Sita na orla meridional brigantina e distando uns quarenta e seis quilómetros da capital concelhia, Macedo do Mato vai entestar já, pelo sul e poente, com o vizinho município de Macedo de Cavaleiros. A ligação rodoviária entre a cidade de Bragança e esta sede de freguesia é concretizável de três diferentes formas: através da IP4 e subsequente ligação pelas E.N. 15, 15-5 e 317, unicamente por estas últimas ou, em alternativa, pelas E.N. 217 e 317. Integram a freguesia os lugares de Macedo do Mato, Frieira e Sanceriz, compreendendo um conjunto de 366 residentes (bem menos que os 693 registados em meados do século). O Castro de Macedo do Mato foi já alvo de notícia bibliográfica na década de trinta deste século, por mão do infatigável Abade de Baçal.
O estudioso aludia à descoberta ali de um “instrumento de ferro”, por obra e graça de uns “ sonhadores de tesouros que no local andariam a escavar, pelos idos de 1933. O objectivo em questão, ofertado ao museu posteriormente designado com o nome de Abade, teria um cumprimento de 27 cm por 4,5 de largura no corpo, terminando em ponta. Nos recortes do respectivo gume assemelhar-se-ia, segundo o autor em apreço, “aos arpões dos negros de África”.
Várias moedas em cobre teriam surgido conjuntamente com aquela provável arma, mas infelizmente ter-se-ão perdido sem que fosse possível averiguar cronologias.
É de crer, todavia, que este espólio corresponda a ocupação proto-histórica e da romanização. Na época baixo-medieval assumiriam aqui algum protagonismo duas já extintas realidades concelhias: Sanceriz, que teve foral outorgado por D. Dinis, em 1284, sendo extinto em 1836; Frieira, também antiga vila e sede de concelho e que andou igualmente integrada no antigo Concelho de Izeda, a partir da sua instituição (em 1836) e até 1855, data da sua extinção. A Igreja Matriz é um templo de medianas dimensões e razoável traça, surgindo a frontaria rematada ao alto, No vértice da empena, pelo característico campanário de avultadas dimensões. Dignas de nota são também as Capelas de N. Sra. dos Remédios e de S. Brás. Como valores patrimoniais de índole civil devidamente classificados, temos aqui a Ponte da Frieira, de provável fábrica baixo-medieval (“Valor Concelhio” desde 1990) e ainda os Pelourinhos de Sanceriz e Frieira (ambos “I.I.P.” desde 1933). O primeiro é constituído por uma base quadrangular de três degraus, onde pousa um pesadelo, monólito grosseiramente tronco-piramidal, a servir de dado; a coluna é cilíndrica e o elemento de remate tronco-cónico. Foi “reconstituído” em 1930.
Em Frieira pode apreciar-se uma quase total reconstituição, algo “pastiche” e de evidente mau gosto – numa envasamento quadrangular de xisto, foi assente uma base granítica de tipo “toscano”, partindo dali uma mais adelgaçada e recente coluna, conjugando dois tambores defuste; no topo surge uma placa em cruz de quatro braços iguais, disposta horizontalmente e servindo de apoio, na parte central, a uma peça tronco-cónica. Nas Ribeiras de Vale de Moinhos e Frieira pode o visitante apreciar moinhos de água.
Tradições
Uma forte tradição desta freguesia, como na região transmontana em geral, é a matança do porco, de onde se produz o tão afamado fumeiro (alheiras, linguiças, morcelas, azedos, chouriços doces e os botelos).
Outra das tradições é a realização da “fogueira da Páscoa”, que consiste no convívio da população em volta de uma enorme fogueira, durante toda a noite, no sábado de aleluia.
Os homens desta freguesia ainda praticam alguns jogos tradicionais como o fito, o ferro, a relha, o calhau, a sueca, entre outros. Estes jogos são praticados essencialmente aos Domingos e na véspera das festas.
As mulheres distraem-se a fazer lindas rendas (panos, toalhas, colchas, entre outros) e bordados.
in:cm-braganca.pt
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