Está situada nos caminhos para as freguesias de Castro de Avelãs e Nogueira, na margem esquerda do rio Sabor. Abrangendo uma área de mediana extensão, a freguesia de Gostei localiza-se na periferia da cidade de Bragança, distando desta urbe uns sete quilómetros em direcção ao poente. Em termos de ligação viária à capital concelhia, é a mesma servida por um pequeno ramal camarário derivante da E.N. 103, possuindo também acesso praticamente directo ao I.P.4. A freguesia de Gostei é constituída pelas aldeias de Castanheira, Formil e Gostei.
A aldeia de Gostei teve foral dado por D. Dinis em Lisboa a 20 de Junho de 1289. Foi vila, com pelourinho, e sede do antigo concelho de Gostei, Formil e Castanheira, extinto no início do século XIX. Tinha apenas uma freguesia e, em 1801, possuía 290 habitantes.
História
A influência civilizacional do Lacio terá deixado em Gostei, um importante testemunho epigráfico, descoberto em 1882 sob o altar da Capela de São Cláudio. Considerada pelo povo como pertencente ao túmulo de São Cláudio, que haveria sido decapitado pelos mouros, foi incrustada esta lápide em um dos lençóis interiores dos muros da Capela (R. Colmenero). O bloco epigrafado com inscrição honorífica dedicada ao Imperador Cláudio (circunstância que poderá não se tratar de mera coincidência em relação ao orago escolhido para o templete, de remota origem medieval, como será de crer) passou durante muitos anos por ser parte de um miliário. Baseados naquele pressuposto, diversos autores propuseram a passagem, por área desta freguesia, de importante via romana, relacionado esta última, inclusivamente, com a ponte medieval, dita “de Ariães”.Nas “inquirições” de 1258, ao tempo de D. Afonso III, surgem as arcaicas grafias “Gostei” e “Goetey”, presumindo os etimologistas que se tratará de evoluções da forma genitiva do nome pessoal )
Património
As águas fluviais exercem notável influência económica e paisagística em Gostei, sobretudo após a construção de uma mini-hidríca. Nas margens da Ribeira de Gostei podem ser apreciados ainda diversos antigos moinhos e uma interessante ponte de alvenaria, em arco único (tida geralmente por romana, mas certamente de feição já medieval).Revelado vai para um século por A. Lopo. o Castro de Formil (também conhecido por “Fragas do Castro” ou “ Feira dos Mouros”) ter-se-á constituído como um reduto fortificado castrejo durante a Idade do Ferro.
Ergue-se ainda, fronteiro à Igreja Matriz, o pequeno e singelo Pelourinho. Classificado como Imóvel de Interesse Público em 1933, a estrutura, de modestas dimensões, é composta por um embasamento em três degraus quadrangulares, suportando em fuste liso e curto de formato cilindróide, rematado ao alto por grosseiro e irregular elemento tronco-piramidal.
A Igreja de São Cláudio, em cuja frontaria se destaca um belo pórtico rectangular rematado por inusitado tímpano de recorte trapezoidal e contendo um nicho no interior, será talvez seiscentista.
Em termos de arquitectura religiosa, acresce ainda à freguesia as Igrejas de Castanheira e Formil, ambas de boas proporções. Conserva-se também o edifício (de traça vulgar, refira-se) onde terá funcionado o antigo Tribunal e Cadeia.
- Igreja Matriz
- Igreja paroquial de Formil
- Igreja paroquial de Castanheira
- Pelourinho
- Fontes romanas
- Casa do Tribunal e Cadeia
- Ponte romana
- Moinhos de água nas margens da Ribeira de Gostei
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