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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Algoso: Os roscos na Festa do Ramo de São João

 Na manhã desta quinta-feira, dia 8 de fevereiro, cerca de 30 mulheres de Algoso, meteram as mãos na massa e começaram a confecionar os roscos para a Festa do Ramo de São João, uma antiga tradição que se celebra anualmente no Domingo Gordo e que este ano acontece a 11 de fevereiro.


À semelhança do que acontece noutras aldeias do planalto mirandês, também em Algoso, os protagonistas desta festividade, que antecede a terça-feira de carnaval e o início da Quaresma, são uns bolos designados por roscos.

Estes doces tradicionais são feitos com farinha, ovos, açúcar, manteiga, azeite, sumo da laranja e aguardente.

Em Algoso, este ano, coube aos mordomos do bairro do Caminho do Campo percorrer a aldeia para pedir os ingredientes ou então aceitam dinheiro para os comprar.

Antigamente, estes doces tradicionais eram cozidos nos fornos familiares da aldeia. No entanto, com o despovoamento e o envelhecimento da população, a confecção dos roscos passou a ser feita, comunitariamente, numa padaria, pois oferece melhores condições de espaço e de trabalho.

Este ano, o espaço de trabalho voltou a ser a padaria Lucas, onde as mulheres de Algoso realizaram um notável trabalho de equipa: enquanto umas preparavam e distribuíam a massa, outras davam forma aos doces, havia ainda quem os pincelasse com gema de ovo, para depois os levarem ao forno.

De acordo com a presidente da União de Freguesias de Algoso, Campo de Víboras e Uva, Cristina Miguel, todos os anos há uma entusiasta adesão feminina.

“Esta festa é muito apreciada pelos algosenses, sejam os residentes e também os que vivem noutras localidades do país e no estrangeiro. Também por isso, a dedicação das mulheres é ainda maior, pois querem presentear quem nos visita com roscos de qualidade e saborosos.”, disse.

O ambiente na padaria Lucas era de convívio, entreajuda e também de expetativa para averiguar o resultado (e o sabor!) das centenas de quilos de roscos que iam saindo dos fornos.


A senhora Beatriz Miguel é uma das mais assíduas participantes nesta antiga tradição. Questionada como se transmite este legado cultural aos jovens, respondeu que basta convidá-los para virem ajudar. Foi o que aconteceu com o jovem Alfredo Cordeiro.

“Sendo eu habitante de Algoso, considero que é muito importante preservar tradições como esta, da Festa do Ramo de São João. Para além disso, gosto muito de estar e aprender com as pessoas mais velhas”, disse.

Segundo ordena a tradição, após a confecção dos roscos, segue-se a ornamentação do andor do Ramo, um trabalho que é atribuído às jovens raparigas de Algoso.

Chegados ao Domingo, a localidade de Algoso recebe, habitualmente, a visita de muitos dos seus conterrâneos. E este ano, dada a tolerância de ponto na função pública, na segunda-feira, dia 12 de fevereiro, os mordomos da festa do Ramo de São João anteveem uma ainda maior afluência de público a Algoso, para participar na festa e comprar os roscos.


A Eucaristia Dominical, está agendada para as 13h00. No final, os jovens rapazes têm a missão de leiloar ramos de oliveira enfeitados com roscos.

“Cinco euros, quem dá mais? Dez euros, quem dá mais?”, apregoam os rapazes.

Outra atração na festa é a “Corrida da Rosca”, que consiste numa prova improvisada de atletismo, em cinco categorias: entre homens solteiros; mulheres solteiras; homens casados; mulheres casadas; e também as crianças participam entusiasticamente neste desafio. No final, os vencedores das cinco corridas recebem como prémio uma rosca, ou seja, um grande rosco em forma de coroa.

A receita angariada com a venda dos ramos e dos roscos destina-se à organização da festa em honra de São João Batista, que Algoso celebra no dia 24 de junho, com a missa, uma sardinhada-convívio e um baile.

A festa do Ramo de São João é uma iniciativa da comissão de festas, que conta com os apoios da Freguesia de Algoso e da Unidade Pastoral de Nossa Senhora da Visitação.

AH

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