Família de emigrantes, em 1964
Fila para a água no “bidonville” 1964
Corte de Cabelo - 1964
A importância destas saídas foi bastante acentuada nas regiões densamente povoadas do norte e do centro do país, assim como nas Ilhas Atlânticas dos Açores e da Madeira.Da mesma forma, este fenómeno afectou as regiões do Minho, de Trás-os-Montes e da Beira - Alta, de onde partiram os maiores contingentes de emigrantes não só em direcção ao Brasil mas também, já durante a segunda metade do século XX, para os países industrializados da Europa Ocidental: França, Alemanha, Luxemburgo e mais recentemente para a Suíça.
Breve cronologia da emigração portuguesa para França. 1917 Inauguração da ‘Avenue des Portuguais’, em homenagem ao corpo expedicionário de 80.000 homens enviado por Portugal na 1ª Grande Guerra Mundial (1914-1918). 1918-1939 Instalam-se em França cerca de 50.000 portugueses desmobilizados ou imigrados. 1955 Início da construção do “bidonville” de Champigny-sur-Marne. 1956 Acordo de mão-de-obra franco- português. A maioria dos portugueses imigrantes entraria com contrato de trabalho e outros com "passeport de lapin", como clandestinos. 1961 Início da guerra colonial nas colónias portuguesas de Angola, Moçambique, e Guinée-Bissau. Partida para França dos fugidos à tropa. 1961-1964 Duplicação de entradas de emigrantes em França. 1962 Primeiras regularizações dos imigrantes clandestinos. 1964 Descoberta pela imprensa francesa do “bidonville” de Champigny (10.000 a 15.000 habitantes), ampliado até 1970. 1969 Ano record de entrada de emigrantes portugueses em França: 80.000 1973 Fim da imigração legal em França. Em treze anos o numero de portugueses emigrados tinha-se multiplicado por quinze. Tinha passado de 50.000 a 760.000 pessoas. Em 1992 os dados estatísticos franceses informavam que a colónia portuguesa em França era: 646.000 cidadãos portugueses (345.150 homens e 300.428 mulheres), 153.000 com dupla nacionalidade, e 200.00 à 300.000 franceses de origem portuguesa.
Cabeleireiro no “bidonville”, em 1964
A estender a roupa - 1964
Trabalho nas docas de Austerlitz (1950)
Emigrantes na construção da “Tour de Montparnasse” (1971)
Segundo dados de 1999 a emigração de portugueses no Mundo estava assim distribuída: 4.806.353 Europa: 1.386.292. Américas: 2.993.127 África: 342.264 Ásia: 29.211 Oceania: 55.459.. A grande maioria dos emigrantes utilizaram o comboio “Sud-Express” para se deslocarem para esses países, e regressarem ou de vez ou em férias. O “Sud- Express”, inaugurado em 1887 era comboio de luxo, com carruagens cama e restaurante, primeira ligação rápida entre Inglaterra, França, Espanha e Portugal. Em Julho de 1895, o “Sud-Express” passa a circular na Linha da Beira Alta. e em 1900, altera o percurso passando a circular por Salamanca, concluindo-se a ligação Salamanca - Portugal.
“Sud-Express”, em França, (1896 )
Nos anos 40, em terras portuguesas
Há 124 anos que este comboio liga Lisboa a Paris, embora, em rigor, só vá até à fronteira francesa de Hendaye, onde outra composição faz o resto do percurso devido à diferença de bitola (distância entre carris). Hoje o troço é assegurado pelo TGV, mas durante décadas foi um comboio de luxo que assegurou o segmento francês da viagem. nos anos 50, já com tracção a diesel, na Beira Alta
O “Sud-Express” realizava-se três vezes por semana e demorava 45 horas entre Lisboa e Paris, via Madrid. Foi um sucesso e passou a diário, tendo o seu percurso sido modificado: seguia directamente pela Beira Alta até Salamanca sem prestar vassalagem à capital do país vizinho. As grandes companhias marítimas alteraram os horários dos navios para fazer coincidir as suas partidas com a chegada do “Sud Express”. Desde o centro da Europa para a África e a América do Sul poupavam-se agora três dias de navegação e evitava-se a turbulenta travessia do golfo da Biscaia. E, graças ao caminho de ferro, Lisboa ganhava estatuto nas grandes rotas internacionais. Presentemente em pleno século XXI, Portugal volta a revelar que, não apresenta condições para manter uma grande parte da sua mão-de-obra no nosso território. Só na última década, 700 mil portugueses saíram do País para trabalhar. Em 2007 e 2008, emigraram mais de 200 mil. É a terceira vaga da emigração e com níveis próximos dos anos 60 e 70. E pelo que estamos a ver pelo presente, não vamos ficar por aqui …
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