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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 6 de março de 2025

Do grão de cacau à tablete: Transmontanos criam chocolate único e premiado

 Paula Trigo e Rui Madeira produzem chocolate, num atelier, em Alfaião, no concelho de Bragança, num processo único e praticamente inexistente em Portugal: o Bean to Bar, ou seja, todos os processos, desde o grão de cacau à tablete, são feitos no mesmo local


Foi a partir de uma grande paixão por chocolate que nasceu a JULAID. Tudo começou, em 2018, quando o casal pensou em fazer o seu próprio chocolate. Naquela época começaram a produzir bombons, mas o processo era totalmente diferente daquele que praticam hoje em dia. Ou seja, a pasta era comprada à indústria e, depois, era trabalhada pelos transmontanos.

Depois de muitas leituras, experiências e dedicação, há mais de três anos chegou-se ao Bean to Bar. Um processo que, segundo Rui Madeira, apenas três ou quatro pessoas trabalham em Portugal.

“Estivemos a ler alguns artigos sobre o Bean to Bar, coisa que começou nos Estados Unidos nos anos 90 e veio para a Europa no início deste século. E então quisemos experimentar isso e foi assim que tudo começou. Todo o processo tem que ser feito no mesmo local. Desde a triagem do cacau, à torra, à descasca, à moldagem, à moagem. Todo o processo tem que ser feito no mesmo local. Se for feito em dois locais diferentes, deixa de ser Bean to Bar. Não poderíamos considerar como tal. E embalamento, temos de fazer também o embalamento. Portanto, é um processo longo, mas que nos dá bastante prazer, porque vemos o grão do cacau e depois vemos a tablete pronta”, explicou

O casal utiliza “cacau selecionado de origem única”, proveniente do Brasil, Equador, Filipinas, Índia e Tanzânia, comprado a fornecedores que “trabalham diretamente com os produtores”. A JULAID apresenta-se em sete qualidades diferentes, “o chocolate 85% e 70% do Equador, 63% e 70% da Índia, 70% de Tanzânia e 70% do Brasil”, conta Paula Trigo acrescentando que os interessados podem comprar os chocolates na página online da marca ou até na “casa da Zinha”, em Bragança.

O chocolate chegou ao mercado por causa de um concurso. Para participarem nos Prémios da Academia do Chocolate, em Londres, tinham de comercializar o produto. E ainda bem que o fizeram já que o Brasil 70% saiu premiado, esclarece Paula Trigo.

Depois de ter sido premiado, entre cerca de 1400 tabletes a concurso, o casal sente-se motivado para continuar a trabalhar. Rui Madeira explica que o objetivo é vender o que produzem noutros espaços dedicados a chocolate Bean to Bar.

“Nós queremos que o nosso chocolate chegue a todo o mundo. Existem empresas na Europa que têm em stock cerca de 300 produtores de Bean to Bar e vendem para todo o mundo. O nosso objetivo é fazer parte dessas 300 empresas.  Mas o mercado Europeu é o nosso principal objetivo”, disse.

O Bean to Bar implica que, depois de se receber o cacau, os grãos sejam limpos e separados manualmente, removendo os de baixa qualidade e garantindo que apenas os melhores são transformados em chocolate. Depois dá-se o processo da torra. Nesta etapa os grãos são torrados e ocorrem reações químicas que ajudam a desenvolver aromas característicos de cada chocolate. O passo seguinte passa pela retirada da casca. Os pequenos pedaços de cacau são chamados de nibs. Após este processo é feita a moagem: nibs e açúcar, no caso da JULAID é de cana biológico, são moídos até formar uma pasta fina. As duas últimas etapas do processo são a moldagem e o embalamento.

Os sete tipos de JULAID que, para já, existem são 100% naturais e inteiramente orgânicos e vegan, sem glúten e sem lactose. Além disso, e ao contrário da grande maioria dos chocolates que há no mercado, não contêm vestígios de frutos secos de casca rija, uma vez que há várias pessoas alérgicas a estes alimentos.

Jornalista: Carina Alves

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