O pai abusivo de Margarida, Diogo, propõe-lhe que case com o tio Roberto, que virá de Londres e que, rico ainda, poderá salvar da desgraça os fidalgos arruinados seus parentes. Entretanto, Januário, pai de João, congemina vinganças contra os Clark Dulmo que tanto o despeitaram...
Literalmente pelo meio, está o canal do título, o braço de mar que divide as ilhas do Faial e do Pico, que divide os proprietários e novos-ricos da Horta dos pobres, populares e simples baleeiros do Pico, com quem Margarida dialoga na mesma pronúncia, no mesmo sotaque, ao longo do romance.
Mau Tempo no Canal conta uma quantidade de histórias numa só, é uma trama que enreda uma série de sucedidos e cujo ponto de apoio mais evidente é a relação entre dois personagens, entre duas famílias e entre dois estratos sociais.
Os afectos, as paixões e os amores surgem-nos inteiros, frescos, intensos. Entramos no coração de uma menina de boas famílias, dividida entre o amor original de um rapaz de família indesejada e o dever de alianças com famílias de bem. Neste livro, respira-se a maresia, sofremos a melancolia do mar, a sensação de lonjura, de liberdade e esperança: a sensação de ser ilhéu.
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