PROGRAMA |
Convidada: Noémia Delgado
Coordenação científica: Paula Godinho
Organização: Amanda Guapo, Pedro Grenha e Savina Lafita
Local: Sala Multiusos n. 3, 4º piso do Edifício ID
FCSH-UNL
Se a obra de Benjamim Pereira, Máscaras Portuguesas, publicada em 1973, é o texto antropológico de partida para o reconhecimento das festividades de Inverno, Máscaras, de Noémia Delgado, filmado entre o Natal de 1974 e o Carnaval de 1975, traz-nos as imagens preciosas dessas festas, inspiradoras para tantos dos antropólogos que se vão dedicando a esta temática.
Neste colóquio que homenageia Noémia Delgado, numa via de continuidade, as novas gerações de investigadores revisitam as festas sobre as quais se filmou e reflectiu reconhecendo as abordagens anteriores e retratando a mudança.
Máscaras mostra um encontro bem-aventurado entre a antropologia e o cinema, cerzindo textos de Ernesto Veiga de Oliveira e Benjamim Pereira com as imagens tocantes e densas filmadas por Noémia Delgado na cidade de Bragança e em várias aldeias de Trás-os-Montes no ciclo dos doze dias entre o Natal e os Reis e no Carnaval em 1974 e 1975. A realizadora deslocou-se a Trás-os-Montes a partir do Natal de 1974 para filmar as cerimónias da Festa dos Rapazes, de que tivera conhecimento através da obra de Benjamim Pereira, Máscaras Portuguesas, publicada no ano anterior, e que constitui o grande marco no levantamento das máscaras por parte dos antropólogos em Portugal. As festas conheciam então um período de suspensão, devido aos processos migratórios e à guerra colonial. A inspiração para vários dos trabalhos de investigação partiria desse filme belíssimo. Neste colóquio, que reúne investigadores de várias gerações, dialoga-se e homenageia-se Noémia Delgado, sobretudo através das novas perspectivas acerca das cerimónias e do seu registo no cinema documental. Com Máscaras, há um passado redescoberto na febre de recuperação da cultura popular que acompanhou o processo revolucionário que se seguiu ao 25 de Abril. O filme de Noémia Delgado marcou os vizinhos das aldeias visitadas, pelo elogio à beleza das festas, tão bem captada pela realizadora de Máscaras e anualmente registada pelos operadores de câmara das diversas televisões que as projectam para fora. É com ele que hoje se dialoga, no espelho em que as festas são revistas e relidas, transformadas em emblema local e em património.
Mais informação:
Oriana Alves
Instituto de Estudos de Literatura Tradicional
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Universidade Nova de Lisboa
Avenida de Berna, 26 - C, 1069-061 Lisboa
Telefone: 21 790 83 00, Ext.: 1241
Sem comentários:
Enviar um comentário