Capelão militar de engenharia.
Nasceu no Mogadouro a 23 de Novembro de 1864; filho de José Joaquim Pereira de Sales, natural de Sande, concelho de Lamego, e de D. Amélia Justina Correia Botelho, natural de Mirandela. Concluído o curso de preparatórios no Seminário de Bragança em 1883, fez aí mesmo os estudos teológicos, recebendo a ordem de presbítero em 26 de Março de 1887, indo nesse mesmo ano paroquiar a freguesia de Suçães até 1892 e depois a do Franco até 3 de Abril de 1893, sendo então despachado capelão militar.
Em 1891 havia feito, juntamente com o autor destas linhas e mais oito colegas, concurso por provas públicas para a igreja de Mairos, no concelho de Chaves.
Tem escrito:
Noticia histórica de Nossa Senhora do Amparo de Mirandela por um devoto da mesma Senhora. Porto, Tip. Elzeviriana, 1887. 8.º de 30 págs.
Discurso comemorativo da batalha do Buçaco – Pregado na capela de Nossa Senhora da Vitória (Buçaco) no dia 27 de Setembro de 1904. Lisboa, Imp. Nacional, 1904. 8.º gr. de 17 págs.
Livro do Soldado, para sua educação moral e patriótica – Leituras destinadas ao primeiro curso das escolas para praças de pré. Lisboa, Imp. Nacional, 1905. 8.º gr. de 107 págs. e uma de índice. Foi mandado imprimir pelo ministro da Guerra e adoptado nas escolas regimentais.
Livro do curso de instrução elementar para praças de pré. Lisboa, Imp. Nacional, 1908. 8.º de 107 págs. Saiu sem nome de autor e foi, como o anterior, mandado imprimir à custa do ministério da Guerra.
Cartilha Militar. Lisboa, Imp. Nacional, 1908. 8.º de 52 págs. Sem nome do autor.
Curso de habilitação para 1.os cabos – Leituras, aritmética prática e desenho. Lisboa, Imp. Nacional. 8.º de 171 págs. e mais 45 inumeradas, compreendendo o desenho. Desta obra pertencem a Pereira Sales as primeiras 133 págs. das «Leituras»; as restantes, compreendendo a «Aritmética prática e Desenho», são, respectivamente, do capitão Freitas, de infantaria nº 16, e do coronel Encarnação Ribeiro, de infantaria nº 10.
Subsídios para a biografia do Dr. Francisco da Fonseca Henriques, o «Mirandela», médico de D. João V. (Separata do nº 36 da Revista de História). Porto, Tip. da Empresa Literária e Tipográfica, 1921. 4.º de 20 págs.
Dois documentos históricos – O foral e o pelourinho da vila de Frechas. (Separata da Arqueologia e História). Lisboa, 1923. 4.º de 9 págs., com o fac-símile da primeira página iluminada do foral de Frechas, dado por D. Manuel I, e o pelourinho acompanhado dos respectivos desenhos ornamentais.
Nosso Senhor dos Passos da Graça (de Lisboa) – Estudo histórico da sua irmandade com o título de «Santa Cruz e Passos». Lisboa, 1925. 8.º gr. de VII-251+1 (inumerada) págs., com diversas gravuras.
Tem colaborado em A Voz do Tua, Inflexível, Fomento Agrícola, O Notícias, Revista Militar, Revista de História e na Arqueologia e História. Também muitas e valiosíssimas notícias lhe devemos para esta nossa obra.
O padre Ernesto P. Sales tem em preparação uma obra em quatro volumes intitulada Mirandela – Apontamentos históricos acerca desta vila trasmontana. O volume I tem 400 págs. e uma de índice e trata: do nome, situação e antiguidade de Mirandela; transferência da vila; concelho – sua antiguidade; terra de Ledra; população da vila e concelho em diversas épocas; privilégios e foros do concelho; muralha e castelo; ruas e praças; rio Tua e afluentes; fontes; minas; freguesia de Mirandela e suas anexas; igreja paroquial; Confraria do Santíssimo; comenda de Santa Maria de Mirandela; donatários; Távoras; Paço dos Távoras; Paços do Concelho; divisão administrativa, judicial e eclesiástica; forais de Mirandela; pelourinho; albergarias, Misericórdia e hospital; frades trinos e seu convento; pontes de granito em Mirandela e Vila Nova; e criação de cavalos.
O volume II, ainda incompleto, ocupa-se dos morgados em Mirandela (alguns); capelas e cruzeiros; feiras e mercados de Mirandela e seu concelho; posturas, almotaçaria, açougues e limpeza pública; medidas antigas, taxas, cemitério; clima, médicos, cirurgiões, boticários e barbeiros; vias de comunicação, correios e telégrafos; instrução pública, edifícios escolares; indústrias; tributos antigos de Mirandela, Lamas de Orelhão, Abreiro, Vale de Asnes e Torre de Dona Chama, sisas, etc.; teatro, associações diversas; nota de alguns jornais publicados em Mirandela; estalagens e hotéis; voluntários realistas (1832-1834), carreira de tiro; e várias notícias militares.
O volume III tem por título: Mirandela – Colecção de documentos diversos referentes à história da vila e do concelho. Contém cento e vinte e três documentos, que ocupam 224 páginas.
O volume IV intitula-se: Gente de Mirandela – Breves apontamentos acerca de várias pessoas, umas naturais de Mirandela, outras apenas aqui residentes nesta vila, onde desempenharam funções públicas ou exerceram influência social, desde 1258 a 1910.
Este volume está pronto desde 1916 e tem 460 páginas escrituradas.
Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança
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