De todos os concorrentes, a equipa representada por Ana Ferreira, brasileira, de 31 anos, aluna de doutoramento em Engenharia Química foi a grande vencedora da Picth & Demo Fair com um cheque de dois mil euros, com o projeto Eco Carv, que explica:
“Nós valorizamos resíduos da agro-indústria produzindo carvão ativado. Este material já está no mercado e é muito versátil. Você pode encontrá-lo em filtros domésticos para a sua casa, na pastas de dentes para branqueamento dental ou em sabão para as roupas.
No entanto, esse filtro que temos agora no mercado, promove a desmatação, não sendo por isso sustentável, ajudando a promover as alterações climáticas. Esse produto no mercado ajuda na desmatação e implica impactos ambientais.
Já o nosso não, tem toda a responsabilidade com o meio ambiente, além de ter um valor acrescido, por via de um resíduo.
Agora vou criar uma empresa aqui. Eu tenho todo o carinho por Trás-os-Montes e Bragança e pela forma como me acolheram. E eu imagino, que com as minhas duas vocações, a científica e a empresarial me vou fixar aqui, em Portugal. E, claro, com a minha equipa a desenvolver a parte empresarial. Eu vou desenvolver aqui a minha vida.”
A engenheira pensa ficar em Portugal.
Já o segundo classificado foi Denyson Silva, 24 anos, estudante de Biologia e Biotecnologia que arrecadou um prémio de 1500 euros, com o projeto intitulado Nyco Partner, que assenta, sobretudo no processo de micorrização de plantas, ou seja, a associação de um fungo e uma planta:
“O que queremos fazer com esta associação? Fazer com que as plantas cresçam mais rápido. Desenvolvam, produzam e sejam mais resistentes. O meu projeto é de uma empresa que vai produzir essas plantas e vender aos agricultores.
Para além das plantas nós produzimos também inóculos, que se pode colocar já em plantas já crescidas. O grande olhar deste projeto é a sustentabilidade, que é o lucro, em primeiro. Toda a empresa tem em vista o lucro. A inovação, e a base de todos, é a sustentabilidade.
Através das plantas, a fotossíntese, naturalmente suga dióxido de carbono, que provoca o aquecimento global, que é uma preocupação mundial. Através da planta, nós colocamos um fungo, que faz com que ela suge mais carbono. Fazendo com que ela cresça mais, ela desenvolva mais rápido e traz uma mais valia ambiental. Nós podemos dizer que tire carbono da terra e nos livre desse aquecimento global.”
Denyson Silva, encontra-se em Eramus. Este projeto custa 234 mil euros, e vai necessitar de um laboratório e também pretende enraizar-se em Portugal, se conseguir.
Já o terceiro classificado foi a equipa constituída por Nickolas Giacomitti, de 25 anos, Felipe Stein, de 23 anos, alunos de mestrado de engenharia mecânica, e o Bruno Almeida, de 24 anos, aluno de licenciatura de Engenharia Eletrotécnica de Computadores. Os dois primeiros alunos são brasileiros, e Bruno é cabo verdiano.
O prémio foi de mil euros, com o projeto Geo World, que visa a climatização de uma habitação:
“Criamos uma empresa, com o foco no desenvolvimento numa climatização residencial sustentável, porque hoje em dia, um dos principais problemas é a emissão de poluentes relacionados com a climatização e também com o gasto elétrico com este processo.
Estes gastos podem chegar aos 40% ou 50% da fatura mensal, relacionada com a eletricidade ou ao consumo de gás, numa habitação. Nós queremos reduzir a fatura, como a emissão de poluentes, fazendo a integração em sistemas de energias renováveis, como a geotérmica.
Que basicamente é o que? Nós cavamos um poço dentro da terra, um furo e colocamos um cano lá dentro, e com a energia solar, que é essencial para o bom funcionamento da energia geotérmica. Aí, de conseguirmos fazer de forma correta, conseguimos reduzir os custos praticamente para 0, para a fatura mensal, relacionada com a climatização. e também reduzimos para 0 as emissões de poluentes.”
A ideia é criar a empresa em Portugal e abrir novas oportunidades.
Estes foram os prémios de inovação e o júri foi presidido por Vítor Sobral, secretário executivo da Associação de Municípios do Baixo Sabor.
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