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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 3 de abril de 2024

O TRABALHO DE MENINO É POUCO...

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

São muitos os que se indignam - e com razão, - da exploração de crianças, no mundo do trabalho; e poucos os que se preocupam com os chamados meninos-prodígios, que tantas vezes são tratados, pelos progenitores, como verdadeiros escravos.
Sei que me vão dizer ou pensar: São " vítimas" da Arte. Trabalham pelo prazer e pela vaidade.
Mas quantos não puderam nem podem brincar, porque os pais os obrigaram e obrigam a treinos constantes, para estarem aptos a participarem em competições desportivas, artríticas ou teatrais?
Passam e passaram noites mal dormidas, percorrendo feira em feira, circo em circo até altas horas, angariando dinheiro aos progenitores.
Recordo a ginástica Nadia Comannecci, que alcançou importantes medalhas nos Jogos Olímpicos, para seu País pudesse orgulhar-se da conquista de medalhas de oiro. Mas a que preço? De constantes sacrifícios, treinos forçados e infância perdida.
Lembro-me, de Saul e do notável futebolista - hoje multimilionário, Cristiano, que iniciou a carreira na Madeira, aos nove e entrou no Sporting. aos onze, sendo titular aos dezassete anos.
E também do extraordinário Lionel Messi, que começou a fulgurante vida de futebolista aos sete e aos treze foi para Barcelona, sendo titular aos dezasseis. Dir-me-ão: jogar a bola não é trabalho; trabalho é explorar os menores, para ajudarem os pais nas lidas domésticas ou nas tarefas agrícolas e oficina.
Não decorreu ainda uma década - penso eu, - que jornalista surpreendeu rapazinho, em plena serra transmontana a guardar o rebanho paterno.
Levantou-se a mass-media, indignada - criança de tão pouca idade devia estudar e não ser pastor!
Tratava-se de filho de agricultores remediados, que frequentava a escola secundária, mas por gosto, em horas de lazer, subia à serra com o gado do pai, para recreio. O problema é que a pastorícia não é Arte, mas trabalho, portanto - exploração infantil, 
Crime é o comerciante levar o filho para a loja, no intuito de o coadjuvar ou o lavrador solicitar ajuda ao filho, nas labutas agrícolas. Porque o menor não pode nem deve trabalhar, asseveram os políticos e certos intelectuais.
Até 1841 era permitido as crianças trabalharem em todo o mundo. Depois foi proibido, em França, ou melhor: só podiam trabalhar com mais de oito anos!"...
Em Portugal, só no reinado de D. Carlos é que se levantou a questão do trabalho infantil.
No nosso tempo, na maioria dos países, o trabalho infantil está proibido, embora ainda se pratique em alguns, mas ilegalmente.
Os nossos velhos diziam (com razão?) " O trabalho do menino é pouco, mas mais louco é quem não o aproveita. Claro que só executavam – penso eu, - nessa época e na nossa terra, tarefas de acordo com idade. Caso contrário seria crime.

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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