No final de mais uma prova, a Presidente da Câmara de Mirandela não tem dúvidas das vantagens desta aposta na canoagem, em detrimento do jet-ski:
“É uma aposta ganha. Muito mais barata que o jet-ski, melhor para o ambiente, mais praticantes, mais famílias, mais dinamismo, ambientalmente sustentável e retorno financeiro nas dormidas, na restauração, incalculavelmente maior do que aquilo que existia”, garante Júlia Rodrigues.
Para a autarca socialista o jet-ski “teve o seu tempo”, mas considera que a canoagem é uma modalidade que “já está implementada, mas que queremos acarinhar ainda mais. Ou seja, foi uma aposta ganha de Mirandela, dos mirandelenses e de toda a região”, acrescenta. Refira-se que, para esta prova, o Município disponibilizou um apoio financeiro de 17 500 euros.
Em termos desportivos, o canoísta português mais medalhado de todos os tempos, Fernando Pimenta, voltou a vencer a prova rainha de K1, tal como nas quatro edições anteriores, e revalidou o título nacional pelo 17º ano consecutivo:
“Já começa a ser uma prova talismã para mim”, confessa o atleta do Benfica que volta a tecer rasgados elogios às condições naturais do Rio Tua e a toda a sua envolvente urbana. “É um sítio bonito, com sol, boa temperatura, bom ambiente, muitas pessoas à volta do rio, sem dúvida que proporciona aqui um excelente espetáculo e sou cada vez mais bem recebido aqui em Mirandela, e isso sem dúvida deixa-me bastante contente”, conta.
Em K1 feminino, Maria Rei, do Clube Cacia, aproveitou a ausência de Joana Portela, vencedora das anteriores edições, para se estrear como campeã nacional:
“Foi a primeira vez que ganhei um campeonato nacional de fundo na categoria absoluta e é fruto de um desafio diário, uma superação diária de ter motivação para fazer todos os treinos bem, e pensar também um bocadinho nos meus objetivos para a frente, é o que também me faz manter neste andamento e neste rendimento”, refere a atleta.
Para o presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, o balanço não podia ser mais positivo:
“Há cinco anos, fizemos uma aposta aqui em Mirandela, que era um local fora daquilo que era o roteiro habitual da modalidade, e passados estes cinco anos temos cada vez mais a certeza que Mirandela tem efetivamente as condições para a realização dos maiores eventos nacionais, porque não é fácil encontrar um plano de água com esta qualidade, um parque verde com este tamanho e também com estas infraestruturas que aqui tem”, afirma Ricardo Machado, revelando que as condições do espaço da prova terão sido um dos fatores que pesou na escolha de Mirandela para a realização do Europeu de Maratonas em 2027.
Também Fernando Pimenta entende ser um “prémio merecido para Mirandela”, poder acolher uma prova tão prestigiante como o Europeu de Maratonas. “Acho que o município de Mirandela tem feito tudo para conseguir obter este tipo de competições, apostou no Campeonato Nacional de Fundo numa altura bastante complicada para a modalidade, e na altura logo pós-Covid, um momento muito complicado, e soube jogar muito bem com isso, pelo que está completamente de parabéns, toda a organização, a parte da federação, que conseguiram captar a atenção das federações internacionais, e têm de estar muito felizes com aquilo que se vai realizar em 2027, o Campeonato da Europa de Maratonas, e desfrutarem também desse momento”.
A autarca em Mirandela espera que estas provas também sirvam de empurrão para o aparecimento de mais amantes da modalidade. “Temos um palco natural excelente para a prática da canoagem, estamos a investir muito também para que os nossos atletas possam começar a participar nas provas, esperemos que o Clube Fluvial faça também o seu trabalho, juntamente com a equipa de desporto da Câmara Municipal, também com o agrupamento das escolas, e que também se torne uma prática a nível de desporto escolar”, diz Júlia Rodrigues.
O Campeonato Nacional de Fundo de Canoagem regressa ao Rio Tua, em Mirandela, no próximo ano.
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