São 36 casas em aguarela que tencionam ser um regresso ao passado de Macedo de Cavaleiros, retratadas por Manuela Oliveira Dourado e representam sobretudo a infância da pintora.
“Minha Linda Princesinha II” dá nome à exposição que foi inaugurada, no passado sábado, na Junta de Freguesia de Macedo de Cavaleiros.
“Isto é Macedo, é um Macedo antigo, a maior parte destas casas já não existe. Aquelas casas velhinhas de xisto pequeninas que havia, algumas estão já em ruínas e também estão representadas. E, por exemplo, a Moagem, que é a casa que está no cartaz, a Moagem que era do tempo áureo de Macedo”, explica.
A pintora partilha que ainda é capaz de identificar a quem pertenciam as habitações.
“Esta era a casa do senhor “Quadrado”, que tinha uma sapataria na praça, e que era assim de azulejos azuis e agora é pintada de branco. A garagem do senhor “João Barrigão”, que antes foi a garagem do senhor “Raposo”, tantas outras, a antiga casa do povo… Consigo identificar tudo! Porque cada vez que pinto uma, mesmo que seja a partir de uma fotografia muito pequenina, ou às vezes até de um pormenor qualquer que encontre numa fotografia, eu sei de que cor eram.
Rui Vaz visitou a exposição, e para sua surpresa apreciou algo que lhe é familiar. Realçou ainda a importância do trabalho apresentado pela autora.
“A maior parte delas já não temos o prazer de poder continuar a ver. Também aquela onde fui, menino, no Prado de Cavaleiros, está aqui para minha satisfação. Aliás, foi um entusiasmo muito grande quando a Manuela me mostrou aquela que foi a casa da minha infância”, refere. “A Manuela está a fazer com este trabalho uma coisa que é fantástica, que é a memória. A memória passada, a memória presente e a memória futura. Infelizmente, a memória passada já não nos deixa muitos destes exemplos. A memória presente já são poucas e a memória futura são aquelas que ela já regista, mas que vão desaparecer com o tempo.”
Esta é a segunda edição da exposição de Manuela Oliveira Dourado, que está dividia em duas partes aguarela e pintura a óleo. A Junta de Freguesia de Macedo de Cavaleiros pretende com esta iniciativa apostar nos artistas locais, como explica o presidente Sérgio Borges.
“Vai de encontro à linha em termos de culturais da Junta da Freguesia, em expor desde a pintura, desde a fotografia, desde o artesanato, e apostar nos nossos artistas locais, penso que será o local ideal”, explica.
A exposição vai estar patente até ao dia 10 de maio no salão nobre da Junta de Freguesia de Macedo de Cavaleiros.


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