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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Há 25 anos que o Festival de Música e Tradição da Lombada recria e preserva tradições

 A recriação do ciclo do pão e a música tradicional voltaram a unir-se, no fim de semana, na aldeia de Palácios 


A recriação do ciclo do pão e a música tradicional voltaram a unir-se, no fim de semana, na aldeia de Palácios, no concelho de Bragança, com a 25.ª edição do Lombada – Festival de Música e Tradição.

Durante a manhã de sábado fez-se a segada manual, da parte da tarde houve uma malha tradicional, onde nunca faltou música e animação feita pelos gaiteiros. No meio da aldeia, havia uma feira com artesanato e produtos da terra. Preservar as tradições, dando as conhecer aos mais novos, e reviver outros tempos para os mais idosos são os objetivos principais do evento.

Irene Roque, natural da aldeia de Babe, mas residente há mais de 40 anos em Palácios, mostrou-se feliz por reviver a segada de outros tempos. “Isto é uma alegria, veio gente de todo lado para nos ver. Este evento deixa a aldeia empolgada, passámos uma semana de azáfama, mas com muita alegria à mistura. É muito bom, sinto-me contente por poder ajudar a preservar as nossas tradições. Na sexta-feira, estivemos a fazer pão todo dia e, no sábado, fomos bem cedinho fazer a segada à mão, como era feira antigamente. A aldeia está toda em festa, tudo contente, e até os pequenos ficaram admirados, porque nunca tinham visto isto e gostaram de apreciar estas coisas”, frisou.

Horácio Frutuoso, natural de São Julião, destacou que foi “um dia muito especial”, onde recordou os tempos da segada e da malha “com muita animação”. Quanto às atividades, andou a “segar com a foice, a atar molhos e a carregar os carros dos animais”. 

Isabel Grande, da aldeia de Milhão, salientou que “foi um ótimo dia”, completamente “diferente dos outros”, onde a memória a fez viajar “aos tempos em que era jovem”.

A iniciativa atrai visitantes de vários pontos do país e de Espanha, mas também filhos da terra que vivem fora. Bruno Aliste, presidente da Associação Cultural e Ambiental de Palácios, que organiza o evento, arrisca-se a dizer que esta foi a edição mais participada de sempre. “O balanço é muito positivo, excedeu todas as expetativas. Como eram os 25 anos, já esperávamos mais gente, mas realmente ficamos surpreendidos e arrisco-me a dizer que foi a edição mais participada de sempre. É um festival onde conseguimos perceber o quão duro era, antigamente, para fazer chegar o pão à mesa. Hoje, vamos buscá-lo à padaria e é rápido que está na mesa, mas noutros tempos era realmente um processo muito duro e os mais jovens ficam a perceber como é que isso se faz. Os grupos musicais também ajudaram a atrair público, com destaque para os Galandum Galundaina. Um grupo que começou a dar os primeiros passos neste festival, há 25 anos”, referiu.

Raúl Tomé, natural da aldeia de Palácios, foi o fundador do Lombada – Festival de Música e Tradição. Destaca que tentaram mostrar aos mais novos como eram feitas as refeições da gente que ia para a segada e para a malha. “Recriámos o ciclo do pão e tentámos fazer tal e qual como era antes, para mostrar às diversas pessoas que vieram de vários pontos do país e da nossa vizinha Espanha como se fazia. Nos momentos de refeição, mostrámos como era feito o reforço alimentar, que acontecia por volta das 10h00, essencialmente com pão, pataniscas, queijo e com o pernil, que era aquilo que era característico. Depois, vinha o almoço e, este ano, optámos por caldeirada de cordeiro. Da parte da tarde, era tempo de malha e havia uma merenda com os produtos regionais. É importante continuar a preservar e a manter as tradições do nordeste transmontano”, vincou.

Para além das várias atividades, a aldeia de Palácios recebeu as atuações musicais dos Galandum Galundaina, da Orquestra Popular Tradibérica, os Ambria Ardena e Paco Dias, de Espanha. Durante o dia, os gaiteiros que são cada vez mais na zona da Lombada, animaram as pessoas que por ali passaram.

Foto: Orlando Nascimento 
Jornalista: Vitor Fernandes Pereira

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