(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Bom dia!
Disse eu a todas as roseiras que, milagrosamente, se fazem junho. Perfume. E a cor é tanta que os olhos ficam cheios.
Bom dia!
Disse a roseira que tem muitas rosas, muito bonitas! Perfumadas. Mas todas iguais. É uma roseira muito vaidosa e gosta de morar à beira do caminho para ouvir as pessoas dizerem:
– Que rosas tão bonitas e cheiram tão bem!
E a roseira fica toda orgulhosa e, no dia seguinte, ainda tem mais rosas. Perfumadas. Muito bonitas!
– Obrigado, roseira, que tens muitas rosas!
Digo eu, mas a roseira não diz nada… mas noto que fica contente, e no dia seguinte ainda tem mais rosas, e mais, e mais! És tão bonita!
Mas perto estão duas pequenas roseiras. Uma tem uma rosa branca e a outra, uma rosa cor-de-rosa toda aos caracóis!
– Bom dia, rosa branca e rosa aos caracóis!
Das suas pétalas caíram duas lágrimas de orvalho!
… estavam tristes por serem somente uma rosa branca e uma rosa aos caracóis, e por ninguém reparar que estão ali, por ninguém dizer: que rosas tão bonitas!
Mas eu fiquei mais feliz e a manhã, mais bonita, não por ter muitas rosas, mas por ter uma rosa branca e uma rosa aos caracóis… únicas… diferentes!
As lágrimas das rosas orvalharam os meus olhos, e toda a natureza se harmonizou!
… e um rouxinol cantava!
Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança.
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.

Sem comentários:
Enviar um comentário