Vacinar salva vidas. Protege cada pessoa em particular e a comunidade em geral contra doenças graves, mortais e incapacitantes. Saiba que vacinas devem ser administradas desde a nascença e porquê.
Em 1965, ano da criação do Plano Nacional de Vacinação (PNV), este conferia proteção contra 6 doenças. O PNV de 2012 (atualmente em vigor), protege contra doze. É o programa mais caro do Ministério da Saúde, mas também aquele que, ao apostar na prevenção e erradicação, da comunidade, de doenças graves e incapacitantes, dá mais ganhos em saúde. A médica coordenadora da Unidade de Saúde Pública da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste, Inácia Rosa, e a enfermeira gestora do PNV no distrito de Bragança, Helena Meirinhos, explicam ao Olho Clínico por que é que é tão importante a vacinação ao longo da vida.
Importa desde logo perceber o que é uma vacina. Trata-se, explica Inácia Rosa, de uma preparação com antigénios (partículas estranhas ao organismo), que, ao ser administrada a um indivíduo, provoca uma resposta imunitária protetora específica de um ou mais agentes infeciosos. Ou seja, as vacinas atuam sobre o sistema imunitário para estimularem a proteção de anticorpos contra um determinado agente infecioso, evitando que a pessoa vacinada venha a ter essa doença, quando entra em contacto com aquele microrganismo. “A vacina não vai provocar a doença, pelo contrário, vai desencadear uma reação imunitária, protetora contra a doença”, salienta a médica.
Os benefícios para a pessoa em si e para a comunidade em geral são enormes, reforça Inácia Rosa: “Há algumas décadas, milhares de crianças e adultos morriam ou ficavam incapacitados por doenças como a varíola, a difteria, a tosse convulsa, a poliomielite e o sarampo. Hoje em dia a situação é completamente diferente. Devido ao PNV, muitas destas doenças estão controladas e outras foram mesmo erradicadas. A mortalidade infantil diminuiu de forma assinalável. Importa por isso continuar a vacinar, para que não haja um ressurgimento e a saúde se mantenha”.
Programa universal e gratuito
É pelos ganhos que representa para a saúde que o PNV é um programa universal, gratuito, e acessível a toda a população portuguesa, acrescenta Helena Meirinhos. Começa logo após o nascimento, com a vacina BCG (contra a tuberculose, sendo ministrada em Portugal apenas nas maternidades públicas, como a da ULS Nordeste) e estende-se, a partir dos dois meses, a doenças como a hepatite B, o tétano, a poliomielite, a difteria e a tosse convulsa, o sarampo, a papeira e a rubéola, o papiloma humano (HPV, vacina administrada a raparigas no ano em que completam 13 anos), entre outras.
No distrito de Bragança, a taxa de vacinação atinge os 98 por cento, uma abrangência que as duas responsáveis consideram excelente e que consideram ser fruto quer do esclarecimento das pessoas acerca dos benefícios em tomar as vacinas, quer do empenho dos profissionais de saúde, nomeadamente de enfermagem. “Todas as ocasiões são aproveitadas para fazer a vacinação, desde a necessidade de renovar a carta de condução à toma da vacina contra a gripe sazonal, o acompanhamento de grávidas, e até são enviadas cartas para casa dos utentes dos centros de saúde a alertar quando têm vacinas em falta”, afirma Helena Meirinhos. Isto para que não só a criança mas também o adulto esteja protegido”, explica a enfermeira, salientando a importância da toma da vacina TD (contra a difteria e o tétano), de dez em dez anos – o chamado “reforço”.
Desfazer mitos
Inácia Rosa e Helena Meirinhos asseguram que as vacinas são eficazes e seguras, uma garantia dada por anos de investigação, monitorização e ganhos adquiridos em saúde. Não há por isso, de acordo com estas responsáveis, qualquer motivo para que os pais receiem vacinar os seus filhos ou tomarem eles próprios as vacinas prescritas pelo médico.
O PNV deve ser seguido, conforme as normas internacionais da Organização Mundial da Saúde e as orientações, em Portugal, da Direção Geral da Saúde. O PNV é dos programas mais caros do Ministério da Saúde, no entanto o seu benefício é tão grande que o custo implicado na vacinação compensa largamente os custos associados ao tratamento das doenças e das suas complicações (incluindo a morte).
Vacinar salva vidas. Em Portugal e no mundo. Esta questão é tão importante que qualquer pessoa, antes de viajar para outro país, seja em férias ou por motivos de trabalho, deve fazer uma consulta própria, a consulta do viajante, onde um dos assuntos incontornáveis abordados pelo médico é a necessidade (ou não) de se proteger, com vacinas próprias, consoante o país para onde se desloca e eventuais surtos de doença existentes nessa região.
A “ordem” é, por isso, vacinar! Sem receios. Ganha a saúde individual, ganha a saúde pública, ganha uma vida melhor e mais saudável para todos.
Em caso de dúvidas sobre o PNV em particular, ou sobre a vacinação em geral, o Olho Clínico recomenda uma deslocação ao Centro de Saúde da área de residência, onde os profissionais irão verificar o boletim individual de vacinas e esclarecer todas as questões.
Pela sua saúde, e pela dos outros, vacine-se e vacine os seus filhos!
in:jornalnordeste.com
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