A sobrevivência das raças autóctones de Miranda do Douro passa pela junção de sinergias entre elas.A ideia foi defendida pela Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino durante a nona edição da feira dos burros de Miranda, que se realizou ontem no Naso. “É necessário que haja jovens agricultores que queiram pegar nas raças autóctones” refere o presidente da associação, acrescentando quer “é óbvio que o burro por si só não pode ser uma fonte de rentabilidade única, dentro de uma exploração agrícola, por isso é que estamos muito ligados a um novo futuro que possa encontrar em conjunto para a vaca e a ovelha churra galega mirandesa, em que o burro fará parte dessa exploração”.No entanto Miguel Nóvoa salienta que o número de crias até tem vindo a aumentar.“Em 2003 nasciam cinco animais e em 2010 nasceram cerca de 60 no planalto mirandês” revela. “Apesar de ser um bom numero, é preciso ter em conta que para a raça sobreviver tem de haver criadores e essa é a nossa grande dificuldade porque o burro continua a estar ligado às pessoas de idade”.Iria Gomes, de Paradela, começou a ter criação “há quatro anos pois antes só tinha duas burras. Agora tenho estes pequeninos mas quando eles forem maiores vendo-os” refere, acrescentando que “quando cheguei aqui logo apareceram compradores mas para já não vendo porque ainda são pequenos e quem leva é quem mais paga”.Já Narciso Carrasqueiras, de Ifanes, outro dos cerca de 50 criadoras que estiveram ontem na feira, “trouxe uma burra de seis anos mas até trabalha pouco porque só semeio e arranco umas batatas e lavro uma vinha ao pé de casa”.No planalto mirandês existem cerca de 800 fêmeas reprodutoras.
Cada uma tem um valor comercial a rondar os 900 euros.
Escrito por Brigantia
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