Foi a partir de uma grande paixão por chocolate que nasceu a JULAID. Tudo começou, em 2018, quando o casal pensou em fazer o seu próprio chocolate. Naquela época começaram a produzir bombons, mas o processo era totalmente diferente daquele que praticam hoje em dia. Ou seja, a pasta era comprada à indústria e, depois, era trabalhada pelos transmontanos.
Depois de muitas leituras, experiências e dedicação, há mais de três anos chegou-se ao Bean to Bar. Um processo que, segundo Rui Madeira, apenas três ou quatro pessoas trabalham em Portugal.
“Estivemos a ler alguns artigos sobre o Bean to Bar, coisa que começou nos Estados Unidos nos anos 90 e veio para a Europa no início deste século. E então quisemos experimentar isso e foi assim que tudo começou. Todo o processo tem que ser feito no mesmo local. Desde a triagem do cacau, à torra, à descasca, à moldagem, à moagem. Todo o processo tem que ser feito no mesmo local. Se for feito em dois locais diferentes, deixa de ser Bean to Bar. Não poderíamos considerar como tal. E embalamento, temos de fazer também o embalamento. Portanto, é um processo longo, mas que nos dá bastante prazer, porque vemos o grão do cacau e depois vemos a tablete pronta”, explicou
O casal utiliza “cacau selecionado de origem única”, proveniente do Brasil, Equador, Filipinas, Índia e Tanzânia, comprado a fornecedores que “trabalham diretamente com os produtores”. A JULAID apresenta-se em sete qualidades diferentes, “o chocolate 85% e 70% do Equador, 63% e 70% da Índia, 70% de Tanzânia e 70% do Brasil”, conta Paula Trigo acrescentando que os interessados podem comprar os chocolates na página online da marca ou até na “casa da Zinha”, em Bragança.
O chocolate chegou ao mercado por causa de um concurso. Para participarem nos Prémios da Academia do Chocolate, em Londres, tinham de comercializar o produto. E ainda bem que o fizeram já que o Brasil 70% saiu premiado, esclarece Paula Trigo.
Depois de ter sido premiado, entre cerca de 1400 tabletes a concurso, o casal sente-se motivado para continuar a trabalhar. Rui Madeira explica que o objetivo é vender o que produzem noutros espaços dedicados a chocolate Bean to Bar.
“Nós queremos que o nosso chocolate chegue a todo o mundo. Existem empresas na Europa que têm em stock cerca de 300 produtores de Bean to Bar e vendem para todo o mundo. O nosso objetivo é fazer parte dessas 300 empresas. Mas o mercado Europeu é o nosso principal objetivo”, disse.
O Bean to Bar implica que, depois de se receber o cacau, os grãos sejam limpos e separados manualmente, removendo os de baixa qualidade e garantindo que apenas os melhores são transformados em chocolate. Depois dá-se o processo da torra. Nesta etapa os grãos são torrados e ocorrem reações químicas que ajudam a desenvolver aromas característicos de cada chocolate. O passo seguinte passa pela retirada da casca. Os pequenos pedaços de cacau são chamados de nibs. Após este processo é feita a moagem: nibs e açúcar, no caso da JULAID é de cana biológico, são moídos até formar uma pasta fina. As duas últimas etapas do processo são a moldagem e o embalamento.
Os sete tipos de JULAID que, para já, existem são 100% naturais e inteiramente orgânicos e vegan, sem glúten e sem lactose. Além disso, e ao contrário da grande maioria dos chocolates que há no mercado, não contêm vestígios de frutos secos de casca rija, uma vez que há várias pessoas alérgicas a estes alimentos.
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