Inspirado em factos reais, o livro levanta o véu sobre a morte misteriosa do bispo português frei João da Cruz, da ordem dos Carmelitas Descalços, que governou, com mãos de ferro, em meados do séc. XVIII, as dioceses do Rio de Janeiro e de Miranda do Douro. Sepultado na catedral desta última, as suspeitas de que fora enterrado vivo, habilmente silenciadas pela hierarquia da igreja, correram durante muitos anos na memória popular como lenda, e a partir dela Alexandre Parafita desenvolveu a investigação que conduziu à publicação desta obra.
Como todas as lendas, também esta se escreve nas frinchas da história para preencher os seus vazios. O certo, porém, é que a estranha morte deste bispo vem ajudar a compreender a extinção da diocese de Miranda. Após ter estado vários anos sem bispo, o que veio a seguir mudou-a em definitivo para Bragança.
Frei João da Cruz, antes de rumar a Miranda do Douro, fora uma das mais importantes figuras da igreja no Brasil colonial. Como bispo do Rio de Janeiro, fundou cidades, mandou construir mosteiros, igrejas e santuários que hoje são o “ex-libris” do turismo cultural e religioso brasileiro, mas formou também um exército de clérigos para afrontar os caciques poderosos, o que o fez voltar para Portugal com uma imagem denegrida.
Alexandre Parafita é professor e investigador na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e tem o doutoramento em Cultura Portuguesa na especialidade de Património Cultural Imaterial. Autor de várias dezenas de obras, no âmbito dos estudos ensaísticos e da literatura infanto-juvenil, muitos dos seus títulos integram o Plano Nacional de Leitura (PNL).
in:local.pt
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