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quarta-feira, 22 de maio de 2024

Freixo de Espada à Cinta, o que visitar | Roteiro com o que ver e fazer

 Basta o nome da própria vila para suscitar curiosidade de visitar Freixo de Espada à Cinta. Como pode não bastar, neste artigo encontra razões mais do que suficientes para visitar Freixo de Espada à Cinta, a vila mais manuelina de Portugal, pertencente ao distrito de Bragança em Trás-os-Montes.


Visitar Freixo de Espada à Cinta é uma viagem na memória do Portugal ancestral. Aquele que se foi fazendo desde lá do norte, bem norte. Bem-querida pelos que procuram as pedras preciosas do nosso país de maravilhas, daquelas que ainda preservam a autenticidade que nos leva a viajar no tempo, daquelas que nos fazem ter orgulho do nosso património, daquelas que enaltecem a alma lusa.


Onde fica e como chegar a Freixo de Espada à Cinta?


Freixo de Espada à Cinta é uma vila portuguesa raiana inserida no território de Trás-os-Montes e Alto Douro. Vizinha dos concelhos de Mogadouro, Torre de Moncorvo e Figueira de Castelo Rodrigo, a leste é delimitada pelo rio Douro onde este forma a fronteira natural entre Portugal e Espanha, neste caso com terras da província de Salamanca.

Miradouro do Penedo Durão: um dos miradouros mais icónicos do Douro Internacional

Dada a sua localização no Nordeste Transmontano, para visitar Freixo de Espada à Cinta precisa de preparar-se para uma viagem longa (dependendo do seu ponto de partida, é claro). Para sua referência, perto de 450 km (circa 4h 30m) de viagem separam-na de Lisboa. A forma mais rápida e prática de chegar Freixo de Espada à Cinta é, obviamente, de carro. Assim, será mais fácil descobrir a imensa riqueza patrimonial e natural do concelho de Freixo de Espada à Cinta, entre aldeias típicas e o espetacular Parque Natural do Douro Internacional.

Quando visitar?

Com uma agenda bem composta de festas, feiras e eventos culturais ao longo do ano, a melhor altura para visitar Freixo de Espada à Cinta dependerá do seu interesse.

Praia fluvial da Congida

Não se esqueça que na gíria popular transmontana, o clima se caracteriza por “nove meses de inverno e três de inferno”. Ora, Freixo não escapa à regra. Verões curtos, quentes e secos e invernos longos, (muito) frios e chuvosos. As estações intermédias de primavera e outono acabam por ser bastante mais convidativas. Julho e agosto são os meses que atraem mais visitantes ao concelho.

Amendoeiras em flor

Esta zona adquire especial beleza na primavera (fevereiro, março) com as amendoeiras em flor, podendo a paisagem ser admirada em todo o seu esplendor das estradas cénicas e do alto dos seus muitos miradouros, os melhores virados para terras de Espanha sobre o vale do Douro Internacional.

Miradouro do Colado

Entre o Carnaval e a Páscoa, Freixo de Espada à Cinta tem das manifestações culturais ancestrais, de origem medieval e pagã, mais inéditas de Portugal. Terça-feira de Carnaval acontece o Enterro do Entrudo, com um cortejo funerário simbólico e a queima dos “chafusqueiros”. Todas as sete sextas-feiras entre o Carnaval e a Páscoa, a “encomendação das almas” faz-se nas procissões pagãs dos Sete Passos. Acontece “religiosamente” à meia-noite, na penumbra das ruas sem luz elétrica entre ruídos tenebrosos. Domingo de Páscoa, com alarde, um boneco de palha enchido com pequenos explosivos desfaz-se em mil pedaços no Rebentar do Judas.


O maior acontecimento anual é a Festa de Nossa Senhora dos Montes Ermos. Ao terceiro fim de semana de agosto, na quinta-feira, a população em romaria sobe ao Cabecinho para trazer a imagem da santa à vila – na segunda-feira seguinte a imagem é devolvida à capela erguida em sua homenagem no Cabecinho.

O que visitar em Freixo de Espada à Cinta?

Freixo de Espada à Cinta tem na substância a matéria da qual são feitas as lendas. Vila repleta de história, a sua origem “perde-se nas brumas dos tempos estando a sua fundação e toponímia encobertas pela neblina que sempre envolve as lendas.”

