segunda-feira, 12 de maio de 2014

Freguesia de Chacim

As lendas invadem o imaginário de todos os que ouvem as historias de antigamente. Aparecem como formas de justificar algo e perpetuam-se ao serem transmitidas de geração em geração. Nesta privilegiada freguesia de Trás-os-Montes existem diversas histórias de profundas raízes cristas. No início da Nacionalidade, entre a Avenida de Chacim e o alto do Monte do Carrascal, travaram-se lutas renhidas entre os mouros e os cristãos. A chacina dessa altura poderá estar na origem do nome da freguesia, tal como a lenda da Senhora de Balsamão.
Lenda da Senhora de Balsamão
A cerca de quatro quilómetros da freguesia encontra-se o Santuário da Senhora de Balsamão. Muito provavelmente do tempo da Reconquista Cristã. Nessa altura, os mouros estavam instalados no Monte do Carrascal e subjugavam os cristãos com pesados impostos. O mais grave e vergonhoso era o “Tributo das Donzelas” que consistia na obrigatoriedade da noiva passar a noite de nupcial com o Emir, chefe dos Mouros.
Certo dia, depois da realização de um casamento em Crasto, a noiva foi raptada quando saía da Igreja. Mas, já estava tudo preparado para pôr termo à quele insulto. O noivo era filho do Chefe dos Cavaleiros das Esporas Douradas de Alfândega. Homens e jovens correram para a montanha. Desafiaram o Emir que, em resposta, lhes enviou alguns guerreiros travando-se uma luta feroz. Apesar da bravura, os cristãos iam desfalecendo e, de repente, surgiu diante deles uma senhora vestida de enfermeira. Limpou-lhes as feridas e aplicou-lhes um bálsamo, curando-as milagrosamente. Esta senhora era a Mãe de Deus. Subitamente, os Cavaleiros das Esporas Douradas gritaram: “ Vitoria”! Com a morte, do Emir, os Mouros bateram em retirada. Purificada a Mesquita, festejou-se a vitoria celebrando uma missa em honra da Defensora do Lar e Padroeira dos Noivos, a Divina enfermeira Senhora de Balsamão.
Imprescindíveis em qualquer região; as festas apresentam-se sempre com um carácter litúrgico. O culto aos Santos e feito com muita fé mas também com muita alegria, Actualmente não há celebrações sem diversão, fazendo parte dela a musica, a dança, o convívio, e demais componentes. Chacim convida a conhecerem a Festa da Paróquia realizada anualmente no mês de Agosto. Para esta festa, não existe um dia fixo, mas geralmente tem lugar na primeira quinzena do mês, e celebra-se em Honra de Santa Eufémia e de São Sebastião. Realiza-se uma festa religiosa, com a tradicional procissão pelas ruas principais da freguesia. À noite, decorre o arraial com fogo de artifício, Banda de Música e Conjunto Musical.
Feira das Cebolas, Feira de São José, Feira Mensal
Desde tempos remotos que se realizam feiras em Chacim, famosas e classificadas entre as maiores da província. Durante muitos anos realizavam-se feiras quinzenais, a 4 e 19 de cada mês, acabando por desaparecer com o passar do tempo. Actualmente ainda se realizam as feiras anuais: Feira das Cebolas, a 10 de Setembro, e a Feira de São José, a 19 de Março. Estas feiras atraem muitas pessoas de várias localidades, principalmente em Setembro devido à excelente qualidade de cebola que e colocada a venda, Recentemente surgiu uma Feira Mensal, no quarto Domingo de cada mês.
Hino de Chacim
As danças e cantares transmitem alegria a quem nelas participe, directa ou indirectamente. Chacim, através do hino da freguesia, apresenta todas as potencialidades desta terra, resumindo a sua história e despertando a curiosidade a quem o ouve.

Coro
Belo Chacim, quero-te tanto!
Não há para mim maior encanto.
Tuas belezas são primores de admirar,
Que grande glória em Chacim em ti morar!

I - Minha terra é Chacim,
E um formoso jardim,
Tem p'ra mim todo o vaiar.
Com suas casas branquinhas,
E suas águas clarinhas,
Eu tenho-lhe grande amor.

II - Tua avenida espaçosa,
De verdura tão viçosa,
E um encanto, um primor.
Onde canta o rouxinol,
Antes do nascer do sol,
Um terno hino de amor.

