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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

A inauguração do caminho-de-ferro em Bragança

Em outubro de 1884 iniciam-se os trabalhos de construção do caminho-de-ferro que, partindo “da linha do Douro e seguindo pelo vale do Tua, termina em Mirandela”. A inauguração concretizou-se no dia 27 de setembro de 1887.



Nesse ano de 1884, já os comerciantes de Bragança, a 15 de abril, haviam representado, à Câmara dos Deputados, “a esperança há tanto tempo afagada, o desideratum há tanto tempo suspirado do prolongamento do caminho-de-ferro de Mirandela a esta Cidade”. Continua a insistir-se. Dias depois há uma representação da Junta Geral do Distrito de Bragança à Câmara dos Deputados a renovar o pedido. Em julho de 1890, é a Câmara
Municipal a representar. Mas os trabalhos só se iniciam em meados de 1903. Vão abrindo à circulação vários troços, até que, a 1 de dezembro de 1906, se procede à inauguração.
Com o caminho-de-ferro, a nova “técnica locomotora” estabiliza a média acima dos impressionantes 35 km/hora – em finais de 1890, Leite de Vasconcelos demora cinco dias entre a Régua e Miranda, a uma velocidade inferior a 5 km/hora. Bragança e o Nordeste ficam mais próximos da “civilização” e dos mercados nacionais e internacionais.



Mais um momento alto no quotidiano da Cidade – uma jornada que se queria inesquecível – que se viveu nesse dia. Não terá sido por acaso que se escolheu como dia maior a importante data do 1.º de dezembro... Houve bodo aos pobres; realizou-se um magnífico cortejo cívico; procedeu-se à bênção do comboio; não faltaram um Te-Deum e uma missa campal; quatro bandas; “iluminações”, “marcha a fogos de Bengala” e ornamentações vieram abrilhantar as festividades. E, sobretudo, houve muita gente. Foi grande a afluência de público. Concretizava-se um desejo, que era um sonho, e materializava-se um grande melhoramento. Além disso, celebrava-se o progresso, essa “nova religião” que só poderia trazer benefícios aos homens. “Nova religião” que, nesta sua celebração festiva, continua a socorrer-se de manifestações que integram rituais e celebrações tradicionais de caráter cívico, a que se juntam elementos da “velha” religião. Na “consagração” de tão importante acontecimento, não faltam cerimónias religiosas promovidas pela Igreja: a poderosa instituição eclesiástica não podia deixar de estar presente com os seus rituais próprios. Quanto ao mais, as manifestações cívicas e os elementos festivos que pontuam as celebrações são os habituais.

Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
Coordenação: Fernando de Sousa

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