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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Oleiros - I Congresso de Turismo Rural para debater «constrangimentos e oportunidades» do sector

Entre 20 e 21 de Junho decorre em Oleiros o I Congresso de Turismo Rural que junta vários especialistas em torno da reflexão de uma estratégia «global» para um «segmento de nichos». O presidente da Federação Portuguesa de Turismo Rural considera o momento crucial para que, no mundo rural, «o turismo se possa afirmar como um instrumento de coesão».
“Turismo sustentável: desafios para Portugal”, “A força e o impacto do turismo na coesão económica e social” ou “A actividade turística como factor de desenvolvimento do mundo rural” são alguns dos temas em discussão durante os dois dias do Congresso, que se realiza no Hotel Santa Margarida, na vila de Oleiros.
O presidente da Federação Portuguesa de Turismo Rural, Cândido Mendes, considera que o turismo rural precisa ser discutido, porque «tem uma ligação muito directa com a problemática dos territórios e com tudo o que lhe é inerente, desde o abandono e desertificação, e o esforço que é feito pelos investidores que, na maioria dos casos colocam um empenho e dedicação total aos empreendimentos, criando valor e diferenciação para o turismo, e não vêem nas políticas estratégicas o reconhecimento que este subsector necessita». 
Para o responsável, o turismo rural, pela sua natureza e especificidade, «é um segmento de nichos, que deve oferecer um produto compósito genuíno, ligado aos territórios, às tradições, ao produtos endógenos e à autenticidade». 
«É sobretudo um produto de experiências, que deve ser encarado de uma forma global, e não apenas na vertente dos alojamentos. Estes, deverão ser apenas uma consequência do produto, tal como a viagem e a alimentação. Esta mudança de paradigmas tem de ocorrer e nesse sentido é necessário fazer confluir um conjunto muito diversificado de esforços, desde as diversas entidades públicas, e de um modo geral, os agentes económicos do sector que operam nos territórios», acrescenta.
Cândido Mendes refere que, nesse sentido, este Congresso «será uma oportunidade para que sejam discutidos e analisados os constrangimentos por um lado, e as oportunidades por outro, de forma a que se possam criar condições para uma concertação de posicionamentos convergentes, no sentido de dar visibilidade aos territórios através da organização e promoção das suas mais-valias, no conceito da internacionalização do turismo rural».
Para o presidente da Federação Portuguesa de Turismo Rural é fundamental que, com este encontro, «se inicie um processo de valorização e qualificação dos nossos recursos, agrupando-os e promovendo-os, de forma a que também no mundo rural, o turismo se possa afirmar como um instrumento de coesão e sustentabilidade, ajudando as economias locais e regionais a desenvolver-se».
«Obviamente que se trata de um processo, e nesse sentido, o que se espera deste Congresso é exactamente criar as condições para uma melhor intervenção ao nível da organização do produto turístico, e obviamente reivindicar para os territórios do mundo rural, maior capacidade no que respeita à sua capacidade de promoção», vinca.
Cândido Mendes
«Importante nicho em termos económicos»:
E não tem dúvidas de que hoje, «é perfeitamente perceptível e aceite que o turismo rural é um produto complementar de grande valor para os segmentos que tradicionalmente têm projecto na marca ‘Portugal’, como seja o sol e mar, golfe e touring cultural».
«Trata-se de um avanço significativo, que há alguns anos não era assim entendido. Este, só por si, já é um grande passo para que a partir de agora se desenvolvam políticas e estratégias que confluam no sentido de valorizar este segmento como forma de consolidação e complementaridadepara os segmentos tradicionalmente fortes», afirma.
Para Cândido Mendes «o turismo rural é um importante nicho em termos económicos» e recorda que a Organização Mundial de Turismo prevê um crescimento a um ritmo de 6% ao ano para este segmento.
«Ainda que o turismo seja um sector em crescimento, o turismo de massas defronta-se actualmente com algumas dificuldades: os operadores turísticos não têm capacidade para satisfazer a clientela que nem quer ouvir falar de locais de grande concentração e que está ávida por encontrar lugares humanizados e pessoas», lembra.
Por isso, vinca que este nicho se trata «de um verdadeiro filão para o turismo rural, desde que se crie uma oferta estruturada de produtos de turismo rural que responda às exigências desta clientela».
«O que se passa é que com excepção de algumas centrais de reserva de alojamentos rurais e de hotelaria, e da oferta do turismo social, não se pode falar de uma oferta estruturada de turismo rural que seja perceptível no mercado (não existem operadores de turismo rural nem existe um verdadeiro catálogo de oferta de produtos, exceptuando o alojamento)», admite, lembrando que «a nossa tónica baseia-se exactamente na necessidade de agrupar produto».
Na maioria dos casos, informa, os proprietários de alojamentos turísticos «limitam-se a “aguardar que o cliente os descubra”, esperando que as políticas governamentais de promoção dêem resultado, e, no caso concreto a aposta tem sido nos segmentos com potencial de crescimento mais rápido, e com efeitos económicos mais imediatos».
A oferta organizada de actividades recreativas e culturais «está ainda no princípio e começa exactamente a descobrir-se a montagem de produtos turísticos de carácter temático, que conjugam a estadia com a animação e que representam a tendência lucrativa do mercado. É preciso compreender que o tempo em que as famílias saiam de sua casa apenas para passar uma ou duas noites “fora de sua casa” já passou. As motivações hoje são outras. Nesse sentido, o apelo não pode ser apenas pelo alojamento, mas pela experiência que um conjunto de elementos pode proporcionar ao turista».
Entraves:
Contudo, reconhece que também há entraves, como a fraca visibilidade internacional do turismo rural em Portugal. 
«Por outro lado o facto de o produto não estar devidamente organizado, situação que contribui para a sua falta de visibilidade». Por outro lado, «falta ainda vencer alguns constrangimentos da concepção quanto à importância deste segmento para os territórios, sobretudo os de baixa densidade populacional, podendo o turismo ser a alavanca que falta para a sua sustentabilidade. No entanto, os resultados são animadores e estamos convictos que esta batalha vai ser vencida porque o turismo é efectivamente uma das maiores vocações de Portugal», sublinha. 
Por fim, Cândido Mendes realça que «são necessárias estratégias» e que a próxima revisão do PENT - Plano Estratégico Nacional do Turismo, «contemple de forma clara e inequívoca o turismo rural como um produto estratégico, e são necessárias políticas promocionais que ajudem ao desenvolvimento dos territórios e dos seus produtos turísticos».
O I Congresso de Turismo Rural é organizado pela Federação Portuguesa de Turismo Rural.

Ana Clara
in:cafeportugal.net

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