Ill - Tudo anda sempre em festa,
Nesta terra tão modesta,
De alegria a transbordar,
A juventude vistosa
E alegre e graciosa,
Passa o dia a cantar.

IV - O teu solo produtivo,
Agradecendo o cultivo
Dá batatas e feijões.
Numerosos olivais,
E extensos cebolais
E carradas de melões.

V - O encanto principal
Desta terra sem igual,
A Ermida de Balsamão.
Onde Vão os peregrinos
Entoar celestes hinos
Com amor e devoção.

Em dias festivos , os jovens vestiam o traje caracter í stico do Rancho Folcl ó rico da Casa do Povo de Chacim. Enquanto dançavam e cantavam as jovens raparigas envergavam uma blusa branca com folhos, saia preta, bordada com muita arte, meias de renda e chinelas pretas também bordadas. Esta bela tradição deixou de existir, mas a população aguarda ansiosamente a reinserção desta indumentária, nas tradições de Chacim.
Jogos tradicionais
Os jogos tradicionais sempre tiveram uma componente educativa e social. Sem luxos nem despesas, podiam ser praticados em qualquer lugar e a qualquer hora, Os jogos que se realizam na freguesia de Chacim são o Fito e a Sueca, praticados por grupos de homens e rapazes. O fasc í nio e a destreza com que jogam é de tal ordem que prendem a atenção de varies espectadores, Em certas épocas do ano realizam-se torneios de ambos os jogos, sendo atribuídos aos vencedores variados prémios como taças e presuntos, entre outros. Uma destas é pocas é na Festa da Santíssima Trindade,
Jogo do Fito
Geralmente, os locais escolhidos para este jogo s ã o a Avenida ou no Largo da Feira.O fito joga-se com duas pequenas pedras, colocadas em pé, e distantes cerca de 10 a 20 metros e dois marcos. Dois ou quatro jogadores iniciam o jogo, tentando derrubar o fito (marco de pedra) ou, pelo menos, conseguir que a sua pedra fique o mais pr ó xima poss í vel dele. O derrube do marco vale quatro pontos, enquanto que quem conseguir colocar a malha mais próxima que o adversário alcan ç a dois pontos. Vence o jogo aquele que conseguir chegar primeiro aos quarenta pontos.
Jogo de Cartas – Sueca
A sueca e um jogo de cartas em que participam quatro jogadores, dois contra dois, com os parceiros sentados frente a frente, O baralho tem somente quarenta cartas, sendo removidos os oitos, os noves e os dez. O objective e ganhar cartas que valem pontos. Assim, as cartas valem: á s, 11 pontos; sete ; 10 pontos; rei, 4 pontos; valete 3 pontos; dama, 2 pontos; 6, 5, 4, 3 e 2 valem zero pontos. Há cento e vinte pontos somados no baralho. O jogador que começa foi aquele que cortou o baralho. Os outros jogadores devem seguir o naipe escolhido pelo primeiro jogador Aquele que não tiver cartas do naipe puxado pode jogar cartas de qualquer outro naipe, incluindo o trunfo. A carta mais alta do naipe, ou o trunfo mais alto, ganha a jogada. O participante que ganhou puxa o próximo naipe. A pratica deste jogo e ao ar livre, quando esta bom tempo, ou como passatempo, ao serão nas noites de Inverno.
Gastronomia 
Boa comida e óptimos petiscos podem ser saboreados por quem visita Chacim. O salpicão, a chouriça, as saborosas alheiras, o bom queijo de ovelha; fazem as delícias de quem desejar visitar esta terra que, pelos seus atractivos, tradições e mérito da sua gente autenticamente transmontana na alma e no coração, quer ser uma terra do século XXI, voltada para o progresso.
Artesanato 
Chacim e rico na sua tradição histórica que e variada e composta de tudo um pouco. Antigamente, existia na localidade o “Patronato da Sagrada Família", orientado pelas servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado. Nesta casa, as jovens internas e externas eram orientadas, aprendiam e executavam trabalhos de Tecelagem, Costura ; Bordados à m ã o e à m á quina. A harmonia que se vivia na casa era transmitida na beleza dos trabalhos efectuados. Actualmente, estas actividades artesanais abrandaram mas não cessaram, continuando sob a orientação das religiosas no A.T.L da "Sagrada Família” .

in:chacim.jfreguesia.com

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