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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Vale do Tua - Documentário alerta para uma biodiversidade única ameaçada pela construção da barragem

Um biólogo e um realizador de cinema percorreram o Vale do Tua. Produziram uma reportagem em vídeo sobre a fauna e a flora que habita «o rio mais selvagem da Europa». Um filme que alerta para «valores associados ao rio Tua que correm o risco de desaparecer face ao avanço da barragem de Foz Tua».
Durante um mês António e João «perderam-se» na paisagem do rio Tua, inserida num território Património Mundial da Humanidade da UNESCO. António, biólogo e João, realizador de cinema, revisitaram em vídeo a flora e a fauna que povoa o Vale do Tua. Local onde está a ser construída a barragem da EDP. Um empreendimento há muito envolto em polémica, nomeadamente ao nível do impacto ambiental no território, o que inclusivamente suscitou diversos pareceres da UNESCO.
«A ideia de fazer este documentário surgiu quando nos apercebemos do que estava a acontecer no Tua, no Sabor, e com o Plano Nacional de Barragens, em geral. A aidnature.org trabalha na produção de documentários, vídeos, fotografia e informação na área da conservação na Natureza, e este é um acontecimento muito grave a nível ambiental», começa por contextualizar António Castelo.
O biólogo acrescenta que, além disso, «está associado a uma série de outros temas mais directamente ligados às pessoas e à governação de uma região inteira, pelo que ainda mais grave se torna».
Por esta razão, refere que o trabalho pretende informar os cidadãos «acerca do que se está a passar, transmitir factos não só do que se passa no ecossistema como também acerca da obra em sim. Números concretos, posições da UNESCO e do Estado Português relativamente à obra e ao Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial, o que a barragem vai produzir relativamente às necessidades energéticas nacionais, mas cada um tira as suas conclusões».
Explica, por isso, que o documentário pretende «mostrar o que se pode perder caso esta barragem seja construída. Diz-se que há um ecossistema e fauna e flora importante e que é tudo bonito e que tem valor para o eco-turismo, por ai fora. Mas as pessoas não conhecem de facto o que há. O nosso objectivo foi tentar mostrar às pessoas que há de facto estes valores no rio Tua, e que vão mesmo desaparecer se nada se fizer para impedir a conclusão da obra», argumenta.
António Castelo refere que a fauna e flora do Vale do Tua são os protagonistas deste trabalho, sendo que este foca a vida selvagem do rio e o seu ecossistema. «Os outros documentários que conheço sobre o Tua focam mais o aspecto social, a importância da linha de comboio, o impacto económico e social do abandono da linha do Tua e da construção da barragem, nenhum outro tinha focado tanto a vida selvagem propriamente dita, que foi o procurámos fazer neste documentário», afirma.
Uma preciosidade carregada de valor:
António Castelo adianta ainda que o Vale do Tua «é uma preciosidade carregada de valor, que está localizada numa região do país que está em empobrecimento e com o quadro de abandono típico das regiões do interior».
«É um foco de atracção turística numa zona que está já conotada como tal, como é o Alto Douro Vinhateiro, e se fosse bem aproveitado podia reverter esta situação. Uma reserva natural, com empresas de aproveitamento, quer da linha, quer das potencialidades de eco-turismo, turismo de natureza, desportos de aventura, observação de aves, passeios de luxo pela linha num comboio de charme, desenvolvimento de estabelecimentos para acomodar e servir os potenciais turistas, isto tudo seria um foco de atracção enorme, gerador de riqueza e de sustentabilidade», acrescenta.
Por fim, realça que o Vale do Tua «já é e já foi importante, mas a importância que poderia ter daqui para a frente é muito maior do que a que já teve, pois agora além de precioso por si só está a ficar cada vez mais raro, quer na Europa quer no Mundo».
Recorde-se que no Vale do Tua existem mais de 500 espécies de borboletas, dezenas de águias-de-Bonelli, bufos-reais, cegonhas pretas, chascos pretos, falcões peregrinos e abutres, entre muitas outras aves.
Com a construção da barragem, alertam os autores do documentário, outras espécies irão sofrer como os castanheiros, pinheiros e sobreiros (que ficarão submersos) «que cobrem as vertentes sobranceiras ao rio», além da «destruição irreversível de solos agrícolas e habitats ribeirinhos raros, e que criará riscos adicionais de erosão no litoral e provocará uma degradação da qualidade da água».

O documentário foi financiado pelo Partido dos Animais e da Natureza (PAN) e produzido e realizado pela Aid Nature.

Ana Clara; Fotos - Aid Nature
in:cafeportugal.net

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