Aldeia encravada na encosta da Serra da Nogueira, «pendente para a parte do meio-dia» e distante 30 km de Bragança. É Freguesia desde as Inquirições de 1258 e recebeu Carta de Foral de D. Dinis em 1308, onde consta “villar de Põobares q antes avia nome pinhel q he de Rey e jaz sobre teixedo”. Integrada na comarca de Lampaças, foi comenda da Casa de Bragança. Pertence desde 2013 à União das Freguesias de Rebordaínhos e Pombares, que inclui a aldeia de Pereiros. Sendo a atual Igreja do século XVIII e porque não consta do «Catalogo de todas as igrejas, Commendas, e Mosteiros …» elaborado por D. Dinis em 1320 para taxação eclesiástica, ao contrário da Capela de Teixedo (contribuição de 15 libras), podemos aventar que esta ermida serviu as duas comunidades até essa altura.
Situada no sopé, junto de abundantes águas que faziam «andar vários moinhos», Teixedo entrou em erosão demográfica a partir do século XVIII, fosse devido às águas insalubres, praga de formigas ou surtos de peste, que levou os habitantes a subirem a montanha e alojar-se em Pombares. Tornando-se povoado morto. Atualmente o lugar tem na Capela a memória de um tempo e de um templo ligados a “uma fonte milagrosa”, de profiláticas águas para os animais. Fonte que terá sido benzida pelo Bispo Metropolita de Braga São Frutuoso (595-665), no tempo dos Visigodos, Orago tanto da Capela de Teixedo, como da Igreja de Pombares. Esta, implantada no fundo do povo, era anexa à reitoria de Izeda, existindo ainda a Capela de São Cristóvão no centro da localidade. De traçado austero a granito, tem frontispício de portal reto, encimado por óculo a dar luz para coro-alto que já não existe, truncado por campanário de dupla sineira, coroado por cruz latina a encimar frontão em empena. As «Memórias Paroquiais de 1758» dizem-nos que além do altar-mor dedicado ao Santo Bispo de Dume, tinha os colaterais do Santo Cristo, com «formosa e grande imagem», onde também constava a de Nossa Senhora do Rosário, e de São Sebastião. Além de capela consagrada a São Miguel, que tinha o «Padre Fructuoso Braz de Sellas» como administrador. Existia confraria do Santíssimo Sacramento, com mais de mil irmãos.
O interior, com compartimento de batistério, púlpito e sacristia, tem no lado do evangelho o altar dedicado a São Sebastião, em arcossólio de vão profundo. A mesa é paralelepipédica e o retábulo, pintado a verde marmoreado e decoração a dourado, é definido por colunas salomónicas exteriores de capitel coríntio, decoradas com pâmpanos no fuste, e pilastras interiores com acantos enrolados. A imagem do Santo assenta sobre bonito sacrário tipo templete, com Cordeiro Pascal na porta. O altar colateral do Santo Cristo junto ao arco triunfal segue idêntico registo de colunas e pilastras, de policromado mais vivo, e um ático arquivoltado com cartela central. O altar colateral do lado da epístola apresenta um definido estilo rocaille, dedicado a Nossa Senhora do Rosário, em nicho de moldura recortada e arco de volta perfeita. Em talha policromada e dourada, as colunas, de capitel coríntio, e as pilastras são de fuste liso com elementos vegetalistas.
O altar-mor, de mesa paralelepipédica de pinturas florais molduradas no frontal, apresenta retábulo de três eixos e talha policromada, definido lateralmente por pilastras com moldura a concheados. Assenta em sotabanco com sacrário ladeado por anjos, com cálice e hóstia em resplendor na porta, encimado por dossel em cortina. Ao centro abre-se tribuna profunda com arco de volta perfeita sobre pilastras de painel azul e trono escalonado coroado por crucifixo. Entre colunas pseudo-salomónicas, de fuste espiralado envolvido por festão vegetalista e rematado por capitel coríntio, estão as imagens do Orago São Frutuoso e de Nossa Senhora de Fátima, ambas sobrepujadas por dossel com sanefas. No frontal do entablamento de colunas e pilastras expõem-se caras de anjos alados. O ático, de decoração à base de concheados e com sanefas a envolver o arco da tribuna, é superiormente abatido, com figura central angélica. A par do hábito de monge, São Frutuoso tem como atributo o veado, replicado na heráldica do brasão de Pombares, ou a representação do ideal eremítico do seu Santo Padroeiro!
Sem comentários:
Enviar um comentário