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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Espírito Empresarial - Vulgarmente Conhecido por "Desenrasca"

Umas das maiores fontes de rendimento, da malta do tempo da minha adolescência eram os grilos. As famílias não tinham aparelhagens estereofónicas e, poucas tinham transístores porque as pilhas eram caras. 
Um grilo a cantar na janela da cozinha ou no beiral da varanda alegrava as almas ao nascer do sol. Um dia, no mercado municipal de Bragança, vi uma menina que levava na mão um grilo dentro de uma gaiola. A menina ia aflita e tentava afastar a gaiola do corpo. Os Pais riam-se. Para a menina…era um bicho daqueles maus que a podia morder…sinal dos tempos.
.. Rastejávamos pelos lameiros muito caladinhos para tentarmos descortinar de onde vinha o canto do grilo. A arma imprescindível para enfrentarmos o safari era uma palha de trigo ou centeio seca. Quando, como caçadores, sentíamos que estávamos nas proximidades da fera, procurávamos um buraquinho entre a relva… talvez seja este o covil do monstro. 
Íamos introduzindo lentamente a palha no buraquinho. Nem sempre conseguíamos caçar a presa, mas se naquele buraquinho estivesse um grilo ele acabava por sair do buraco incomodado pela palha a fazer-lhe cócegas no dorso... E lá ia ele para a gaiola. Vendíamos depois, pela vizinhança, cada grilo a uma coroa.
Este nosso espírito empresarial, passou depois a acompanhar a evolução do mercado com o fabrico de quadros para as paredes feitas de pregos espetados em madeira e com linha colorida entrelaçada…assim como suportes feitos de corda de sisal para servirem de assento a vasos de flores. Estes já rendiam mais mas as nossas mãos queixavam-se. 
Algumas vizinhas não achavam grande piada quando se apercebiam que o suporte do estendal da roupa tinha única e simplesmente desaparecido durante a noite, sem ter havido nenhum vendaval...
(H.M.)

1 comentário:

  1. Um reviver do passado, ligado às nossas memórias Infanto-Juvenis.
    Fez-me recuar muitos anos e reviver os tempos em que com os amigos, procurávamos, estes animais e até sabíamos qual era o macho e a fêmea, pelo número de estames que possuíam no rabo.
    Ainda hoje é um bicho que nos delicia no campo, de noite, sem incomodar nada o sono.
    O tempo passou, a recordação ficou, a descrição muito elucidativa para quem não teve estas experiências.
    Quero, sem qualquer vergonha deixar aqui expresso que já casado e com filhos, costumava ter um em casa e todos gostávamos, daquele gri gri encantador.

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