor de Soutello da Pena Mourisca com o entalhador de Veigas por cento e dezoito mil reis em dinheiro de metal». Idem, fólio 36.
----------
(353) Copiada da carta original existente no Arquivo do Paço Episcopal em Bragança.
(354) Nestes documentos quando se diz capela entende-se não uma capela no sentido usual da palavra, mas sim a capela-mor da igreja paroquial ou matriz.
----------
MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA
Sem comentários:
Enviar um comentário