Perto de metade das casas da vila de Izeda, no concelho de Bragança, estão fechadas, devolutas ou degradadas. O número foi avançado ao Mensageiro pelo presidente da União das Freguesias de Izeda, Calvelhe e Paradinha Nova que explica a situação pelo despovoamento que afeta a vila e a freguesia nas últimas décadas. “Trata-se de habitação privada, propriedade de pessoas que faleceram e os herdeiros vivem fora. Outros proprietários foram para lares de idosos e fecharam as casas. Não são propriamente casas abandonadas. Estão fechadas, mas têm dono”, referiu Rui Simão.
O problema do abandono da habitação não é exclusivo de Izeda, alastra a todo o distrito, principalmente às aldeias, mas também é bem visível nos centros históricos das vilas. A origem é sempre a mesma, cada vez há menos gente. “Algumas dessas casas estão em avançado estado de degradação, mas outras são boas e serviam para habitação, até para primeira habitação. Só estão fechadas porque os proprietários estão fora, morreram ou foram para lares de idosos”, lamentou o autarca que reconhece o decréscimo acentuado da população da freguesia de Izeda nos últimos anos. “Nos últimos 20 anos temos perdido muitos habitantes”, acrescentou.
Segundo os Censos de 2021 a freguesia de Izeda Calvelhe e Paradinha Nova tinha 851 habitantes, menos do que que a antiga freguesia de Izeda, em 2011, nessa altura contabilizava 1006 residentes.
A falta de gente interfere em muitas áreas, como na Educação. A Escola EB de Izeda no próximo ano não vai abrir a turma do 5º ano de escolaridade. “Só há dois alunos, nem era bom para os jovens nem para os professores. Terão que ir para Bragança”, afirmou Rui Simão.
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Glória Lopes
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