Quem entra no mercado municipal não pode deixar de reparar que há pouca gente.
As bancas estão vazias, sem comerciantes para as ocuparem. Não se ouvem pregões, nem mesmo o burburinho característico.
Os clientes, esses, também se fazem tardar. E numa manhã de sexta-feira, às portas do fim-de-semana, contam-se pelos dedos de uma mão.
Ângela Aires é dona de uma peixaria, e entretém o seu tempo com uma televisão pequenina, das antigas, e uma revista, enquanto não há clientes.
Alcina Catarina, talhante, vai dizendo que às vezes a sexta-feira é um bom dia, mas que todos são uma incógnita.
Ambas acham que se devia investir no edifício do mercado municipal.
O mercado municipal foi inaugurado há 27 anos.
Em quase três décadas, as pessoas ficaram mais afastadas do mercado à moda antiga.
Muitas passaram a preferir as grandes superfícies comerciais.
Entre as soluções para atrair mais pessoas, não se descarta a passagem da feira do Parque Municipal de Exposições para o espaço em redor do edifício do mercado.
Adunzida Rocha não é contra. Apenas considera que a fluidez do trânsito devia ser assegurada.
Ainda à conversa com Aduzinda Rocha, proprietária de uma banca de fruta, é fácil reparar que é a única que tem a manhã mais ocupada.
Alguns comerciantes não querem gravar declarações, mas todos têm tempo para contar como era o mercado antigamente.
Eles, os resistentes, afirmam que os dias maus são compensados por uns melhores.
Ainda assim, deixam desabafos sobre uma época que tem sido complicada para o negócio.
Rui Rocha chegou ao mercado há pouco tempo.
Herdou da mãe a casa de fumeiro e um restaurante.
Conta cinco anos como comerciante no mercado municipal. Investiu em obras de melhoramento nas suas casas.
Considera que o período que ultrapassamos não é pior para o negócio, e só se queixa da elevada carga fiscal que corta as pernas à contratação.
O mercado municipal de Macedo de Cavaleiros cada vez conta com menos comerciantes nas suas bancas.
Os que ainda resistem pedem investimento no edifício, e queixam-se de as pessoas terem perdido o hábito de comprar no mercado tradicional.
Escrito por ONDA LIVRE
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(Henrique Martins)
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