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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Lenda da Fraga da Pindura

Local: Felgar, TORRE DE MONCORVO, BRAGANÇA

No termo de Felgar, há uma fraga a que chamam a Fraga da Pindura. E então um senhor qualquer sonhou lá com uma moura encantada. E sonhou que ela lhe dava dinheiro. Resolveu, por isso, ir lá, e quando lá chegou apareceu-lhe uma cobra muito grande. O homem hesitou, e ia já a começar a fugir, quando ouve uma voz que lhe diz:
    — Não fujas, senão dobras-me o encanto! 
    Ele enfrentou a cobra, a cobra beijou-o e logo se desfez na figura duma moura. E diz-lhe então: 
    — Olha, tu agora não precisas de trabalhar, nem de fazer nada. Quando quiseres dinheiro, vens aqui à Fraga da Pindura, metes a mão aqui nesta fincha, e, todas as vezes que cá vieres, sai-te sempre uma moeda, ou duas, ou três. 
    Não sei já a quantidade que era. 
    Então o gaijo assim fez. Quando precisava de dinheiro, ia lá e saíam-lhe sempre aquelas moedas que ela lhe tinha dito. E desde então ele fazia ali uma vida de lorde no Felgar. Jogava, comia, bebia, e não trabalhava. A gente estava ali toda abismada. De onde é que lhe viria o dinheiro? 
    Num dia qualquer, foi p’rá taberna a jogar o chincalhão. Lá bebeu um copito a mais, e, quando estava a perder, os outros disseram-lhe: 
    — Hoije em vez de ganhares, perdes. Já perdeste aqui umas c’roas boas! 
    E ele, enraivecido, ao ver sair-lhe um cinco de ouros, disse: 
    — Troco! Vale seis! Enquanto a Fraga da Pindura o der, não há problemas. Não falta dinheiro! 
    Ao outro dia, porque tinha perdido e precisava de dinheiro, foi lá à Fraga da Pindura. Meteu lá a mão e já não saiu moeda nenhuma. Como tinha descoberto tudo, nunca mais tirou lá dinheiro nenhum.

Fonte:PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros Vila Nova de Gaia, Gailivro, 2006 , p.330-331

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