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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Aldeia de Espinhosela - Caracterização

Distando cerca de catorze quilómetros para noroeste da cidade de Bragança, esta freguesia acha-se encaixada na orla setentrional concelhia, fazendo parte integrante do Parque Natural de Montesinho.
Espinhosela abarca uma ampla área que se alonga, em forma sub-rectangular, no sentido norte-sul e vai entestar, pelo norte, com território da vizinha Espanha sita, uma vez mais, em zona planáltica (de altitude média rondando os setecentos metros), Espinhosela detém belíssimos trechos de paisagem serrana, cortada e banhada, junto aos limites ocidentais, por um pequeno afluente da margem esquerda do Tuela – o rio Baceiro. Com suas nascentes a norte, já em território galego, este curso de água constitui-se com um óptimo rio truteiro.
É muito provável que já pelo período Neolítico aqui se tivessem fixado pequenos núcleos humanos.
No entanto, as sumárias prospecções arqueológicas de superfície até hoje levadas a cabo, apontarão apenas para a existência de um dos dois assentamentos castrejos: o da Fraga do Corvo (já referenciado pelo Abade de Baçal) e o de Casarelhos (sugestivo topónimo relevado por Neto). É deveras interessante a génese e evolução paroquial de Espinhosela, que contará hoje com cerca de 410 habitantes (seriam 726 em 1950).
Para além do lugar central, que lhe conferiu a designação, a freguesia inclui ainda as povoações de Terroso, Cova de Lua e Vilarinho, as quais foram já, por sua vez, sedes de antigas freguesias invocadas respectivamente a S. Tomé, Sta. Comba e S. Ciprião. Terroso (sob a grafia “Torroso”) surge já com sua Igreja num antigo arrolamento das povoações foreiras em terra de Bragança (“Ville cognite forarie”), datável de cerca 1250. Mesmo a “Villa” de Cova de Lua (poética designação, de sentido topográfico eminente, mas onde o determinativo “da Lua” empresta curioso sabor a mistério...) tem suas origens documentadas logo a partir do séc. XIII.
Desses mediévicos tempos nem tudo terá desaparecido já, em termos de valores patrimoniais. Na Igreja Matriz de Sto. Estevão de Espinhosela conserva-se um vistoso e belo arco cruzeiro, de volta perfeita e apoiado em um par de esbeltas colunas adossadas aos ângulos das paredes.
Profusamente decorado por elementos fitomórficos estilizados e outros, este invulgar, trabalho arquitectónico remeterá para um período tardo-gótico, possivelmente de finais do séc. XV.
Em Cova de Lua fica o popularmente designado “Arco da Senhora da Hera”, afinal tudo quanto restará de um arruinado templo, possivelmente também tardo-medieval e invocado à Sra. Da Hera (classificado I.I.P.). Dali procede uma árula de granito romana, já fragmentada na respectiva epígrafe.
Um outro monumento da época, porventura mais interessante ainda mas infelizmente de paradeiro actual desconhecido, apresentaria, segundo J. Cardoso Borges, uma inscrição votiva dedicada a Bandua, divindade autóctone. Clamando por aprofundado estudo, estes materiais residuais de um tempo ausente bem se revelam dignos de uma reverencial visita.

in:cm-braganca.pt

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