sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Doação feita por D. Dinis da vila de Mirandela a uma amante em compra do seu corpo - 28 de Junho de 1301

 «Em nome de Deus amen. Conhoçam quantos esta carta virem e leer ouvirem que eu dom Deniz pella graça de Deus Rey de Portugall e do Algarve com ho infante dom Afomso meu filho primeiro herdeiro dou e outorgo a vos Branca Lourenço a minha villa de Mirandella com todos seus termhos velhos e novos, dereictos e dereicturas, rendas, padroados e com todo o dereito e jur reall que eu ey e de dereicto devo a aver em essa villa e em seus termhos velhos e novos que vos ajades e possoyades em toda vossa vida. E se Deus tever por bem que eu aja de vos filho ou filha ou filhas a vossa morte fique a dicta villa com todos seus termhos velhos e novos e pertenças e com todo dereyto reall ao filho ou filhos, filha ou filhas se ho eu de vos ouver. E mando e outorgo que aquel ou aquelles que dese filho ou filhos filha ou filhas se ho eu de vos ouver decenderem de dereicta linha liidimamente aja ou ajam a dicta villa com seus termhos velhos e novos e dereictos e padroados como dicto he. E se esse filho ou filhos, filha ou filhas se o eu de vos ouver ou aquelles que delles descenderem de dereicta linha liidimamente morrerem sem filhos liidimos a sobredicta villa com seus termhos, padroados e dereictos torne-se aa coroa do Regno com todos seus melhoramentos livremente e sem embargo nenhum.
E esto vos faço por compra de vosso corpo. E todollos Reys de Portugal que depos mi veerem que aguardarem e manteverem esta doaçam que eu faço e nunca comtra ella veerem em todo nem em parte ajam a beençam de Deus e a minha pera todo sempre; e se alguns dos Reis de Portugal que depos mi veerem nom aguardarem e manteverem esta minha doaçam e contra ella veerem em todo ou em parte aja a maldiçam de Deus e a minha pera todo sempre.

E por esta doaçam seer mais firme e mais stavel e nunca viir em dovida dei a vos Branca Lourenço esta minha carta seellada do meu seello do chumbo.

Feita em Lixboa viinte e oyto dias de Joynho. El Rey o mandou.
Afomsso Martins a fez era de mil trezentos trinta nove annos»
[Seguem as assinaturas dos confirmantes] (253).
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(253) Além-Douro, livro 2.°, fl. 274 v.
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MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA

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