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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 24 de agosto de 2025

“Bragança e a Riqueza da Simplicidade”


 Em Bragança, onde o tempo corre com outro compasso e o silêncio tem o som dos rios limpos e do vento entre os castanheiros, vive-se com uma qualidade que o mundo urbano há muito esqueceu. Aqui, o horizonte ainda não é cortado por betão, mas aberto por vales profundos, serras cobertas de verde e aldeias onde o ser humano ainda anda ao ritmo da terra.
É verdade que a industrialização nos passou ao lado. As grandes fábricas nunca chegaram em força, e muitos partiram em busca de oportunidades que aqui escasseavam. Mas o que à época foi visto como perda, hoje revela-se como podendo ser um trunfo. A ausência de poluição, a preservação da paisagem natural e a manutenção de tradições comunitárias fizeram do Nordeste Transmontano um dos últimos redutos de natureza quase intacta da Europa Ocidental.
Bragança, com o seu castelo milenar e ruas de pedra viva, é hoje mais do que uma cidade histórica, é um símbolo de resistência e de reinvenção. Os rios correm límpidos, exceção feita ao rio Fervença, os peixes saltam em liberdade, e as aldeias vizinhas guardam a autenticidade nos rostos e nos gestos de quem ali nasceu e de quem ali escolheu viver. A comida é requintada, o ar é puro e as noites ainda se iluminam com estrelas.
O desafio que se impõe às entidades locais, regionais e nacionais é evidente. Como transformar esta riqueza em atrativo para novos habitantes? Como fazer da paz, da natureza e da autenticidade um projeto de vida para jovens casais, nómadas digitais, artistas, empreendedores agrícolas ou famílias cansadas da pressão urbana?
A resposta talvez não esteja apenas em subsídios ou campanhas turísticas. Talvez esteja em criar condições para viver bem com pouco. Internet fiável, saúde de proximidade, educação de qualidade, apoios à habitação e incentivo à economia local. Cabe aos decisores ver no interior não um problema a resolver, mas uma oportunidade a valorizar.
Viver em Bragança ou numa aldeia próxima é uma escolha de futuro, um regresso à essência, à vida com tempo, com espaço e com sentido. O interior tem muito por onde renascer.

HM

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