O episódio aconteceu na passada quinta-feira, dia 15 de maio, pelas 14h30, quando uma das agressoras convidou Lara Rodrigues, para um encontro para conversarem, visto as duas terem tido desentendimentos fúteis, segundo a vítima. Foi quando chegou ao local que o pesadelo começou.
“Quando chegamos ao Parque da Cidade, eu descobri que estavam lá as outras três meninas que eu tinha chatices e mais cinco rapazes, que foram os que gravaram a situação toda com vários telemóveis. Comecei por tentar conversar com ela, o que não resultou porque na minha primeira palavra levei logo um murro na cara, o que partiu os meus óculos. Depois as agressões continuaram, elas deitaram-me ao chão, deram-me pontapés, puxaram o meu cabelo…”, conta Lara Rodrigues.
A vítima esclarece que a situação foi repentina. “Não havia ameaças nem nada, elas só estavam lá no Parque da Cidade, à minha espera, eu não sabia”, recorda a jovem.
Depois da agressão, a vítima dirigiu-se à GNR através do apoio de amigas. Foi através de uma chamada telefónica que a mãe de Lara Rodrigues soube da notícia.
Raíssa Neves, a mãe da menor agredida, questiona agora o que vai ser feito, já que a agressão aconteceu fora do recinto escolar, e todos os jovens envolvidos frequentam a mesma escola.
“Qual é a postura da GNR ou da CPCJ, dos órgãos que são responsáveis por isso? Fui até à escola, depois de prestar queixa na GNR. A escola diz que não é responsável por nada, pois aconteceu fora da escola. Mas todas são alunas da escola. A minha filha vai ser ameaçada dentro da escola? Porque as meninas ameaçaram-na, falaram que não era pra ela falar nada para ninguém e nem dar queixa. Porque senão elas voltariam a bater nela novamente. De qualquer forma, a escola não se responsabiliza por nada, a não ser que aconteça dentro do recinto. Então quer dizer, eles vão esperar acontecer novamente dentro da escola pra poder tomar uma atitude?” questiona a mãe.
Para já, nada poderá ser feito, já que as agressoras têm idades entre os 15 e 17 anos.
“Na GNR disseram-me que não havia nada a fazer. Eles [GNR] já foram até a escola, conversaram com as meninas. Eu vi, inclusive, porque eu fui até a escola logo depois da GNR. Disseram-me para aguardar, que vai para o Tribunal, que é quem decide”.
Raíssa Neves adianta que a GNR deu um documento à menor de idade para fazer exames no dia 21 de maio. “Quer dizer, até o dia 21, não vai ter mais nenhum tipo de hematoma no corpo da minha filha. E aí, como é que eu provo alguma coisa?”, aponta.
A menor de 14 anos ficou com dores na cabeça e peito, com dificuldade para respirar. Apresenta hematomas no olho esquerdo, no peito e junto à anca. Por esse motivo, Raíssa Neves, decidiu levar a filha ao hospital.
A mãe pede que justiça seja feita, com receio que o mesmo comportamento possa ser praticado noutros alunos.
“Agora eu quero que seja feito alguma coisa, porque a minha filha foi uma delas, elas já fizeram isso com outras crianças, com outras meninas. Quero saber até que ponto vão ficar aguardando e não vai acontecer nada e elas vão continuar a agredir? Até à hora que acontecer uma tragédia?”, questiona.
Uma das amigas de Lara Rodrigues, que não quis revelar o nome, de 12 anos, também foi ameaçada na semana passada por uma das agressoras, o que acaba por criar um sentimento de insegurança na própria escola.
“A que me ameaçou é normal, mas as outras que lhe bateram olham muito de lado e eu não gosto muito de passar por elas, porque elas ficam-me a olhar com umas caras…”, explica, a jovem acrescentando que não gosto de se cruzar com as jovens, porque “não é termo delas, é por expressões que elas fazem e tudo, e por já terem batido a uma colega, uma das minhas melhores amigas”.
Questionada se sente receio que o mesmo lhe possa acontecer diz que sim, pelo simples facto de conviver com Lara Rodrigues, a jovem agredida na passada quinta-feira.
O medo está instalado entre as jovens, com receio que possam vir a ser as próximas vítimas.
Quanto aos vídeos da agressão, que cinco jovens filmaram, Lara Rodrigues diz que não sabe se já foram divulgados ou não.

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