António José de Almeida |
"Cidadãos! – O povo, o exército e a armada acabam de proclamar a República. A dinastia de Bragança, maléfica e perturbadora consciente da paz social, acaba de ser para sempre proscrita de Portugal.
Este facto estranho e famoso, que representa o orgulho de uma raça indomável e a redenção de uma pátria que a bravura tornou legendaria, enche de entusiástica alegria o coração dos patriotas.
Eis que finalmente termina a escravidão desta Pátria e se ergue luminosa na sua essência virginal a aspiração benéfica de um regime de liberdade.
Cidadãos! O momento que decorre redime e compensa de todas as lutas combatidas, de todos os transes dolorosos que se sofreram. E somente é preciso para ele ser o início de uma época de austera moralidade e impoluta justiça que todos os portugueses se unam numa harmoniosa comunhão de princípios. Façamos do nosso sacrifício pela Pátria a base do nosso programa político e de generosidade para com os vencidos a base do nosso programa moral.
Cidadãos! Que um só interesse o interesse pela Pátria, vos anime e uma só vontade, a vontade de ser grande, nos una!
A Republica confia do Povo a manutenção da ordem social, o respeito pela justiça e a dedicação pela causa comum da liberdade!
Consolidar com amor e sacrifício a obra que surge da Republica Portuguesa!"
“Proclamação distribuída na manhã gloriosa de 5 de Outubro de 1910 … Em rigor, esta proclamação foi o primeiro documento oficial emanado do Governo Provisório da Republica Portuguesa, mal esta se tornou um facto. O primeiro jornal que a inseriu foi O Mundo. Deve-se à pena do Sr. Dr. António José de Almeida”
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