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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

«Terra Parda» - «Estórias» que contam o mundo rural transmontano


São aldeias e lugares «recônditos da serrania transmontana», estórias que contam as vivências de gentes que «apenas conhecem o trabalho duro de 'sol a sol' e que, no livro «Terra Parda», se apresentam como «protagonistas rudes da sua própria identidade cultural». É desta forma que Hélder Rodrigues, autor da obra, fala do livro de 22 contos e que mostra tradições únicas desta região.
«Terra Parda» surgiu da necessidade que Hélder Rodrigues sentiu em «desenvolver a temática da vida difícil e anónima da população rural transmontana». Uma realidade, vinca o autor, que retrata todas as suas tradições e falares regionais e que «urge preservar para memória futura dos vindouros que hão-de preencher esta terra magnífica…».
Trata-se de um livro de contos que abrange, de forma generalizada, toda a região transmontana, sobretudo, «os dois distritos que a identificam, Bragança e Vila Real».
Hélder Rodrigues, mestre em Antropologia Social e Cultural pela Universidade de Santiago de Compostela, adianta que esta é uma obra que conta «estórias de vida das populações locais, normalmente, de aldeias e lugares recônditos da serrania transmontana; estórias da realidade física, humana, ambiental e paisagística de gente que apenas conhece o trabalho duro de sol a sol e que aqui se apresentam como protagonistas rudes da sua própria identidade cultural, contando, na sua própria linguagem, histórias ora extraordinárias ora banais, ora trágicas ora humorísticas, mas sempre carregadas de humanidade e realismo».
O autor salienta que estes contos foram «fabricados» numa espécie de criação literária baseados no contacto directo do autor (natural de Mirandela) com as comunidades rurais de Trás-os-Montes e também «“por ouvir dizer”, em especial nos contos dedicados à diáspora transmontana».
A obra, constituída por 22 contos e lançada no final de 2012,mostra a região transmontana através de um tríptico assim definido, como explica o autor: «o Capítulo I é dedicado ao tema ‘Terras de Ledra’ (Mirandela e seu concelho); o Capítulo II designa-se por ‘A Pulo’ (contos da emigração clandestina, concretamente nas décadas de 60/70); o Capítulo III dedicado à ‘Terra Parda’ (que dá o título ao livro, com contos transmontanos mais abrangentes geograficamente)».
Já o período temporal que abrange a totalidade dos contos vai desde a década de 1940 até ao 25 de Abril de 1974, «período salazarista que engloba a Segunda Guerra Mundial, a emigração clandestina e a guerra ultramarina, com todas as suas nefastas consequências», resume Hélder Rodrigues. 
Para o autor, «Portugal é um país riquíssimo no seu património imaterial, (re)construído e, em particular, a região transmontana, que se caracteriza por estar sempre muito distante dos grandes centros da portugalidade, mas onde ainda resistem vestígios e marcas das raízes identitárias que nos moldaram e nos fazem sentir únicos e genuínos da nossa nacionalidade».
É por isso, defende, «que se torna importante, mesmo fundamental, deixarmos registos escritos, nas nossas vidas, das multivivências deste povo, desde que a terra transmontana os viu nascer, até que a mesma terra transmontana os há-de consumir e transformar em húmus».
Por fim, Hélder Rodrigues realça que a comunidade local e regional transmontana tem encarado esta obra «com agrado e até algum entusiasmo», pois «são várias as câmaras municipais destes dois distritos transmontanos (Bragança e Vila Real) que têm adquirido dezenas de exemplares do “Terra Parda” para enriquecerem as respectivas bibliotecas municipais», como é o caso de Alfândega da Fé e Mirandela.

Ana Clara; Foto - Câmara de Bragança
in:cafeportugal.net

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