Lendas de Freixo de Espada à Cinta

São várias as lendas associadas a Freixo de Espada à Cinta. Uma delas diz que o nome deriva de um nobre godo chamado “Espadacinta”, que após uma batalha com os mouros nas margens do rio Douro se sentou a descansar à sombra de um enorme freixo, onde pendurou a sua espada. Outra que o nome deriva do brasão de um nobre leonês e ainda outra que remete para o rei Dom Dinis, que ali terá feito uma sesta, cravando o seu cinturão com a espada no majestoso freixo. Independentemente de qual delas seja verdade, o certo é que na vila existe mesmo um freixo centenário com uma espada à cinta.

Praça do Município: a “casa” do Pelourinho de Freixo de Espada à Cinta

Medieval, pitoresca e nobre, Freixo de Espada à Cinta irradia charme e encanto em cada pedra do castelo, em cada rua sinuosa, em cada casa manuelina, e até num freixo “investido cavaleiro”.

Janela Manuelina em Freixo de Espada à Cinta

Terra natal do poeta Guerra Junqueiro, são as pessoas que fizeram e fazem desta vila um documento vivo que o tempo não apaga.

Porta de estilo Manuelino

Autêntica e serena, a capital das Terras de Seda é o último reduto europeu da produção artesanal da Arte da Seda que pratica desde o século XVII e lhe trouxe fama mundial. Apenas uma tecedeira e a sua aprendiza restam como fiéis depositárias da ciência minuciosa deste “ofício” único em Portugal e em todo o território ibérico. Foi esta arte ancestral e identitária que elevou Freixo de Espada à Cinta a finalista das 7 Maravilhas da Cultura Popular em 2020.

Antiga Casa da Cadeia

As labirínticas ruelas da vila são um convite aberto a deliciar-se com a descoberta do secular casario de granito, das casas vivas sempre decoradas com coloridos vasos florais e dos pequenos largos onde o tempo passa sem qualquer pressa. Percorra as suas ruas cheias de portadas e janelas manuelinas. Suba às antigas muralhas e torre medievais. Visite a Igreja. Passeie pela Encruzilhada, pela Rua das Flores, pelo Vale, pela Fonte Seca ou pelo Outeiro.

Torre do Galo

Os locais que consideramos de visita obrigatória em Freixo de Espada à Cinta são o famoso Freixo com a espada à cinta, o Castelo de Freixo de Espada à Cinta e a enigmática torre heptagonal denominada de Torre do Galo, a majestosa Igreja Matriz, a Praça do Município, onde sobressaem o Pelourinho e o histórico edifício da Câmara Municipal, e o interessante Museu da Seda e do Território.

Face ao tamanho das portas, estamos desconfiados que os Hobbits moraram em
Freixo de Espada à Cinta

Castelo de Freixo de Espada à Cinta

Fruto de sucessivos cercos e batalhas, pouco resta do antigo castelo reconstruído pelo rei D. Dinis. Conservam-se alguns troços da muralha, de planta quase circular, que atualmente contornam a Igreja Matriz Manuelina, são parte da cerca do cemitério e duma peculiar torre.

Torre Heptagonal

Altiva e misteriosa, a Torre Heptagonal sobreviveu a tudo o que o castelo de Freixo de Espada à Cinta não conseguiu. Também conhecida como Torre do Galo, apresenta uma curiosa planta de base heptagonal, ou seja, tem sete faces e cada uma dessas sete paredes tem medidas diferentes.

Igreja Matriz de Freixo de Espada à Cinta

Classificada Monumento Nacional, a igreja matriz, onde predominam elementos manuelinos, é de visita obrigatória em Freixo de Espada à Cinta. O atual templo data do século XVI e foi contruído no lugar duma igreja medieval. Destaque para o pórtico principal, os tetos abobadados principalmente da capela-mor, os painéis da escola de Grão Vasco integrados em talha barroca, a sacristia e retábulos em estilo barroco e rococó.

Museu da Seda e do Território – Casa da Cadeia

O polo museológico dedicado à cultura e história do concelho situa-se numa casa quinhentista conhecida ao longo de séculos como “Casa da Cadeia” por ter servido de prisão Municipal. Dividido por salas que são uma viagem à geologia e arte rupestre da pré-história, da Idade do Ferro à Romanização, da Idade Medieval à República, e do quotidiano rural da região. A estas memórias juntou-se um acervo exemplificativo da produção artesanal da Seda.

