Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
No século passado chegou-me às mãos, pequeno jornal local, que incluía curiosa crónica de alguém, cujo nome se varreu completamente.
Contava o articulista, que havia na Beira dois irmãos, que cansados de labutar a terra, com: enxada charrua e ancinho, assentaram abalar até à Capital.
Instalados em Lisboa, buscaram emprego. O mais velho alcançou num armazém; o outro dedicou-se à construção civil, e fazia biscates, nas horas livres.
Enquanto o mais velho trabalhava sem cessar, para pagar arrenda do modesto apartamento, o irmão, resolveu erguer barraco clandestino, na periferia. Receoso que a renda subisse, resolveu adquirir casa, pedindo dinheiro ao banco.
Lentamente surgiram novas despesas: além do empréstimo, apareceram: seguros, IMI, condomínio, obra no prédio e consertos urgentes, no apartamento.
Preocupado, sempre que podia fazia horas extraordinárias, e poupava o máximo no: vestuário, alimentação e até nos dias de folga e férias permanecia em casa, para economizar.
Por sua vez o irmão, liberto de aluguer e encargos, comprou carro, almoçava em restaurantes caros, e todos os anos ia de férias para o Algarve. Como era pobre, recebia, ainda, vários auxílios.
Certa ocasião o camartelo arrasou o barraquito, para se urbanizar o terreno.
Gritou, protestou, declarando que ia morar na rua com os filhos... Condoídos deram-lhe casa ampla, e de renda simbólica.
O irmão, enredado em despesas, trabalhava desesperadamente, e pouco auxílios obtinha, por ser proprietário.
Perguntava o articulista: Vale a pena poupar? Economizar? Para ter a sua rica casinha?
Contava o articulista, que havia na Beira dois irmãos, que cansados de labutar a terra, com: enxada charrua e ancinho, assentaram abalar até à Capital.
Instalados em Lisboa, buscaram emprego. O mais velho alcançou num armazém; o outro dedicou-se à construção civil, e fazia biscates, nas horas livres.
Enquanto o mais velho trabalhava sem cessar, para pagar arrenda do modesto apartamento, o irmão, resolveu erguer barraco clandestino, na periferia. Receoso que a renda subisse, resolveu adquirir casa, pedindo dinheiro ao banco.
Lentamente surgiram novas despesas: além do empréstimo, apareceram: seguros, IMI, condomínio, obra no prédio e consertos urgentes, no apartamento.
Preocupado, sempre que podia fazia horas extraordinárias, e poupava o máximo no: vestuário, alimentação e até nos dias de folga e férias permanecia em casa, para economizar.
Por sua vez o irmão, liberto de aluguer e encargos, comprou carro, almoçava em restaurantes caros, e todos os anos ia de férias para o Algarve. Como era pobre, recebia, ainda, vários auxílios.
Certa ocasião o camartelo arrasou o barraquito, para se urbanizar o terreno.
Gritou, protestou, declarando que ia morar na rua com os filhos... Condoídos deram-lhe casa ampla, e de renda simbólica.
O irmão, enredado em despesas, trabalhava desesperadamente, e pouco auxílios obtinha, por ser proprietário.
Perguntava o articulista: Vale a pena poupar? Economizar? Para ter a sua rica casinha?
Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".
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