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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Feiras medievais - «Desconforto com o presente explica atracção por um passado mitificado»

A recriação das feiras medievais é actualmente uma realidade transversal a todo o país, transportando os participantes para o passado. Para Luís Miguel Duarte, professor na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, especialista em Idade Média, «o desconforto com o presente explica a atracção por um passado que é mitificado e aparece como algo exótico».
Luís Miguel Duarte afirma que o fenómeno desta evocação medieval explica-se também pelo facto de as vilas e cidades portuguesas serem «terras que tiveram um passado medieval bem documentado e ainda presente», dando como exemplos disso Óbidos, Silves ou o Castelo da Feira.
A reconstituição destas feiras e mercados medievais é diferente no Norte, face ao Sul do país, onde as recriações inspiradas na antiga presença árabe são mais visíveis. Todavia, todos estes eventos recriam as actividades económicas actuais, em alusão aos anciãos mercados da época medieval. Estes, um momento de grandes transacções económicas.
Para o professor da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, muitos municípios organizam estas feiras medievais «não só pela animação que criam» mas igualmente «pela possibilidade que oferecem a pequenos artesãos e produtores» locais.
Tratam-se, por isso, de eventos que o poder local elege como potência turística e ajudam, na opinião do especialista, a promover o sector e a desenvolver estes centros. «Basta ver o que se tem passado com a “Viagem Medieval em Terras de Santa Maria”», exemplifica.
Luís Miguel Duarte afirma que há, pois, uma «ilusão» ancorada pela História nestas organizações locais. Basicamente, «não funcionariam sem essa ilusão».
«Animar as terras, pôr gentes diferentes em contacto, misturar história e presente» são estes, no fundo, os fundamentos das várias feiras medievais que hoje encontramos um pouco por todo a país.
Para o docente, estes eventos «têm agradado muito aos portugueses, tal como acontece no estrangeiro».
Contudo, alerta: «é de esperar e de desejar um cada vez maior cuidado colocado no rigor histórico, bem como a multiplicação de grupos dedicados à recriação histórica».
A génese das feiras:
A História não é clara quanto ao período em que se realizou a primeira feira deste género. Há documentos que afirmam que em 500 a.C., já se realizava essa actividade no Médio Oriente, nomeadamente na cidade-estado Fenícia de Tiro.
Contudo, as referências a feiras na Antiguidade e na Idade Média aparecem sempre relacionadas a festividades religiosas e a dias santos. Nelas se reuniam mercadores de terras distantes, trazendo os seus produtos para troca por outros.
Em Portugal o crescimento económico e demográfico dos séculos XII e XIII, no território que viria a constituir Portugal, permitiu a criação de excedentes, que eram objecto de escoamento nos mercados e feiras.
Na Idade Média, em Portugal, as feiras foram um dos mais importantes acontecimentos, tal como um pouco por todo o continente europeu.
As feiras portuguesas constituíram-se num espaço de encontro de produtores, consumidores e distribuidores, realizando-se em datas e locais fixados, ao mesmo tempo em que procuravam superar as dificuldades de comunicação.

Ana Clara
in:cafeportugal.net

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