Empreendedores e jovens são o «software territorial» que faz falta ao interior do país para ocupar o «hardware territorial», ou seja, infra-estruturas. Esta é a génese da criação da empresa InfoEx - Inovação Territorial. «Os reduzidos custos de instalação de unidades empresariais no interior, os baixos custos de mão-de-obra em consequência de economias locais não inflacionadas, a qualidade de vida social e ambiental, fruto da baixa densidade e dos fortes investimentos em infra-estruturas sociais nos finais do século passado, tornam estes territórios altamente atractivos para todos os empreendedores em sectores económicos suportados pelas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC)», explica Frederico Lucas, coordenador da InfoEx.
Na agenda está o desenvolvimento de Working Labs, ou seja, «oficinas de experimentação profissional». As áreas para iniciar estas oficinas estão definidas e são a agricultura, geriatria, floresta, alimentação e comunicação. «Estes temas surgiram por manifestações de interesse por parte de autarcas que se interessaram por este projecto», diz o técnico de dinamização territorial.
Frederico Lucas defende que com o Working Labs juntou «dois problemas para uma solução: muitos jovens qualificados estão desempregados e existem imensos equipamentos públicos em todos os concelhos que precisam de actividade. Sabemos que existem vários conceitos que têm tido sucesso no apoio à integração profissional dos jovens: Coworking [partilha de espaços por trabalhadores independentes]; Fab Labs [laboratórios de fabrico digital]; Mentoring [formação e desenvolvimento pessoal]. Combinamos estes conceitos no mesmo espaço, porque no território rural não é concebível um espaço para cada uma das actividades, e integramos o alojamento bem como um espaço para actividades artísticas».
A agricultura surge como área estratégica «porque julgo que é consensual que Portugal pode reduzir a dependência externa dos produtos agrícolas. E isso não representa um regresso ao passado. Pretendemos apoiar novas iniciativas agrícolas orientadas para as novas tendências de consumo».
O envelhecimento da população acarreta novas formas de cuidar dos mais velhos e também aqui a InfoEx quer apostar na atracção de projectos liderados por jovens para os territórios interiores. «As pessoas mais velhas pretendem manter-se nas suas casas, mas perdem algumas das suas necessidades vitais, como por exemplo a preparação das suas refeições, cuidados de saúde e higiene. A geriatria aparenta ser um mercado emergente», adianta Frederico Lucas.
O coordenador da empresa pormenoriza as razões porque inclui a floresta: «Na fileira florestal temos em conta que os fogos são uma praga que grassa no nosso território rural. O custo económico dessa degradação é incalculável. O custo social é ainda maior. Há oportunidades para esse sector pouco exploradas».
No sector alimentar, existem novas tendências de consumo. «Os produtos Gourmet permitem gerar mais-valias de 500% sobre os seus condimentos. E pertencem a um mercado em crescimento». Por fim, a comunicação. «A imprensa está em crise, num momento em que aumentam exponencialmente os conteúdos. A comunicação online está a atingir a quota de mercado dos meios tradicionais. Mas, as pequenas empresas portuguesas precisam de comunicar melhor. Não podem ter técnicos de comunicação em exclusivo, mas vão ter de recorrer aos seus serviços. Vão explodir os serviços de baixo custo neste sector. Trinta avenças de cinquenta euros cada totalizam o valor de um ordenado».
Estes são sectores a investir porque «hoje o território tem o equipamento para se desenvolver. Mas falta-lhe pessoas e empresas fora das áreas metropolitanas». E neste desenvolvimento, a InfoEx conta com os «actores locais para ter sucesso». Estes «actores» são os «poderes locais, as universidades e empresas», afirma o entrevistado.
Além do Working Labs, InfoEx tem ainda outros projectos em desenvolvimento. O captar de jovens para ter residência no mundo rural e aí iniciarem a sua empresa é um desses projectos. Chama-se Novos Povoadores. Próximo deste projecto está um outro designado «Aldeias Globais» que vida fazer das aldeias centros empresariais.
«O projecto Aldeias Globais, que ainda não iniciou a comercialização, pretende transformar aldeias despovoadas em centros empresariais. São aldeias que perderam todas as infra-estruturas que as poderiam suster. Procuramos empresas que pretendam arrendar algumas dessas casinhas para aí se instalarem, procurando novas funções para esse edificado. Julgamos que são espaços bastante apelativos».
Equilíbrio na distribuição da população pelo território nacional será um resultado positivo deste projecto. Inverter a tendência de acumular população no litoral e nas grandes metrópoles são sempre o objectivo dos projectos InfoEx. Para demonstrar a relevância desta nova distribuição da população, Frederico Lucas adianta alguns números da Organização das Nações Unidas (ONU): «em Portugal, 42% da população vive em 5% do território. Apenas 3,5% da população vive em cidades médias: Coimbra e Braga. Isto significa que 42% da população vive imobilizada sobre si e 54,5% da população no ‘interior profundo’. Em 2015, 69,2% da população portuguesa viverá nas duas áreas metropolitanas».
Frederico Lucas sublinha que procuram parceiros para desenvolver este projecto que será de baixos custos de implementação. «Acreditamos que é possível o desenvolvimento desta iniciativa com custos bastante reduzidos. Este projecto tem de ser desenvolvido com a optimização dos recursos existentes no território, possibilitando um custo por jovem de 1500 euros. Procuramos parceiros para atingirmos esta realidade, e se possível, para que os jovens assumam apenas uma ‘taxa moderadora’, que seria uma fracção deste valor».