Casa Junqueiro

Junqueiro Velho, como é conhecido, foi mais do que pai do poeta Guerra Junqueiro, um dos filhos ilustres da terra. Com olho para o negócio, foi um dos homens mais prósperos e visionários de Freixo de Espada à Cinta, que desenvolveu a cultura da amendoeira e do vinho generoso, na altura culturas mais rentáveis que o pão e o azeite. A casa da família Junqueiro é atualmente um museu que visa valorizar e manter vivas as raízes rurais freixenistas.

Igreja do Convento de São Filipe Nery


O antigo Convento de São Filipe Nery encontra-se em avançado estado de degradação. Contudo a igreja barroca é digna da sua atenção. A fachada principal da igrreja, escadório do adro e o Cruzeiro barroco com uma cruz latina são os elementos a destacar.

O que ver e fazer perto de Freixo de Espada à Cinta?

Cais Fluvial da Lagoaça: um dos locais a não perder perto de Freixo de Espada à Cinta

Visitar Freixo de Espada à Cinta e não partir à descoberta dalguns dos melhores miradouros do Douro Internacional é um pecado capital. Há ainda uma praia fluvial estupenda e um trilho irresistível, perfeito para quem gosta de uma boa caminhada rodeado de natureza. Abaixo encontra os locais que não pode deixar de visitar perto de Freixo de Espada à Cinta:

Miradouro do Penedo Durão


Considerado o rei dos miradouros de Freixo de Espada à Cinta, o Miradouro do Penedo Durão é, provavelmente, o mais afamado miradouro do Douro Internacional. As vistas sobre os escarpados penhascos do canhão rasgado pelo Douro são soberbas. O Penedo Durão é um verdadeiro paraíso para os amantes de Observação de Aves, que aqui têm a possibilidade de observar de perto grifos, abutres-do-Egito e águias-reais. Assistir ao voo silencioso destas majestosas criaturas, enquanto desfruta de uma maravilhosa paisagem sobre o Douro, é uma experiência a não perder ao visitar Freixo de Espada à Cinta.

Miradouro da Cruzinha

Outro fantástico miradouro de Freixo de Espada à Cinta é o Miradouro da Cruzinha, situado mesmo ao lado da aldeia de Lagoaça. Como um espelho de água, o rio Douro corre tranquilamente, traçando uma curva em frente à cidade espanhola de Aldeadávila de la Ribera. Lá bem em baixo, encaixado entre as arribas do Douro, esconde-se o Cais Fluvial da Lagoaça, um dos recantos mais edénicos do Parque Natural do Douro Internacional. Se gosta de percorrer estradas que têm tanto de cénico como de sinuoso, não deixe de ir conhecer!

Miradouro do Carrascalinho

Situado nas imediações da aldeia de Fornos, este tornou-se logo num dos nossos miradouros favoritos no Douro Internacional quando fomos visitar Freixo de Espada à Cinta pela primeira vez e (muito) provavelmente vai ser um dos seus também. Pouco frequentado por causa do acesso de terra batida não ser dos mais fáceis, a sensação de comunhão com a natureza é ímpar. E como nas arribas que rodeiam o Miradouro do Carrascalinho habitam imensos grifos, abutres-do-Egito e águias, terá sérias probabilidades de conseguir observar estas majestosas aves em pleno voo.

Miradouro do Colado

O miradouro fica mesmo ao lado da estrada e vai brindá-lo com um lindo quadro paisagístico. Aos seus pés terá a pequena aldeia de Mazouco com o rio Douro como pano de fundo. Desça à aldeia, siga até ao rio e descubra uma das mais belas e completas pinturas rupestres da Europa, o “Cavalinho de Mazouco”.

Praia Fluvial da Congida


Num roteiro para visitar Freixo de Espada à Cinta não podíamos deixar de sugerir uma ida à Praia da Congida, uma das nossas praias fluviais favoritas de Portugal. A praia é mesmo maravilhosa e conta com excelentes infraestruturas de apoio, entre as quais destacamos o convidativo bar à beira rio, a piscina fluvial flutuante, o parque infantil, as piscinas municipais e o cais de embarque para passeios turísticos pelo rio Douro. Se for no verão, não se esqueça do fato de banho pois vai saber-lhe que nem ginjas um mergulhinho no Douro.

Original AQUI.

Anabela e Alexandre

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