Localizada junto ao sopé da vertente nordestina da Serra da Nogueira (que lhe tomará o nome), esta freguesia dista uma meia dúzia de quilómetros para sudeste da urbe brigantina, tendo a E.N. 15 como principal eixo viário de ligação à dita.
Freguesia planáltica, com uma altitude média orçando os seiscentos metros. Nogueira é banhada pela Ribeira de Fervença e um pequeno tributário, integrando, nessa zona nordestina, algumas boas extensões de solos aptos para o cultivo. Em termos populacionais, esta freguesia revela um leve decréscimo no número de registos (428), em relação aos meados do século (484).
De assinalável valor e inegável beleza é o património natural e paisagístico local, com seus pontos mais altos na pequena albufeira da mini-hídrica de Gostei e no pitoresco alto da Sra. da Cabeça, picoto castrejo cristianizado por intermédio de um templete daquela singular evocação.
Conhecido popularmente por Cigadonha, fica este antigo povoado fortificado castrejo “ no alto de um cabeço de forma cónica”, agora sobranceiro à sobredita albufeira da barragem de Gostei e a cerca de um quilómetro para norte da povoação de Nogueira. Pereira Lopo e o Abade de Baçal, referem ali o aparecimento de “tegulae” e outra cerâmica romana.
Os primórdios da organização paroquial de S. Pelágio de Nogueira andarão ligados à poderosa casa conventual de Castro de Avelãs, muito provavelmente ainda em época pré-nacional (o próprio culto a S. Pelágio traduzirá essa ancianidade).
No capítulo eclesiástico, a freguesia, antes de aceder ao título de reitoria, foi simples curato anexo àquele poderoso Mosteiro. Citada já pelas “Inquirições” do séc. XIII, sob as grafias Nugaria, Nogueyra e mesmo o actual Nogueira, o topónimo em questão não oferecerá grandes dúvidas quanto à correspondente etimologia, radicando concerteza numa circunstância de ordem fitológica.
A Igreja Paroquial é um edifício razoavelmente amplo e de equilibradas proporções, ostentando uma graciosa traça a um gosto que se afigurará setecentista. Pelo menos o respectivo portal, de lintel curvo e frontão interrompido por amplo janelão gradeado assim o parece indiciar. Não fugindo à regra, a estrutura apresenta, no remate da respectiva frontaria, o já habitual campanário de dupla sineira, volumoso e liso (apenas “aligeirado”, no topo por um par de graciosos fogaréus, de formato idêntico aos que encimam o topo dos cunhais).
Quanto à Capela de N. Sra. da Cabeça, ladeada de uma frondosa ( e por certo secular) oliveira, o seu aspecto resulta algo invulgar, mediante a inexistência de um pórtico no alçado fronteiro, onde apenas se abrem dois janelões quadrangulares dispostos a par. De interessante recorte surgirá então, na parede lateral sul, um pórtico rematado em agudo frontão contracurvado, este denotando uma fábrica possivelmente seiscentista.
Uma singela (mas equilibrada) sineira remata no alto a frontaria do modesto imóvel. No acervo patrimonial edificado de Nogueira contar-se-á ainda a Capela de S. Sebastião e diversas fontes encapeladas, vulgo “romanas”.
Tradições
Os provérbios são parte das tradições expressas nesta freguesia, pois indicam a sabedoria popular que no passado se aplicavam em várias situações.
Outra das tradições diz respeito aos jogos praticados antigamente por esta freguesia. Eram jogos propícios, não só para a brincadeira e animação, mas também para a convivência que ocorre naturalmente sempre que um grupo de pessoas se junta e que querem divertir-se. Alguns destes jogos são ainda praticados, principalmente pelas crianças, nos seus tempos livres e no recreio da escola, tais como: o jogo do pião, jogo da bilharda, jogo da malha, jogo do ferro e o jogo do prego.
in:cm-braganca.pt
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