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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 24 de maio de 2024

A CULPA É DO ANTERIOR

Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Na semana passada mandei reparar as fitas das persianas. Encontravam-se em péssimo estado de conservação.
Consultei várias casas da especialidade. Confrontei custos; e acabei por entregar a tarefa a quem me fez melhor preço.
No dia designado apareceu-me sujeito esgrouviado, de meia-idade, portador do material necessário.
Olhou as janelas, abalou doutoralmente a cabeça, e disparou:
- Veja: se é trabalho que se apresente! Logo se vê que foi serviço de biscateiro ou oficial incompetente. As barras estão mal casadas...
Sorri-me contrafeito, recordando que o operário que as colocara, criticara acerbamente, o mal trabalho do construtor, por não ter executado as “caixas” devidamente espaçosas.
Em regra, critica-se o serviço do anterior: seja o pedreiro; seja o mecânico do automóvel; seja o dentista; seja o médico, que muitas vezes, sorri arteiramente, do diagnóstico do colega...
Na política, que é o espelho da sociedade, acontece o mesmo: a culpa de todo o mal, é sempre do anterior.
No século XIX, os liberais, diziam que – devido aos maus governos dos absolutistas, o país estava na penúria. Os republicanos, por sua vez, acusavam o desgoverno de D. Carlos.
Quando Salazar tomou a diretriz da nação, amargamente se lamentava que encontrou os cofres do Estado vazios, o que obrigou a um colossal aumento de impostos. Após a queda do Estado-Novo, que estava velho, todos acusavam, Salazar do deplorável estado da nação, e o enorme atraso que existia perante a Europa.
Após a Revolução de Abril, sempre que se formava novo governo, o Primeiro-ministro queixava-se de ter recebido, a nação, mal orientada.
A culpa, em regra, é do anterior. É sempre assim, e assim será…
A propósito: Há quantos anos se diz que o Brasil é os pais de futuro? A nação irmã ou filha – como alguns dizem, – aguarda, ao longo de vários lustres, pelo futuro, que nunca chega.
E Portugal? Há quantos anos se espera por um futuro melhor? Passam décadas e décadas, gerações e gerações, e nunca se vê a prometida luz ao fundo do túnel.
Quando será que e chegaremos ao: "Futuro"?

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG” e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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