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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 3 de junho de 2025

REFLETIR E AGIR

Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

Então, e agora? Pois bem, valendo o que vale, no meu entendimento, agora restam apenas duas tarefas: entender o que se passou e agir em conformidade. Apesar do muito que já foi dito e escrito, não me parece que haja forma de escapar ao que se tornou evidente: o descontentamento, a indignação e a revolta dos mais fracos que, tradicionalmente alimentaram e fortaleceram os partidos de esquerda deixou de encontrar aí o abrigo e conforto e passou a ser magistralmente usado pela extrema-direita como adubo eficaz das sementes da intolerância plantadas na injustiça e enxertadas na imunidade de alguns poderes, assentando aí o seu programa de protesto para atacar o regime democrático, paradoxalmente, mais do que na organização e direitos políticos, querendo destruí-lo nas questões sociais, na solidariedade e na proteção dos mais desprotegidos. 
E a realidade deu-lhes uma ajuda. Paulo Raimundo e os dirigentes do PCP não podem estranhar terem perdido o apoio das dezenas de milhar dos trabalhadores desfavorecidos que a somar aos sacrifícios diários se tenham deparado com a infernização de uma greve dos transportes e que apenas a eles prejudica, organizada por um sindicado apoiado pela estrutura comunista que, inclusive, colocou nas listas para a Assembleia da república o seu mais destacado sindicalista. 
Por idênticas razões, só por exagerada ingenuidade Maria Mortágua poderia esperar ter o voto daqueles que, oportunamente, acompanhou, de madrugada, na sua penosa jornada diária em busca da subsistência do dia a dia com enormes sacrifícios e abnegação mas a quem abandonou, nos dias da tal greve, atrás referida, sem uma única palavra de conforto e muito menos qualquer condenação, por mais tímida ou leve, para quem se recusou a transportá-los para os longínquos e necessários locais de trabalho.
E o que dizer de quem espera e desespera, nas urgências dos Hospitais, sobretudo aqueles que, fruto de competentes PPPs, funcionavam bem e agora não conseguem dar uma resposta satisfatória aos utentes quando, apenas por uma questão ideológica, voltaram a ter gestão pública? António Costa entendeu bem que, tendo-se apoiado à esquerda para ascender ao governo da Nação, a ideologia que lhe estava a ser imposta, de pouco valia se não se traduzisse em atuação prática e, sobretudo, pragmática. Por isso, logo que pode, começou a afastar-se da linha original e, com isso, alargou a base eleitoral chegando à maioria absoluta. Pedro Nuno, pelo contrário, entendeu que era altura de “fazer render” os créditos alcançados na bem-sucedida negociação da geringonça e… arrastou o seu partido para o conhecido descalabro.
Outros argumentos poderiam ser avocados para justificar (se mais justificações fossem necessárias) para entender a escolha do eleitorado no passado dia 18. Mas, entendê-la, não quer dizer que se tome como boa.
Respeitando, obviamente, a escolha eleitoral, é tempo de abrir trincheiras e combater, de forma democrática e racional as soluções que, alavancando-se no medo, na falsidade e na deturpação de realidade percetível, apelam ao ódio, à intolerância, ao xenofobismo e ao racismo, usando a demagogia e o endeusamento de quem, falsamente, a todos promete a esperada bem-aventurança.


José Mário Leite
, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia), A Morte de Germano Trancoso (Romance) e Canto d'Encantos (Contos), tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.

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