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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Semear para colher!


 Os ventos que sopram do mundo, evidenciam a necessidade de repensar o modo como se impulsionam, apoiam e regulam as atividades do setor primário.
Por conseguinte, temas ligados à agricultura, à pecuária, à silvicultura, à apicultura, etc, devem entrar no léxico dos políticos e das políticas e merecer bem mais espaço mediático que outros temas banais ligados à bolha bem pensante das grandes urbes e dos comentadores de serviço!
Para regiões como a nossa, é mesmo necessário e urgente que se dê voz e se escutem os que, dia após dia, lavram a terra, cuidam dos rebanhos, preservam a natureza e a vida selvagem e mantêm vivo este Interior do país.
Só escutando quem vive do campo resultará no desenho de políticas justas e eficazes, capazes de garantir rendimento digno e futuro com esperança a quem permanece no território e o quer trabalhar.
Reclama-se medidas emergidas, não de gabinetes distantes e alheadas de todos os que vivem do campo, mas do diálogo verdadeiro com as organizações de produtores, as associações representativas, as cooperativas e as comunidades locais, onde não se podem eximir às suas responsabilidades as Câmaras Municipais e as Assembleias Municipais e Assembleias de Freguesia.
Medidas nacionais e de âmbito europeu que apontam para que se comece a preparar aquela que virá a ser a nova Política Agrícola Comum (PAC), prevista para 2027.
Em todo o caso, um dos grandes desafios a que devem responder é o acesso e sucesso da profissão agrícola em condições de justiça e dignidade. A terra não pode ser fonte de sacrifício ou missão de alguns. É essencial garantir que qualquer pessoa que deseje tornar-se agricultor ou criador de gado ou apicultor, etc, possa fazê-lo sob enquadramento necessário — técnico, fiscal, formativo e financeiro — para viver com dignidade e estabilidade. Isto passa por simplificar burocracias, desburocratizar os apoios e criar um verdadeiro sistema de acompanhamento e capacitação dos novos agricultores.
O rejuvenescimento do setor é outra prioridade incontornável. A agricultura precisa de jovens. Precisa da sua energia, da sua inovação, da sua visão. E os jovens, por sua vez, precisam de acreditar que há futuro na agricultura. Isso significa tornar as explorações agrícolas rentáveis, valorizando os produtos e assegurando condições para investir com confiança. A criação de programas específicos para jovens agricultores, com apoio à instalação, formação prática e incentivos fiscais, é essencial.
Merecem igualmente especial atenção a apicultura, a criação de raças autóctones e toda uma possível fileira de indústria agroalimentar de base local com o saber do Instituto Politécnico de Bragança. São áreas que valorizam os recursos naturais, geram emprego, promovem a biodiversidade e contribuem para a identidade cultural do território. Estes setores devem ser claramente favorecidos, com medidas concretas de estímulo à produção, à certificação de qualidade e à exportação.
Tem-se falado muito das taxas Trump, contudo elas alertam para algo importante: não é justo que não se implemente a reciprocidade nas exigências e nas taxas aplicadas aos produtos oriundos de fora da União Europeia. Não é admissível que os nossos produtores estejam sujeitos a normas ambientais, sanitárias e laborais exigentes — como deve ser —, enquanto produtos importados entram no mercado europeu sem as mesmas obrigações. A defesa da produção nacional passa por garantir regras iguais para todos e proteger o consumidor com alimentos seguros e de qualidade.
Importa, igualmente, conciliar agricultura e ambiente. A proteção ambiental deve ser incentivadora e não punitiva, valorizando quem mantém o território vivo e previne os riscos de abandono, incêndio e desertificação.
O que está em causa é o futuro, o modo de vida de pessoas e a sustentabilidade de um país que precisa, mais do que nunca, do seu setor primário.

Jorge Novo

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