(colaborador do "Memórias...e outras coisas..."
Recentemente, o Parlamento, rejeitou a despenalização da eutanásia. A votação mostrou, que os deputados encontram-se divididos; a percentagem foi praticamente igual: cinquenta por cento, para cada lado.
Dividida está, também, a classe médica; embora a maioria esteja inclinada a criminalizar a eutanásia.
E os portugueses, o que pensam?
Os idosos, que muito viveram, e se encontram mais próximos da morte, nem querem ouvir a palavra: eutanásia; os jovens, aceitam-na – em nome da liberdade, dizem.
O estudo de Manuel Pedro Carrapatoso, realizado em coordenação com o Prof. Rui Nunes, concluiu, após consultar 405 estudantes do sexto ano de Medicina, em 2017, que (73%) eram favoráveis à eutanásia, e (71%) a praticariam nos doentes – “ JN”, 29/O5/2018.
É preocupante saber, que futuros médicos, pretendem recorrer à eutanásia, quando o doente, em calvário, em desespero extremo, procura a morte; em vez de o tirá-lo desse sofrimento, com paliativos, pretendem recolherem ao processo mais fácil e mais económico.
Os avós, os pais, que outrora, eram bênçãos para a família, passaram, nos nossos dias, a serem incómodos, quando, devido à idade ou doença obrigam (filhos e netos,) a sacrifícios; impedindo-os de levarem vida de prazer e bem-estar.
Os que tem posses, ainda são colocados em lares – alguns luxuosos; - ficando, assim, filhos e netos, libertos da obrigação, que é dever, de os cuidar.
Mas, se não há possibilidades económicas?
Ficam internados pelos hospitais, ou depositados em casas de repouso, sem condições, aguardando que a Morte, se lembre deles.
Como na sociedade há, cada vez mais idosos, graças ao avanço da medicina, e ao serviço estatal de saúde, e a juventude e o Estado, não querem arcar com o encargo de os sustentar (pensões, tratamentos, mensalidades em lares,) o caminho mais fácil, é encurta-lhes a vida.
Por que será que a atual geração, (na maioria,) se comporta assim? Por que será que apenas se valoriza a beleza e a juventude, e se renega e se empurra, os idosos, para fora das suas casas, das suas famílias?
Porque receberam educação materialista. Porque a sociedade aceitou a imoralidade, como um direito; porque a literatura, o cinema e a televisão, defendem o amor livre; o amor ao dinheiro e ao prazer pecaminoso; porque a coletividade, em geral, assevera: que Deus, se existiu, morreu.
Por isso, só por isso – para não dizer: por razões económicas, – é que os parlamentares debatem a eutanásia, em vez de pensarem em lares, em que todos os cidadãos possam ter, todos os recursos da medicina.
Casas de repouso, bem apetrechadas ficam dispendiosas. Só os ricos podem pagar as mensalidades…; como o Estado não pode, nem quer, dar a todos, essas comodidades… Então…
Humberto Pinho da Silva, nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA.Foi redactor do jornal: “Notícias de Gaia"” e actualmente é o responsável pelo blogue luso-brasileiro: " PAZ".
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