Os jovens com uma ideia de negócio que queiram apostar em localidades menos habitadas podem contactar a InfoEx através do formulário disponível na página da Internet.
Na agenda está o desenvolvimento de Working Labs, ou seja, «oficinas de experimentação profissional». As áreas para iniciar estas oficinas estão definidas e são a agricultura, geriatria, floresta, alimentação e comunicação. «Estes temas surgiram por manifestações de interesse por parte de autarcas que se interessaram por este projecto», diz o técnico de dinamização territorial.
Frederico Lucas defende que com o Working Labs juntou «dois problemas para uma solução: muitos jovens qualificados estão desempregados e existem imensos equipamentos públicos em todos os concelhos que precisam de actividade. Sabemos que existem vários conceitos que têm tido sucesso no apoio à integração profissional dos jovens: Coworking [partilha de espaços por trabalhadores independentes]; Fab Labs [laboratórios de fabrico digital]; Mentoring [formação e desenvolvimento pessoal]. Combinamos estes conceitos no mesmo espaço, porque no território rural não é concebível um espaço para cada uma das actividades, e integramos o alojamento bem como um espaço para actividades artísticas».
A agricultura surge como área estratégica «porque julgo que é consensual que Portugal pode reduzir a dependência externa dos produtos agrícolas. E isso não representa um regresso ao passado. Pretendemos apoiar novas iniciativas agrícolas orientadas para as novas tendências de consumo».
O envelhecimento da população acarreta novas formas de cuidar dos mais velhos e também aqui a InfoEx quer apostar na atracção de projectos liderados por jovens para os territórios interiores. «As pessoas mais velhas pretendem manter-se nas suas casas, mas perdem algumas das suas necessidades vitais, como por exemplo a preparação das suas refeições, cuidados de saúde e higiene. A geriatria aparenta ser um mercado emergente», adianta Frederico Lucas.
O coordenador da empresa pormenoriza as razões porque inclui a floresta: «Na fileira florestal temos em conta que os fogos são uma praga que grassa no nosso território rural. O custo económico dessa degradação é incalculável. O custo social é ainda maior. Há oportunidades para esse sector pouco exploradas».
No sector alimentar, existem novas tendências de consumo. «Os produtos Gourmet permitem gerar mais-valias de 500% sobre os seus condimentos. E pertencem a um mercado em crescimento». Por fim, a comunicação. «A imprensa está em crise, num momento em que aumentam exponencialmente os conteúdos. A comunicação online está a atingir a quota de mercado dos meios tradicionais. Mas, as pequenas empresas portuguesas precisam de comunicar melhor. Não podem ter técnicos de comunicação em exclusivo, mas vão ter de recorrer aos seus serviços. Vão explodir os serviços de baixo custo neste sector. Trinta avenças de cinquenta euros cada totalizam o valor de um ordenado».
Estes são sectores a investir porque «hoje o território tem o equipamento para se desenvolver. Mas falta-lhe pessoas e empresas fora das áreas metropolitanas». E neste desenvolvimento, a InfoEx conta com os «actores locais para ter sucesso». Estes «actores» são os «poderes locais, as universidades e empresas», afirma o entrevistado.
Além do Working Labs, InfoEx tem ainda outros projectos em desenvolvimento. O captar de jovens para ter residência no mundo rural e aí iniciarem a sua empresa é um desses projectos. Chama-se Novos Povoadores. Próximo deste projecto está um outro designado «Aldeias Globais» que vida fazer das aldeias centros empresariais.
«O projecto Aldeias Globais, que ainda não iniciou a comercialização, pretende transformar aldeias despovoadas em centros empresariais. São aldeias que perderam todas as infra-estruturas que as poderiam suster. Procuramos empresas que pretendam arrendar algumas dessas casinhas para aí se instalarem, procurando novas funções para esse edificado. Julgamos que são espaços bastante apelativos».
Equilíbrio na distribuição da população pelo território nacional será um resultado positivo deste projecto. Inverter a tendência de acumular população no litoral e nas grandes metrópoles são sempre o objectivo dos projectos InfoEx. Para demonstrar a relevância desta nova distribuição da população, Frederico Lucas adianta alguns números da Organização das Nações Unidas (ONU): «em Portugal, 42% da população vive em 5% do território. Apenas 3,5% da população vive em cidades médias: Coimbra e Braga. Isto significa que 42% da população vive imobilizada sobre si e 54,5% da população no ‘interior profundo’. Em 2015, 69,2% da população portuguesa viverá nas duas áreas metropolitanas».
Frederico Lucas sublinha que procuram parceiros para desenvolver este projecto que será de baixos custos de implementação. «Acreditamos que é possível o desenvolvimento desta iniciativa com custos bastante reduzidos. Este projecto tem de ser desenvolvido com a optimização dos recursos existentes no território, possibilitando um custo por jovem de 1500 euros. Procuramos parceiros para atingirmos esta realidade, e se possível, para que os jovens assumam apenas uma ‘taxa moderadora’, que seria uma fracção deste valor».
Os jovens com uma ideia de negócio que queiram apostar em localidades menos habitadas podem contactar a InfoEx através do formulário disponível na página da Internet.
Sara Pelicano; ilustrações - InfoEx
in:cafeportugal.net
Sem comentários:
Enviar um comentário