Dário Mendes, um dos organizadores do protesto, critica o abandono do sector. “Está em causa todo o sector agrícola que está ao abandono, dos sucessivos governos que temos tido. Esta última situação do não pagamento a tempo e horas das ajudas e o corte das mesmas obriga-nos a tomar esta medida. Não se aguenta mais. Os factores de produção estão elevadíssimos e os nossos produtos estão cada vez mais baratos”, afirmou.
De acordo com o agricultor, cada vez mais pessoas estão a deixar as produções, porque já não são rentáveis.
Outro dos agricultores presente no protesto foi Hélder Rodrigues. O apicultor de Miranda do Douro foi obrigado a reduzir as colmeias e queixa-se do atraso dos subsídios. “Tive 600 colmeias, neste momento tenho 24, tive uma perda de rendimentos e eu não vejo ninguém a fazer nada pelo sector da apicultura. Nunca recebemos um subsídio, sendo que é a fonte de apoio ao agricultor. Fui para agricultura biológica e de agricultura biológica ainda não me pagaram nada de subsídios. Como é que uma pessoa pode estar um ano interior em casa sem receber um subsídio?”, disse.
O excesso de burocracia para acederem aos apoios é outro dos problemas, aponta o agricultor Orlando Fernandes, produtor de amendoal, nogal e olival em Mogadouro. “A política das ajudas, principalmente dos subsídios, que são muito burocráticos. O acesso aos projectos de investimento também são muito burocráticos e queríamos isso mais simplificado, principalmente para os pequenos agricultores”, frisou, adiantando que, neste momento, não está na agricultura para “ganhar dinheiro”, mas porque gosta do que faz e porque herdou terras.
Depois de se concentrarem no Parque de Exposições de Mogadouro, os agricultores fizeram uma marcha lenta nos tractores pela vila.
O protesto, organizado por um grupo de agricultores, serve para mostrar o descontentamento que têm no que toca a cortes aos apoios, bem como o pagamento destes, que dizem que é, muitas vezes, atrasado.
Os protestos estão acontecer um pouco por todo o país.
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