quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Quercus protesta esta manhã contra as barragens do distrito de Bragança

A Quercus vai vestir-se hoje de luto para protestar contra a construção da barragem do Tua, à porta do Museu do Douro, na Régua. É lá que se realizam, a partir das 9h30 da manhã, as comemorações dos 10 anos de Património Mundial do Alto Douro Vinhateiro.
Os defensores do vale do rio Tua sem barragem querem mostrar a sua preocupação e indignação com as más decisões acerca do futuro dos vales do Douro e do Tua. 
O principal destinatário do protesto é o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, que presidirá ao encerramento da sessão matinal das comemorações.  
Na passada quarta-feira veio a público um relatório da ICOMOS, uma associação de profissionais da conservação do património e órgão consultivo do comité da UNESCO, em que alertava para a possibilidade de o Alto Douro Vinhateiro perder o estatuto de Património Mundial, por causa da construção da barragem do Tua. Por causa desse aviso, o Partido Ecologista “Os Verdes” vai entregar hoje a todos os participantes nas comemorações da Régua, uma carta aberta com o lema “Parar a Barragem, Salvar a Classificação”. Pretendem ainda entregar ao secretário de Estado da Cultura, uma prenda comemorativa desta data. Simboliza uma gota de água do Douro na qual se reflectem os seus socalcos, uma gota que “Os Verdes” não pretendem que se transforme numa lágrima do Douro pela perda da classificação.  
As delegações da Quercus de Vila Real e Viseu apelaram também a todos os que são contra a barragem do Tua para levarem hoje para a Régua faixas e bandeiras negras. Desta forma pretendem mostrar que não aceitam o aproveitamento hidroeléctrico, que dizem ser “uma vergonha e um crime”.
Entretanto, a Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro (Avidouro) aproveita a efeméride para reclamar que as comemorações estão a “esquecer os principais e insubstituíveis construtores do Alto Douro Vinhateiro – os pequenos e médios vitivinicultores durienses.
Não admira, portanto, que a Avidouro exija que a reflexão sobre os desafio do Douro para a próxima década inclua o “objectivo central de melhorar as condições de vida e de trabalho das populações e dos vitivinicultores”. É que, frisa o comunicado da associação, “doa a quem doer, sem os muitos milhares de pequenos e médios lavradores a granjear as suas vinhas e a comercializar, a melhores preços, os seus vinhos, não há Alto Douro Vinhateiro, não há Região Demarcada do Douro, não há paisagem, não há turismo”.
O programa evocativo “Douro Património Mundial. 10 anos passados, 10 anos futuros”, começa então às 9.30 da manhã desta quarta-feira, no Museu do Douro, na Régua. Durante a manhã vai ser apresentado um balanço dos 10 anos da classificação da UNESCO. À tarde terá lugar a conferência inaugural do ciclo “Que Douro na Próxima Década?”, subordinada ao tema “Economia e Desenvolvimento”.
Escrito por CIR

in:brigantia.pt

Sem comentários:

Enviar um comentário